Nestes tempos malucos em que a ignorância humana quer impedir a qualquer custo o direito de opinião e à informação, é preciso cuidado com toda tentativa de silenciar a quem quer falar e escrever.
Sobre este tema, sugiro a leitura do editorial do jornal SETE DIAS que circula hoje:
* “Intolerância inaceitável”
O ano começou de forma trágica contra a liberdade de expressão, com o atentado à redação do jornal Charlie Hebdo que matou 10 jornalistas e dois policiais em Paris. A intolerância atinge a níveis insuportáveis mundo afora e os meios de comunicação são o alvo preferencial de quem se sente incomodado com informações ou opiniões contrárias aos seus interesses ou às suas convicções. Os terroristas que agem dessa forma, por questões religiosas, políticas ou de qualquer natureza são irracionais. Se fossem humanos normais usariam as mesmas armas dos seus supostos detratores: idéias, argumentos, canetas e papéis.
O contraditório e o debate são as bases fundamentais do Direito Universal e toda ameaça e agressão são inaceitáveis. Menos mal que a França, os países islâmicos e todo o mundo civilizado reagiram com vigor e se uniram na condenação a este tipo de prática, além de iniciarem imediatamente após a barbárie a caça implacável aos criminosos.
Em todo o mundo o direito à informação precisa ser defendido, mesmo quando a tentativa de censura seja através de mordaças travestidas de leis, como muitos governantes impõem ou tentam impor, principalmente nos países de pouca cultura, educação e de democracias frágeis. Na América do Sul, Hugo Chávez implantou um regime à moda Cuba, que controla o parlamento, o judiciário e os meios de comunicação. Pouco tempo depois foi imitado por outro projeto de ditador, Rafael Corrêa do Equador, e por mais inacreditável que seja, até a presidente Cristina Kirchner, da Argentina, primeiro país do continente 100% alfabetizado, tenta entrar nessa ao implantar regras de controle à mídia, que visam apenas calar os veículos de comunicação que não lhe são simpáticos.
Ministro Ricardo Berozini
No Brasil, o recém empossado Ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, recomeçou este mesmo discurso, iniciado no fim do governo Lula, quando o escândalo do mensalão ameaçava colocar figurões do PT na cadeia. Felizmente, em novembro de 2012 a presidente Dilma encerrou as pressões para que apoiasse essa excrescência com uma frase que precisa sempre ser repetida por quem preza a democracia: “Estou convencida de que, mesmo quando há exageros, e nós sabemos que em qualquer área eles existem, é sempre preferível o ruído da imprensa livre ao silêncio tumular das ditaduras”.
Que ela não tenha mudado de opinião!