Estou no Rio, onde daqui a pouco participo do Redação Sportv, comandado pelo André Rizek. Terei o prazer de dividir bancada mais uma vez com o Sérgio Xavier, uma das referências do jornalismo brasileiro, ex-editor de revistas como Placar, Playboy e outras publicações. Sérgio é gaúcho, mas tem visão nacional das coisas, inclusive do futebol. Recentemente ganhou uma camisa do América, enviada por um americano de Belo Horizonte e reforçou a simpatia que tem pelo Coelho. Inclusive a vestiu e postou em suas redes sociais.
Nos encontramos ontem e um dos assuntos foi a violência entre torcedores e aquela selvageria de domingo entre gangs do CRB e CSA no gramado do Rei Pelé em Maceió.
Lembrei-me deste e-mail que recebi do americano Márcio Amorim, depois da final vitoriosa contra o Atlético. Vejam só como seria bom se cenas como essas se repetissem sempre no futebol e como tudo isso é possível. Basta querer colocar em prática a educação e bom senso:
* “… Queria mesmo ressaltar um aspecto interessante e que passa despercebido: comportamento de torcedores.
Nunca vou a jogos contra Atlético ou Cruzeiro,- e ensinei os meus filhos a não irem -, vestindo camisa do América. Sempre agi assim, abrindo mão de um direito do cidadão, para preservá-los de alguns torcedores que perdem a noção, quando se trata de futebol.
Ontem, resolvi vestir a camisa e meu filho me acompanhou. Afinal, iríamos estacionar dentro do Mineirão e senti que não haveria problema. Acontece que, quando chegamos à avenida que dá acesso ao estádio, ela já estava interditada. Fomos obrigados a estacionar lá embaixo, no início da avenida. Subimos em meio àquele mar de atleticanos, com uma certa preocupação. Nada de anormal, porém, aconteceu. Havia um respeito muito grande por nós, que éramos a minoria e, talvez, também pelos meus muitos cabelos brancos.
Ficamos quase uma hora dentro do estádio, depois do jogo e achamos que do lado de fora já estaria vazio. Ledo engano!
Continuava, por ali, aquele mundo preto e branco, espalhado pelas calçadas, tomando uma gelada e curtindo a “derrota”. Percorremos temerosos aquele longo caminho, que parecia que nunca mais acabaria. E o que vimos? Éramos cumprimentados pela conquista. Pessoas alegres e com muito respeito pela conquista do adversário e muito bom humor. Senti-me num mundo cada vez mais irreal nos dias de hoje. Não vimos e nem sofremos nenhum tipo de agressão verbal ou física. E não tive notícias de que alguém tenha sofrido.
Parabéns aos atleticanos por isto! Já é hora de acabar com esta bobagem de alguns torcedores de que o seu time é imbatível e tem de ganhar sempre, caso contrário alguém vai “pagar” pelos seus recalques. E já havia sido assim no jogo contra o Cruzeiro. Só que, neste jogo, não vesti a camisa. Mas não tive notícias de incidentes…”
Marcio Amorim