Blog do Chico Maia

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Apesar do péssimo árbitro foi um massacre argentino e defesas espetaculares do Ospina

Por pouco este Roberto García (México) não tirou a Argentina da semifinal da Copa América no apito. Deixou o pau quebrar, principalmente em cima do Messi, em faltas perto da área colombiana, que em condições normais de temperatura e pressão são verdadeiros pênaltis para o camisa 10 argentino.

Olho neste soprador de apito também. Assim como o nosso coestaduano Sandro Meira Ricci, é muito fraco , mas tem prestígio com a cartolagem que manda nas federações, confederações e por consequência nas escalas de arbitragem.

Há muito tempo eu não via um massacre tão grande como a Argentina praticou contra a Colômbia que não deu um chute a gol sequer. No primeiro tempo foi covardia. No segundo os colombianos esboçaram saídas ao ataque e andaram chegando perto do gol de Romero, mas sem nenhum chute.

Nos pênaltis tudo pode acontecer. Nelinho, que foi um dos maiores chutadores do mundo, diz que em situações como essas, de decisão por pênaltis, a sensação de quem vai bater é que cada perna pese no mínimo 20 quilos, e que o controle ou descontrole emocional é que definem se o sujeito vai acertar ou errar. Máquina de moer gente, fazer heróis e demolir reputações.

Impressionante também a atuação do goleiro colombiano Ospina. Há muito tempo eu não via tantas defesas dessas chamadas de “impossíveis” serem feitas. Não direi que a Colômbia afinou; prefiro valorizar a Argentina que jogou demais e não deixou o time de James Rodrigues, Cuadrado, Falcão Garcia e cia. Ltda jogar.


Sábado, um bom dia para ver uma nova seleção que surge

As principais cidades do Chile são palco de protestos permanentemente, todos os dias, com hora e locais marcados.

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Este Brasil x Paraguai será um bom jogo para se assistir e avaliar a nova seleção brasileira que está sendo montada pelo Dunga. Principalmente sem Neymar, que quando está em campo, a bola tem que, obrigatoriamente, passar por ele. Trata-se de uma renovação plena, e salvo uma convocação ou outra, tida como suspeita, para alavancar vendas e encher o bolso de empresários, este grupo é o que há de melhor da nova safra do futebol verde e amarelo. E vai enfrentar um adversário que não tem grandes jogadores, mas muita garra.

Faz lembrar o trabalho feito pelo técnico mineiro Carlos Alberto Silva, pós-geração Telê Santana, que disputou a Copa do México em 1986, quando Zico, Cerezo, Sócrates, Falcão e cia. Ltda., davam seus últimos suspiros no escrete nacional, Telê inclusive, e a CBF resolveu iniciar uma renovação, tanto na comissão técnica quanto nas convocações. Carlos Alberto foi corajoso, deixou de convocar os já veteranos craques que encantaram o mundo na Copa da Espanha em 1982 e lançou jovens pouco ou nada conhecidos, sob o argumento de que preparava o time para a Copa América de 1987 e os Jogos Olímpicos de Seul de 1988. Chamou gente que o mundo do futebol não conhecia como o goleiro Taffarel, laterais Branco e Jorginho, zagueiro Ricardo Rocha, volante Dunga, meio campistas e atacantes Neto, Bebeto, Romário e muitos outros que não fizeram tanta fama como estes, porém, foram medalha de prata em Seul e base das seleções de Lazaroni e Carlos Alberto Parreira nas Copas de 1990 e 1994.

PROTESTOS1

Protesta-se contra tudo, e sempre contra o governo e contra os patrões da iniciativa privada. Governo federal, governos provinciais e municipais. Mas, diferente de Belo Horizonte, raramente prejudicam o direito de ir e vir da maioria da população. Milhares de manifestantes fecham praças ou avenidas que não param o trânsito, com suas bandeiras, faixas, megafones, carros de som.

POLICIA

Os manifestantes gritam palavras de ordem e enfrentam a polícia com pedras e jatos de tinta. Esta por sua vez age com rigor. Normalmente os confrontos não são violentos, mas quando o pau quebra a situação se complica gravemente, como no caso do estudante universitário Rodrigo Avilês, que foi impactado na cabeça por um jato d’água que o deixou em coma durante todo o mês de maio, e cujas consequências das sequelas são imprevisíveis.

O mais importante é que nenhum dos lados fala em atentado à democracia.

POLICIA1

Protesto dos professores na tarde de sexta-feira na Praça das Armas no coração de Santiago. Manifestantes e polícia frente a frente, normalmente sem prejudicar o ir e vir dos chilenos.


A imprensa turbina o ambiente e os artistas do espetáculo entram na onda

Vejam esta manchete do jornal chileno “La Cuarta”, no dia do jogo da confusão, Chile 1 a 0 Uruguai: “Vamos sentar a pica nos uruguaios” e em sub-manchete: “Em casa manda o papai”.

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Senhoras e senhores,

essa confusão toda teve como ponto máximo essa dedada do Jara no Cavani. O futebol nunca deixará de ser desse jeito. E sem essa de dizer que isso é coisa do “futebol Sul-americano”. Teoria de quem continua com a síndrome do vira-latas criada pelo grande Nelson Rodrigues nos anos 1950.

Ou o mundo já se esqueceu do Materazzi provocando Zidane, falando horrores da mãe e da irmã do craque francês, no ouvido dele, na final da Copa da Alemanha em 2006?

ZIZ

E a reação do Zidane? Final de Copa, na Europa, entre Itália e França. Não ouvi nenhum pseudo intelectual da imprensa ou da bola dizendo que “isso é coisa de europeus”!

Só quem nunca jogou nem uma pelada para não saber o que se passa na cabeça de alguém em momentos de pressão dentro de um campo! Ainda mais no futebol profissional, onde essas coisas têm origem muito antes de o jogo começar.

Fazer o quê?

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Um bom jogo para assistir hoje a partir das 20h30: Argentina x Colômbia que têm uma disputa à parte no futebol Sul-Americano, além de grandes jogadores em campo nesta disputa de quartas de final da Copa América.

Não entendo uma parte da imprensa dizer que “Messi está em baixa”. Baixa de quê? Onde?

Aliás, esta noite ele enfrenta alguém por quem tem carinho especial no futebol: José Pekerman, o treinador da Colômbia, argentino que o convocou pela primeira vez para a seleção do país, num amistoso em 2005 contra a Hungria em Budapeste.

MES

O então novíssimo Lionel, entrou no segundo tempo. . .

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. . .e foi expulso 90 segundos depois. Mas continuou sendo chamado por Pekerman.

Na Colômbia, Cuadrado vem fazendo diferença e esta noite vamos ver se o James Rodrigues joga mesmo ou se está terminando seus momentos de fama, iniciados na Copa do ano passado. Teoricamente deve dar Argentina cujo time é quase o mesmo vice-campeão mundial em 2014. Mas teoria no futebol não diz muita coisa quando a bola rola.


Faltou alguém em Nuremberg e falta muita gente no Chile. Até D. Bachelett reclamou

Ratoeira chilena dificilmente repetirá ratoeira suíça

O presidente da Conmebol, paraguaio Juan Ángel Napout Barreto, e o da CBF Marco Polo del Nero, estão nas estatísticas dos ausentes da Copa América. Eles e mais de 500 mil pessoas. Como sempre as previsões dos organizadores quanto à quantidade de turistas que aparecerá em um grande evento são superestimadas. No Chile, governo e Federação “juravam” que viriam 700 mil estrangeiros. Se no frigir dos ovos a conta bater em 200 mil será até demais. A crise financeira na Argentina e agora no Brasil, somada à falta de neve no Vale Nevado são os principais fatores que impediram a vinda de mais gente para prestigiar o torneio entre seleções mais antigo do mundo.

Mas Del Nero e Angel Naput não têm problema de dinheiro; muito pelo contrário. O motivo da ausência deles aqui é um acordo entre Chile e Estados Unidos, de 1902, que prevê a extradição de estrangeiros daqui para a terra do Tio Sam, tipo o que existe com a Suiça. Muito cartola que tem culpa no cartório ficou com medo de que o país sede da Copa América se tornasse uma nova “ratoeira”, como foi a Suiça no Congresso da FIFA que juntou alguns dos maiores ratos do futebol mundial. A presidente Michele Bachelet está triste, reclamando o fato de ficar sozinha na tribuna de honra do estádio Nacional, sem os principais dirigentes do futebol Sul-Americano. Ela, absolutamente discreta lá na tribuna, pedindo que nem as câmeras, nem o locutor oficial do estádio registrem a presença dela, já que as vaias estão comendo soltas no lombo dos políticos aqui também.

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A famosa vinícola Concha y Toro é um dos principais atrativos turísticos de Santiago. Com trânsito bom, fica a uma hora do centro da cidade.

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Quarta maior produtora de vinhos do mundo, atrás somente da Gallo (Califórnia/EUA), Great Wall (China) e Hardy’s (Austrália), com uma média de 13 milhões de caixas anuais.

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A direção da casa conta que, com a Copa América, a expectativa era de dois mil visitantes/dia no período de realização dos jogos, mas a frustração foi grande: a média está em 800 pessoas/dia.

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A quantidade de visitantes da Concha y Toro durante a Copa América está sendo a mesma dos dias normais da vinícola, que movimenta e irriga a economia na cadeia do turismo chileno.

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O preço do ingresso é apenas 2.500 pesos (R$ 15,00), com direito a uma aula sobre a vinícola, sobre vinhos, degustação de três variedades e ainda a taça na qual se bebe.

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Mas quem ganha mesmo é a turma do pacote, da saída do hotel incluindo a van e os agenciadores cujo custo final chega 28 mil pesos (R$ 150,00).

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No último passo da visita guiada, bar, restaurante, loja e encontro de gente do mundo inteiro para uns chás com torradas.

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Vale a pena visitar esta ou qualquer uma das centenas de vinícolas, perto e longe de Santiago.

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São muitas as opções e nada acima de preços normais.

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O Chile é cortado por excelentes estradas, de concessionárias espanholas, cujo custo médio do pedágio é o mais caro do continente: 3,9 dólares, à frente do Brasil cuja média é US$ 3,65.


O que não tem conserto nem nunca terá?

Será que a bela música do Chico Buarque (O que será?) dos anos 1970 é que prevalecerá sobre a nossa cartolagem?

Com a temperatura a 1 grau em Santiago, na tela do notebook abro os jornais brasileiros e me deparo com este destaque na Folha de S. Paulo:

* “Patrimônio imobiliário de Del Nero dispara 175% desde a chegada à CBF

Nos últimos 3 anos, atual presidente da entidade adquiriu três imóveis de luxo, desembolsando um total de R$ 5,7 mi”

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E me lembrei de outro mestre, o Kafunga, que dizia: “no futebol, quem tem põe; quem não tem tira!”. Só que agora, que já tem muito tira mais ainda.

Quem segura essa gente?


O dedo de Jara no descontrole do Cavani e na classificação do Chile para a semifinal

Para quem pensava que este tipo de catimba não existia mais: Jara até fechou os olhos para sacanear Cavani

Foi um jogo difícil de apitar e Sandro Meira Ricci, mineiro de Poços de Caldas, que apita por Santa Catarina, é conhecido como “caseiro”. A expulsão de Cavani, do Uruguai foi muito contestada e ali os nervos se afloraram. Além de estar com problemas em casa, no Uruguai, já que o pai matou um motociclista no trânsito anteontem, o atacante ainda teve que conviver com essa provocação do zagueiro Jara. Catimba antiga, mas que tira qualquer um do sério.

Mas o Chile mandou em 77% do jogo, buscou mais o gol e mereceu ser o primeiro semifinalista da Copa América, depois deste 1 a 0 ontem a noite no estádio Nacional de Santiago, gol de Islas, em chute de fora da área aos 35 minutos do segundo tempo.

Hoje à noite, em Temuco, sai o adversário chileno na semifinal, entre Bolívia e Peru. Amanhã tem Argentina e Colômbia e o vencedor enfrentará Brasil ou Paraguai, que jogarão sábado às 18h30 em Concepción.


Ex-jogadores, como René Higuita e Roberto Cabañas criam mais alvoroco que maioria do time do Dunga em Santiago

Roberto Cabañas (esquerda) levou o Paraguai à última conquista do país na Copa América em 1979, jogou no Boca Juniors e com Pelé e Beckembauer no New York Kosmos. Higuita foi um showman da bola.

* * *

Poucas vezes na história uma seleção brasileira foi tratada com tanta discrição pela imprensa e população de um país sede como nesta Copa América. Nada a ver com os 7 a 1 da Alemanha no Mineirão, mas porque à exceção de Neymar, Robinho e David Luiz, os demais são desconhecidos da maioria absoluta do público. Neymar já foi embora, Robinho não atrai tanta atenção e David Luiz é mais conhecido por causa da cabeleira e falhas desconcertantes que tem marcado a carreira dele, na seleção e Paris Saint Germain. A Argentina é a seleção mais assediada por aqui.

No dia de folga, jogadores brasileiros que foram passear no Shopping Costanera Center, um dos maiores do continente, passaram despercebidos, principalmente porque o alvoroço foi em torno do ex-goleiro René Higuita, da Colômbia, com a mesma vasta cabeleira que o marcou na Copa de 1990 na Itália e em lances que entraram para a história do futebol mundial, como as “escorpianas”, defesas malucas que ele fazia, se jogando para frente e tirando a bola com os calcanhares. A mais ousada e famosa delas passa constantemente nas TVs e telões do mundo, no estádio Wembley em 1995, em amistoso da Colômbia contra a Inglaterra.

Higuita era um showman que ia ao ataque, driblava e até hoje é o terceiro goleiro artilheiro do mundo, com 41 gols; atrás de Rogério Ceni (129) e do paraguaio Chilavert, 62. Também costumava errar feio, como nas oitavas de final da Copa da Itália, quando tentou driblar Roger Milla, perdeu a bola e tomou o gol que classificou Camarões.

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“El Loco” Higuita é há quase três anos treinador de goleiros do Al-Nassr, da Arábia Saudita, cujo treinador é o ex-atacante da seleção paraguaia Roberto Cabañas, que fez fama defendendo o Boca Juniors e trocando porradas com os jogadores do River Plate. Jogou com Pelé e Beckembauer no New York Kosmos. Eles estão em Santiago participando de eventos da Adidas, que os tem sob contrato para ações de marketing mundo afora. Muito gentil com todos que o abordam, não se negam a uma conversa, fotos e autógrafos.

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A carreira de Higuita foi marcada por polêmicas e dramas também fora de campo. Foi preso seis vezes na Colômbia por ser amigo de Pablo Escobar, o poderoso chefe do Cartel de Medellin, tendo visitado-o na cadeia, e depois acusado de participar do sequestro da filha de um ex-aliado do traficante, o que lhe custou a ausência na Copa de 1994. Quase morreu em virtude de uma toxoplasmose em 2009 e deu um soco na cara do comentarista colombiano César Lodoño, que insinuou que ele tivesse se vendido em um jogo.


Escândalos da FIFA e Conmebol reforçam minhas convicções sobre arbitragens tendenciosas no futebol

Senhoras e senhores,

quem me dá a honra da leitura neste blog, em minhas colunas e em minhas participações no rádio e TV é testemunha de uma convicção que tenho, considerada por muitos, “teoria conspiratória”. É sobre erros de arbitragens e a teimosia da FIFA em não aceitar a tecnologia para tirar dúvidas em lances capitais dos jogos de futebol: é de interesse dos cartolas mais poderosos, que mandam e se aproveitam do futebol mundial, que essas dúvidas existam sempre, pois através delas, pode-se justificar arbitragens tendenciosas, subornadas ou não. E o esquema vai descendo da FIFA para as Confederações, Federações e até Ligas, gerando fraudes e fortunas que nunca podem ser desmascaradas porque foi um “erro” do árbitro ou auxiliar, ou uma “interpretação” se foi ou não pênalti e por aí vai.

Se o futebol adotasse a tecnologia, como tantos outros esportes já aderiram com sucesso, essa mamata acabaria e tiraria as tetas da boca de milhares de cartolas, agentes e profissionais do apito mundo afora.

Gosto sempre de citar a frase do Walter Clark, o poderoso publicitário, criador do “Padrão Globo de qualidade”, que escreveu em seu livro de memórias “O Campeão de Audiência”, sobre a experiência que teve como vice-presidente do Flamengo nos anos 1980: “Se acham que não se compra mais arbitragens de futebol, os senhores estão redondamente enganados”.

Este caso do Carlos Amarilla é apenas um e a vítima da vez foi o Corinthians. Será que ele estava mesmo comprado? Só ele ou o bandeirinha também? Ou ele e os dois bandeirinhas? Ou só um bandeirinha? Ou só os dois bandeirinhas? Ele pode ter sido “vendido” na história sem saber?

E o beneficiado foi o Boca Juniors, que entretanto parou no News Old Boys! Por quê parou?

E nas incontáveis vezes em que o Corinthians foi flagrantemente ajudado por arbitragens, principalmente no Campeonato Brasileiro?

Não vou nem citar os furtos contra o Atlético e o Cruzeiro a favor de paulistas e cariocas, para não me alongar mais do que já alonguei neste nosso papo. Além do mais, em Minas, a nossa dupla mais poderosa também já se beneficiou demais de erros absurdos de árbitros contra o América e clubes do interior. Ou não? Foram erros? Ou foram jogos comprados?

Só a tecnologia poderia acabar com essas dúvidas nos gramados e fora deles. Enquanto isso não ocorrer permanecerá a pergunta: o árbitro e ou os bandeiras estavam no bolso de alguém ou erraram porque todo humano erra?

Com estes escândalos na FIFA e Conmebol, fica cada vez mais claro porque estes manda-chuvas nunca aceitam que câmeras corrijam erros de quem dirige os espetáculos!

E a principal notícia aqui no Chile hoje foi essa:

* “Trio paraguaio fora da Copa América após caso das escutas” (mais…)


Carlos Amarilla fez palestra em Belo Horizonte ano passado e disse que árbitro tem que ter “postura”

* “Carlos Amarilla, de 44 anos, é considerado uma das referências na arbitragem sul-americana”

Parecia um “estadista” falando para colegas mineiros. Colocou toda a categoria em cheque. Aí está a “memória eletrônica” do jornal O Tempo em reportagem do Thiago Nogueira:

PUBLICADO EM 23/10/14 – 22h33

* EM PORTUGUÊS CLARO

Árbitro Carlos Amarilla cobra postura e preparo físico dos colegas

Paraguaio ministrou palestra para mineiros em simpósio de arbitragem promovido pela Federação Mineira de Futebol

Árbitro da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, o paraguaio Carlos Amarilla ministrou ontem à noite uma palestra motivacional para os árbitros mineiros. Em época de grande pressão sobre a arbitragem, Amarilla procurou mostrar como deve ser a postura em campo e cobrou um bom preparo físico dos colegas. “O treinamento tem que ser constante. Hoje precisamos ter preparadores fisicos, que nos treine para chegar bem fisicamente no fim de semana. Se você está perto da jogada, tem mais credibilidade e ganha o respeito do jogador”, afirmou Amarilla, que completa 44 anos no próximo dia 26. “Hoje não tem mais essa de correr em diagonal, tem que ser atleta”, completou. (mais…)


Dia a dia chileno com poluição, nevoeiro, frio e onde campanha antitabagista não pega

O argentino Jorge Sampaoli, técnico do Chile desde 2012, virou livro, recém lançado e vendendo muito no país. Obstinado pelo trabalho, tirou o Chile da 7ª colocação nas eliminatórias, saindo nos pênaltis da Copa, em Belo Horizonte, contra o Brasil.

* * *

Neste intervalo de fase da Copa América, uma raridade comemorada por todo treinador de futebol: quase uma semana para poder treinar o time. Ontem a seleção de Dunga voltou a trabalhar, mas segunda-feira os jogadores tiveram folga e puderam andar pelo intenso comércio de Santiago e conviver com a população se protegendo do frio intenso e do primeiro dia de emergência ambiental em função do temido “smog” (smoke + fog), nevoeiro contaminado por fumaça e outros gases poluentes, que faz os chilenos de Santiago sofrerem e os obrigar a mudar de hábitos para evitar maiores danos à saúde. A capital do país sofre particularmente com o fenômeno por estar dentro de um vale, cercada pela Cordilheira dos Andes, onde raramente venta. Homens, mulheres e crianças com lenços ou máscaras nos narizes e bocas, muitos espirros e olhos avermelhados. No trânsito, rodízio de carros; nas rádios, TVs e jornais, reportagens sobre o assunto e campanha governamental sobre os cuidados que devem ser tomados.

Mas os chilenos não abrem mão de dois hábitos: o café nas incontáveis lojas e lanchonetes especializadas e o cigarro, que chega a impressionar. Certamente o movimento antitabagista mundial, que pegou até no Brasil, não pegou e dificilmente pegará no Chile. Fuma-se “desbragadamente”, em todos os lugares. Com a proibição em locais fechados, a chilenada enfrenta o frio bravo, vai para a rua e solta fumaça à vontade, feliz da vida.

TOCOS

E depois joga o toco em qualquer lugar também. As calçadas e os “Paseos”; belos e agitados quarteirões fechados de Santiago ficam lotados de tocos de cigarro, coisa que pouco se vê em Belo Horizonte.

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Por outro lado a cultura chilena não dá colher de chá para outras questões levadas muito a sério por aqui, como dirigir alcoolizado, por exemplo. Nem estrelas nacionais têm perdão, como o atacante da seleção Álvaro Vidal, que bateu a Ferrari num dia de folga, saindo de um Cassino, depois de tomar “dois tragos”, segundo ele. Quis doar o prêmio que receberá pela participação na Copa América, para um conhecido Instituto que dá assistência a vítimas de acidentes de trânsito, mas teve a oferta recusada.

VIDAL

O Instituto Fundação Emilia recusou a oferta de Vidal, pelo menos por enquanto, alegando que precisa aguardar o resultado do inquérito policial em curso contra o jogador e o pronunciamento final da Justiça, sobre a culpa ou não dele. Diz o diretor executivo da entidade, Carlos Albornoz, que se trata de uma questão de convicção e que apenas o dinheiro de Vidal não garante que ele vá mudar o comportamento no futuro. Como alguém público, precisa dar bons exemplos. Dependendo do acerto dele com a Justiça, a verba será aceita.