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Hora de ativar o plano B

Uma visão diferente da situação do Cruzeiro vem da Inglaterra. Do Alisson Sol, correspondente informal do nosso blog. Vale a pena ler:

 “Olá Chico,

Já havia escrito há algumas semanas que há certamente algumas desavenças no grupo do Cruzeiro. Mas nada além do que normalmente ocorre em qualquer grupo de pessoas. Infelizmente, boa parte da imprensa tenta dramatizar qualquer situação, e há gente confundindo a profissão de Jornalista com a de Jornaleiro. Há poucas semanas, “jornalistas” dramatizavam a gripe suína na Argentina, e sugeriam até que o Cruzeiro não fosse para a primeira partida da final da Libertadores. Estranhamente, ninguém sugere um boicote da seleção brasileira à partida pelas eliminatórias da Copa, a ser realizada na cidade de Rosário. Muito estranho. Segundo o site que mantém estatísticas da doença, http://flutracker.rhizalabs.com/, La Plata tem até hoje um único caso fatal, enquanto Rosario tem 44 casos fatais. Dramatizar parece ser mais fácil do que investigar.

Voltando ao Cruzeiro, não há motivo algum para desespero. É preciso agora ser realista, e ativar o “Plano B”. A administração do clube deve planejar as metas para 2010, e começar o “post mortem” de 2009 o quanto antes. O time deve se preocupar em alcançar logo uma boa posição no Campeonato Brasileiro, de forma a poder se preparar para a disputa da Copa do Brasil no próximo ano. Vários jogadores precisam ser vendidos, e o clube precisa dar experiência a jogadores de divisões de base durante a reta final do Brasileiro. Quanto ao Adílson, eu acho que ao garantir o treinador “até o final do ano”, o presidente talvez tenha dado uma boa indireta a respeito deste seu ciclo no clube.

Minha opinião sobre o maior erro da administração do Cruzeiro este ano: ainda estão achando que estão lidando apenas com jogadores de futebol. Só mesmo a imprensa mineira para acreditar ainda em “complô de vestiário”, liderado por jogadores com nível de primeiro grau (o que não escrevo de forma alguma em detrimento dos jogadores, em sua maioria trabalhadores e geralmente fonte de renda para grande parte de suas famílias). Até há pouco tempo, dirigentes de clubes negociavam diretamente com jogadores, ou com os pais dos mesmos, ou “empresários” amadores. Hoje em dia, a maioria dos jogadores são gerenciados por empresários muito bem preparados, alguns com mestrado e até doutorado em administração. Jogador algum vai se aliar a um colega de profissão, em detrimento dos conselhos de seu empresário. Pode até faltar disciplina tática dentro de campo. Mas jogador desobedecendo seu empresário geralmente tem sua carreira terminada bem antes das contusões. Em um time em que a maioria dos jogadores veio até mesmo de outros estados, só mesmo torcedores bastante inocentes para ainda acreditarem que jogadores vão tentar derrubar o técnico para poderem “ficar à vontade no clube”. Pelo contrário: tem jogador que provavelmente está forçando expulsão até para se indispor com a torcida, facilitando sua negociação.

Alisson Sol”


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