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Repercussão ruim

Adotar torcida única nos clássicos desagradou a quase todo mundo, na capital e interior. Veja o que o Fernando Rocha, grande nome da imprensa do Vale do Aço, escreveu em sua coluna de hoje no Jornal do Vale do Aço:

Grande bobagem

A decisão de “respeitar” o regulamento do Campeonato Brasileiro e destinar à torcida do clube não-mandante, apenas 10% do total de ingressos colocados à venda, anunciada com estardalhaço na semana passada pelos presidentes de Cruzeiro e Atlético, na verdade esconde uma série de outros interesses, que dizem respeito tão somente aos clubes, sem acrescentar nenhuma melhoria à segurança dos torcedores.

O Cruzeiro abraçou a idéia, pois entende que ela vai contribuir para alavancar ou tornar mais atraente, o seu recém-lançado programa  “Sócio-Torcedor”, que assim  poderá incluir no rol de vantagens, o acesso garantido em uma das partidas na qual o clube seja o mandante.

Já a diretoria do Galo, após fazer as contas, viu que dividir a arrecadação nos dois jogos do turno e returno com o rival dá no mesmo, ou seja, se tiver a renda total de apenas um deles é a mesma coisa.

Além disso, no jogo em que for o mandante, poderá utilizar o   túnel da direita onde fica o bandeirinha, sem a alegada falta de segurança pois neste dia ali estará  a sua própria torcida.

Há, ainda, uma série de outras razões, mas o quesito “segurança” passa longe, muito longe de ser o motivo principal para essa tomada de posição dos nossos dois maiores clubes, que de alguma forma agindo assim ferem a Constituição Federal, pois inibe o direito de ir e vir dos cidadãos, que só querem ir ao estádio e terem o direito de torcer pelo clube do coração, sem criar confusão.

  • Vale ressaltar que a Polícia Militar, através do seu comando na capital, manifestou-se contrária à esta iniciativa, afirmando estar apta a dar segurança aos torcedores dos dois lados, como tem feito ao longo dos anos. As estatísticas comprovam que dentro do Mineirão a violência praticamente inexiste e que os problemas se concentram  do lado de fora.
  • A lei seca, que proibiu a venda de bebidas alcoólicas no interior dos estádios, contribuiu para reduzir ainda mais os índices de violência, mas não pode servir como ponto de partida para outras proibições, que acabam por retirar a alegria e o encantamento, que fazem do futebol o esporte mais popular deste país, sendo considerado patrimônio da cultura nacional.
  • Na minha opinião, o grande fator gerador da violência no futebol, dentro ou fora dos estádios, é a impunidade. Nesse aspecto, me surpreende o fato do Ministério Público avalizar iniciativas pouco ou nada produtivas como esta, que limita a presença da torcida em clássicos como Cruzeiro/Atlético, ao invés de liderar uma campanha visando criar os instrumentos, que permitam punir com o rigor e rapidez necessários, os torcedores-infratores ou violentos, seguindo o exemplo de outros países mais desenvolvidos como a Inglaterra, Alemanha, Espanha, por aí afora.
  • Ao longo dos anos, assistimos  à escalada da violência nas nossas grandes e médias cidades, sobretudo pela ação cada vez maior de traficantes de drogas, se impondo em territórios onde o estado brasileiro se ausenta de forma irresponsável e até cruel. Então, vamos imaginar o que seja isso no futebol, que é uma espécie de caixa de ressonância da nossa sociedade.
  • Os dirigentes fazem bobagens, uma atrás da outra, sem parar. Não são capazes de administrar as próprias finanças, o que dizer dos clubes que dirigem, muito menos são fiscalizados e responsabilizados pelos atos que praticam. Então, não podemos  avalizar uma besteira dessas, que só serve para botar mais lenha na fogueira da violência dos torcedores irracionais, que continuarão aprontando, até que um dia se conscientizem de que a farra terminou; e , que se não mudarem o comportamento, irão mofar atrás das grades, o local mais indicado para abrigar este tipo de gente.”

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Comentários:
2
  • Alex disse:

    E o jogo entre galo e cruzeiro pelo primeiro turno(único)
    do campeonato mineiro do ano que vem ?
    Será decidido na moeda ??
    Os dirigentes são muito, mas muito burros mesmo.
    Não pensam lá na frente o problemão que irão encontrar.
    Aliás nem a imprensa questionou isso também.
    Por isso que no Brasil só depois que alguem morre
    é que se toma alguma atitude!!!!!11

  • Francisco Assis Lopes disse:

    Boa tarde, acabo de ler o comentario do Fernando do jornal do vale do aço em seu site Xará e concordo com ele em tudo o que diz, é muito mais fácil tirar as pessoas de bem dos estádios do que enajular os bandidos que frequentam o mineiraõ . Chico de Diamantina/mg