O leitor José Eduardo Barata fez interessantes comentários e uma cobrança a este colunista: “…por favor , não entre nessa do culto ao Neymar. Ele joga absolutamente a mesma coisa que muitos jogadores
que estão por aí, nesta competição.
Ele “desafoga” o jogo assim como Campbell desafoga, assim como Robben o faz, o mesmo que Müller e Messi têm feito.
E todos os citados não precisam das “gracinhas” que fazem narradores e comentaristas irem à loucura, provocando um êxtase coletivo.
Insuportável. Mascarado, marqueteiro, um pseudo líder. Eu, que venho dos tempos em que Barrica, pelo Democrata de sua terra, “aprontava” das suas em jogo contra o Galo,
não entendo essa “neymania” nos dias de hoje.
Não é possível exaltar os gols feitos contra Camarões, que, simplesmente, entregou todos os gols. Todos!
A comentar o fato que a seleção de Camarões jamais poderia estar numa disputa como uma Copa, um grupo totalmente alheio à competição, sem esquema, sem compromisso, sem responsabilidade.
E ver que um jogo como esse merece análises profundas, com
Noriegas, Belletis e similares tentando nos mostrar o que absolutamente não existiu.
Desculpe o desabafo, e entenda o motivo por não ter usado o espaço dos comentários: fui bastante prolixo. Um abraço, de seu leitor,
José Eduardo Barata”.
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Agradeço ao José Eduardo Barata e garanto que não entro nessa de grande parte a imprensa brasileira de criar e cultuar mais um ídolo em nosso futebol, ainda que para isso tenham que forçar mil barras e queimar etapas; tudo em nome do “futebol comercial”, como diz o colega jornalista José Luiz Gontijo. Nesta Copa, na rede de TV oficial, parceira da Fifa, o que menos se pratica é jornalismo.
Neymar e demais integrantes da seleção, entre jogadores, comissão técnica e dirigentes, são produtos e agentes transformadores de lucro. Viram o bigode do Fred?
Ganhou mais notoriedade que os gols que o atacante não tem feito! Daqui uns dias vai aparecer uma lâmina ou barbeador para “cortar” o bigode do Fred, ou um cosmético qualquer com um tom de cor tal, que será responsável por algum “milagre” criado na medida para render grande faturamento.
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O grande problema do efeito que o futebol provoca em países como o Brasil é que qualquer vitória, ainda que sobre Camarões, mascara todos os defeitos, dentro e fora de campo. Felipão tem falado que a seleção está evoluindo. Não sei onde, mas grande parte da imprensa concorda com ele.
Demagogicamente o treinador disse que não gostaria de ter o Chile como adversário; e tem gente que acredita!
Vejo o Neymar como a esperança de tirar o time do Felipão de situações complicadas, como Messi tirou a Argentina contra o Irã; Robben abriu as portas para liquidar com a Holanda; Benzema, que supriu a falta do Ribery; enfim. Toda seleção tem um jogador “diferenciado”. Contra Camarões, Neymar desempenhou este papel, mas ressaltei, que este adversário não serve para medir competência de nenhuma seleção.