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Barrichello, também, nunca foi santo neste circo

Sobre nota em minha coluna sobre o Circo da Fórmula 1, o Alisson Sol, lá da Inglaterra, escreveu:

“Farsa. Rubens Barrichello disse que Nelson Piquet “foi um grande piloto mas ainda tinha muito a crescer como cidadão”. Com a farsa do filho, Nelsinho, que depois entregou a sujeira, num acordo de “delação premiada” com a FIA, ficou a dúvida do que é pior: um farsante ou um traíra? E Piquet ficou mal, porque é claro que estava por dentro de tudo que estava acontecendo.

Só para que eu entenda bem: sua dúvida em relação ao “farsante” incluía o Barrichello, não é mesmo? Afinal, é preciso lembrar que Barrichello entregou uma corrida a seu companheiro de equipe, desta forma falsificando o resultado oficial da competição. Para os que acham que isto é irrelevante, é preciso lembrar que há um enorme mercado de apostas nos países da Europa. Muita gente perde (e ganha) dinheiro com apostas que vão da Fórmula 1 ao tênis, só para esquecer um pouco o futebol, criquete, etc. Nada pessoal, mas não me parece haver santo neste “circo da Fórmula 1” (nunca vi descrição mais apropriada!). Não quero parecer defensor do Piquet Jr., mas gostaria de perguntar-lhe o seguinte: você acha que esta foi a primeira vez que isto aconteceu? Acha mesmo que dirigentes da F1 iriam dar imunidade ao Piquet Jr. se não temessem o fato de que o Piquet pai provavelmente sabe muito mais do que o filho? 

O pior nestes casos é ver a patriotada dos meios de comunicação. Em 2007, quando a McLaren foi punida por ter obtido informações técnicas da Ferrari, a imprensa inglesa praticamente só noticiava uma coisa: o fato de que a Renault também havia obtido informações técnicas da McLaren, mas não foi punida. Agora, a imprensa inglesa está se deliciando com a armação na Renault. Enquanto isto, o jornal Le Monde deste final de semana tem em sua terceira página uma reportagem enorme sobre os “Caríssimos patrocinadores da Fórmula 1”. A reportagem, ocupando 80% da página, foca no fato de que a McLaren é uma empresa sem ações na bolsa, desobrigada de apresentar seu balanço em público, mas com receita estimada em 1 bilhão de dólares por ano, e aproximadamente 1,200 funcionários. Após listar vários fatos irrelevantes, a reportagem “lembra” que a McLaren foi punida em 2007 devido ao caso de espionagem. Após esta longa matéria fria, uma reportagem pequena ao pé da página diz que “A escuderia Renault é acusada de armação por um de seus pilotos”. A reportagem faz questão de citar que a FIA ainda não autenticou os depoimentos que já aparecerem em diversos sites na Internet, feitos por Nelson Piquet Jr. Finalmente, em algo que não li em outro lugar, cita novamente Barrichello, que teria dito que esta estória parece estranha, e que alguém provavelmente quer a cabeça de Flavio Briatore. Ao que parece, bairrismo da imprensa não é monopólio de ninguém!

Um abraço,

Alisson Sol”


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Comentários:
4
  • Anderson Durães disse:

    ÉTICA??
    PRA MIM ESSES FATOS FEREM A DIGNIDADE DA INSTITUIÇÃO FÓRMULA 1!
    MANIPULAR RESULTADOS E ETC…
    O QUE DIZER ENTÃO DA MORTE DO SENNA??
    UM CARA DETERMINADO E INTRÉPIDO VENCEDOR TRI-CAMPEÃO SEM TER SEQUER O MELHOR CARRO.
    FOI ASSASSINADO POR NÃO SER EUROPEU?
    E POR NÃO RESPEITAR AS REGRAS DE QUE “MACAQUITO-SULAMERICANO”
    NUM GANHA NADA POR AQUI!
    HAJA VISTA QUE A SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL “NUNCA” GANHOU UMA COPA EM TERRITÓRIO EUROPEU, POSSO DEDUZIR QUE SIM!!

  • Fred disse:

    Caro Marcelo.

    Do ponto de vista da ética esportiva não mesmo nenhuma diferença. A dierença talvez esteja na ética do homem.

    No caso do Piquetzinho, ele parecia estar de acordo com a tramoia e ainda usou isso como moeda de negociação. Além do que a forma como a manobra foi feita, forjar um acidente, colocou em risco não somente a sua, mas também a integridade física de outros pilotos.

    O que parece (repito, parece… porque em F1 o que parece nem sempre é) é que no caso do Rubinho ficou patente, pela forma como ele entregou aquela corrida (praticamente brecando o carro na linha de chegada), sua discordância com a atitude que foi obrigado a tomar (obrigado, sim, afinal de contas ele era um funcionário que cumpria ordens de seu patrão).

    Também não foi ético esportivamente e também muito temerário Senna forçar um acidente numa largada para ganhar, ainda que muitos se valham do argumento do revide, como se um erro anulasse outro.

    Só acho que o Rubinho, como sempre sem voz e vez, foi o único que de fato não queria ter feito o que fez.

  • Aurelio Miguel disse:

    Chico, fico surpreso como as pessoas gostam de falar mal do Barrichello, quando ele perde crucificam, quando ganha ainda tentam achar formas de denegrir sua imagem, eh algo impressionante!
    Nao estou falando que ele eh santo, mas sao coisas bem distintas. Voce deixar passar por forca de contrato, afinal ele segurou ate o final a primeira colocacao, mas se nao desse passagem seria fatalmente demitido da melhor equipe da F1! E no caso do Piquet?!
    Temos que separar as coisas e deviamos valorizar os brasileiros que honram o nome da nossa patria pelo mundo a fora!

    Incluindo ai todos os esportes e pra mim Barrichello honra o nome da nossa patria, mas infelizmente a grande maioria nao valoriza isso.

  • Eujácio disse:

    Chico, não é aceitável o que o Piquet Jr. fez, inclusive, só denunciou depois que perdeu a “boquinha”. Mas, muitos não podem atirá-lo a 1ª pedra, pois nos esportes está cheio disso, principalmente no Box, Automobilismo e Futebol. Lembra da farsa do Maguila? Tá vendo como o Brasileirão está emocionante e fornecendo altos picos de audiência? E como se explica tantos erros primários de arbitragens? Você sabe que a poderosa interfere até em desfile de escolas de samba… Abs.