Muito interessante a situação de dois grandes clubes brasileiros que estão lambendo uma imbira danada, vendendo almoço para comprar o jantar: Santos e Botafogo!
O ex-presidente do clube carioca, Mauricio Assumpção, entrou detonando o antecessor, Bebeto de Freitas, levantando dúvidas quanto à correção dele e essas coisas que muitos recém empossados fazem em relação a quem sai. Uma sacanagem tremenda com o Bebeto, sujeito correto, que assumiu o Botafogo morto e o deixou em condições infinitamente melhor que este Assunção deixou agora.
Assumpção
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Em 2010, durante a Copa da África, o então presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, transitava nos centros de imprensa, hotéis da seleção brasileira e demais instalações Fifa, onde havia mídia, dando entrevistas e tratado como novo mago em gestão esportiva, modelo de competência gerencial e blábláblá…
Saiu antes do fim do mandato e está se virando para tentar explicar a caótica situação financeira e administrativa na qual o Peixe se encontra.
E como o Brasil é o país da impunidade, ninguém paga por nada do que faz de errado e ficamos por isso mesmo. Única punição que costuma alcançar essa gente é a execração pública, quando o sujeito tem vergonha na cara. Mas a maioria é cara de pau e não está nem aí!
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Viram o ex-Ministro do Esporte Agenllo Queiróz, e mais recentemente ex-governador do Distrito Federal? Foi o que mais gastou com estádio para a Copa do Mundo, deixou os funcionários sem receber salários, saúde, educação e outros serviços aos frangalhos, mas gastou uma fortuna reformando a residência oficial usada por ele e antes da virada do ano se mandou para os Estados Unidos.
E numa futura eleição é capaz de retornar “nos braços do povo”.
A Folha de S. Paulo entrevistou ex-ídolos do Santos e Botafogo.
Confira:
* ‘É a pior crise da história do Santos’, afirma Pepe
Outros ex-craques também revelam preocupação com situação
José Macia, 79, o Pepe, ex-ponta-esquerda nos anos de ouro do Santos, escolheu a cidade de Socorro, a 132 km de São Paulo, para descansar. Ao lado da mulher, Lélia Macia, a ida ao interior tornou-se uma tradição para o veterano nos últimos anos, mas dessa vez o retiro foi abalado.
“Tive um momento de tristeza durante esse período de descanso ao acompanhar as notícias e ver que o Santos passa dificuldade, que jogadores acionam a Justiça contra o clube e está complicado contratar”, diz Pepe àFolha.
Companheiro de Pelé e considerado uma lenda na Vila Belmiro, o ex-jogador e técnico considera a atual crise financeira do clube como a mais grave da história.
O Santos deve salários, direitos de imagem, 13º, férias e fundo de garantia para jogadores do elenco e até para quem já saiu –caso do atacante Leandro Damião, emprestado para o Cruzeiro. Seis jogadores já entraram na Justiça para cobrar os valores.
Com dívida de R$ 400 milhões, o clube, que neste ano passou a ser presidido por Modesto Roma Jr., busca parceiros para sair da lama.
“Já vi o Santos em momentos difíceis, mas jamais nessa situação de emergência financeira. É a pior crise da história”, afirma Pepe, segundo maior artilheiro de todos os tempos do Santos, com 405 gols, atrás só de Pelé.
Pepe sugere uma solução caseira para o clube se reerguer. “A base sempre foi aliada do Santos nessas horas. Talvez seja hora de deixar de contratar e tentar formar um time com os meninos”, diz.
SUSTO
Carlos Alberto Torres, 70, ex-lateral direito do Santos, e Edu, 65, ex-ponta esquerda do clube, também vêem o quadro atual do Santos com tristeza e preocupação.
“Foi uma série de contratações supervalorizadas pelas últimas gestões. O Santos revelou Neymar e Ganso e aplicou mal o dinheiro. Gastou milhões em jogadores que não valiam tanto”, diz Edu, sem, contudo, indicar nomes.
Para Torres, o cenário assusta. “Estou no Rio [sem acompanhar o dia a dia do clube] e pensei que o Santos era um dos poucos clubes com dinheiro em caixa por causa da venda do Neymar [em 2013], mas não é”, diz.
Para ele, a prioridade da diretoria deve ser negociar os salários atrasados.
“Hoje, o Botafogo está saindo de uma crise financeira e só faz isso com os pés no chão. Muitos jogadores tiveram os salários renegociados e recebem menos de R$ 100 mil mensais. Só nomes como o Jefferson, que é de seleção, ganham mais”, compara.
Em relação à base como salvação, ele é mais reticente que Pepe. “Não adianta se apegar à base pensando que é a solução econômica. Resolve se tiver um Neymar, um Ganso. Se a safra não é boa, não vai adiantar”, completa.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/204050-e-a-pior-crise-da-historia-do-santos-afirma-pepe.shtml