O presidente e o treinador; alvos preferenciais
Dois e-mail de dois cruzeirenses que recebi em minhas colunas nos jornais O Tempo e Super Notícia:
No primeiro o Paulo Costa pega a diretoria e o técnico Marcelo Oliveira. No segundo o Luiz Eduardo Peixoto questiona o goleiro Fábio:
* “É impressionante a diferença de atitude e desempenho da diretoria do Atlético em comparação com a do Cruzeiro. O Atlético manteve a base do time do ano passado e foi competente e rápido na contratação do Lucas Pratto e do Thiago Ribeiro. O Cruzeiro está a uns 100 dias falando em contratar um armador, mas sua diretoria não teve capacidade de fazer isso. Não deu conta. Aquele episódio de o Joel ter sido barrado na Argentina por falta de passaporte mostra bem como a diretoria do Cruzeiro tem sido inapta e amadora. Por causa desse tipo de deficiência administrativa e técnica quem perde é a instituição. Basta ver o exemplo do Grêmio, comandado de modo ineficiente nos últimos anos e que viu, no último domingo, o Internacional levantar o pentacampeonato. O papo de que, no mercado, não tem opções não cola. Tanto tem que os clubes com diretorias competentes contratam. O Cruzeiro precisa de mudar de rumo, dispensar o treinador Marcelo Oliveira e contratar diretores que entendam de futebol, tenham energia e interesse, apresentem bons resultados e justifiquem seus salários. Conforme se previa, o presidente Gilvan de Pinho Tavares iria esperar o Marcelo Oliveira perder o campeonato mineiro e a Libertadores para perceber que esse técnico não dá mais. Tem o mérito de ter conquistado dois brasileiros, mas acumula uma série monumental de erros. A chance de o São Paulo eliminar o Cruzeiro é de 99%, inclusive com possibilidade de aplicar goleada no Morumbi. Alguma coisa precisa de ser feita. O Cruzeiro não é propriedade particular do Sr. Gilvan e do Sr. Valdir Barbosa. Eles devem satisfação à multidão que gosta desse clube. Dirigir um clube desses exige motivação, dedicação e um nível mínimo de produtividade.”
Paulo Costa – BH
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Luiz Eduardo Peixoto:
“Bom dia Chico,
estou querendo saber sua opinião com total sinceridade sobre o goleiro Fábio. Torço para o Cruzeiro e juro do fundo do coração que não acho o Fábio esse super goleiro que a maioria acha, ele falha muito, espalma atoa saiu mal posiciona mal e aos que acham q ele é injustiçado queria saber o q vc pensa sobre ele…”
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Penso o seguinte das duas opiniões: concordo com o Paulo no que se refere à lentidão da diretoria em agir e buscar as peças de reposição que o time precisava. O presidente Gilvan errou ao querer acumular a presidência com a diretoria de futebol. É uma missão impossível, além de arriscada. Presidente de um clube como Cruzeiro tem coisa demais para resolver, além de ser a instância maior da instituição. Quando há crise, é possível contorná-la trocando o diretor ou treinador, mas o presidente precisa ser preservado até o fim do mandato. Ele pôs a própria cabeça a prêmio quando assumiu o futebol.
Além do mais o Valdir Barbosa e o Benecy Queiroz não têm a autonomia para resolver o que é preciso com a urgência que o futebol exige. Têm que encontrar primeiro o presidente para saber se podem ou não. Se um ou outro tivesse sido nomeado oficialmente como substituto do Alexandre Mattos, possivelmente já teriam mostrado bons resultados porque são do ramo e têm experiência para a função de diretor de futebol. Mas, do jeito que se encontram, é complicado.
O estadual já era; a Libertadores está em disputa; o Brasileiro começa neste fim de semana e as aquisições “pontuais” e necessárias para esta temporada, pedidas pelo treinador, ainda não chegaram.
Quanto ao questionamento do Luiz Eduardo ao Fábio, respondi a ele o seguinte: considero-o um grande goleiro; responsável por importantes vitórias do Cruzeiro em momentos cruciais, mas sem a “divindade” que muitos querem creditar a ele.