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Jornalistas apanharam da polícia durante jogo do América

Jornalistas alagoanos enfrentaram retaliações da Federação do Estado e a covardia da PM deles. Está no site www.comunique-se.com.br:

 

“O jornalista Roberto Baía e o repórter fotográfico Carlos Alberto de Oliveira acusam a Polícia Militar de Alagoas de promover um “espancamento” na partida entre ASA e América Mineiro, pelo Campeonato Brasileiro da 3ª Divisão, na cidade de Arapiraca, no último domingo (13/09). Os profissionais afirmam que foram agredidos por policiais enquanto faziam a cobertura do jogo.

Baía trabalha para os jornais Tribuna Independente e Extra Alagoas e Oliveira é fotógrafo freelancer. Segundo eles, a PM agiu a pedido do delegado de campo e representante da Federação Alagoana de Futebol, Davi Holanda.

Baía conta que o tumulto começou após outro representante da Federação, Júnior Beltrão, a pedido de Holanda, ter dado ordem para que o jornalista se retirasse do local. O jornalista não saiu e pediu explicações. De acordo com Baía, nesse momento Beltrão lhe puxou pela camisa e lhe deu um empurrão.

Agressões da PM
“Logo em seguida apareceram mais de 30 homens da polícia, rasgaram minha camisa e um soldado me derrubou escada abaixo no túnel”. O jornalista afirmou que depois foi informado que o motivo alegado para sua saída do estádio era porque estava de bermuda. “Não vejo isso como um motivo, muitos jornalistas usam bermuda nos jogos daqui”.

Oliveira sofreu uma fratura no braço, causada por uma “chave de braço” da polícia. “Enquanto eu falava, apanhava. Só pararam quando eu fiquei calado. A polícia não veio para apartar, mas para bater. Além da fratura, estou com o ombro ferido, porque me empurraram contra a parede. Estou com dores que nem consigo dormir direito”, contou o fotógrafo.

Após as agressões, a PM encaminhou os profissionais à delegacia, que passaram por um exame de corpo de delito. “Após o ocorrido, fiquei pensando qual era o motivo daquilo. Lembrei que no mesmo dia o jornal Extra de Alagoas tinha publicado três páginas de denúncias contra a Federação Alagoana de Futebol. Deve ser algum tipo de retaliação”, declarou Baía.

Polícia se defende
O Comando do 3º Batalhão da Polícia Militar de Alagoas divulgou uma nota e informou que os jornalistas e os membros da Federação Alagoana de Futebol “entraram em vias de fato” e que a polícia só fez seu trabalho para enquadrar os agressores. “Nenhum policial agiu com excesso e as únicas lesões sofridas foram causadas entre eles”, diz o texto, contrariando a versão dos jornalistas.

FAF nega retaliação
O presidente da Federação Alagoana de Futebol, Gustavo Feijó, negou que o caso tenha sido uma retaliação contra as denúncias à Federação. O presidente disse que se reuniu com Baía no final dessa tarde e que discutiram o assunto. “A questão já foi esclarecida. Não passou de um mal entendido. Vamos emitir uma nota juntamente com o Sindicato dos jornalistas sobre o assunto”.

Sindicato programa audiência
“Nada justifica a violência. A forma de se abordar é outra. Quem conhece a polícia sabe o que é ‘ força moderada’ para eles”, declarou Valdice Gomes da Silva, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Alagoas.

Valdice informou que, além de uma nota oficial, o sindicato marcou para o fim da tarde desta terça-feira, uma audiência com o Secretário de Segurança Pública do Estado e os profissionais agredidos, para discutirem a questão.”


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Comentários:
2
  • matheus disse:

    CHHHHHHHAAAAAAAAAATO

  • Stefano Venuto Barbosa disse:

    Chico,
    é duro ver que em alguns confins desse país a democracia ainda não prospera. E pena que a PM sempre tem uma versão diferente da das vítimas. O pior é que vocês mesmos, jornalistas, deixam isso morrer, deviam levar até o fim. Vide Zuzu Angel, que teve o filho Stuart Angel Jones, morto pela ditadura militar, mas levou o caso até o fim. Uma frase “O que me preocupa não é o grito dos maus. E sim o silêncio dos bons.” – Martín Luther King