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Direto do aeroporto

O outro lado

Passada a euforia da eleição do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016, agora é hora de botar os pés no chão e raciocinar sobre tudo que acontecerá de positivo e perigoso ao Brasil nos próximos anos. Teremos os dois maiores e mais importantes eventos do mundo, consecutivamente no país, com apenas dois anos de diferença de um para o outro.

Vai entrar um volume enorme de dinheiro estrangeiro, de forma direta e indireta, através da FIFA, no caso da Copa do Mundo de 2014, e do Comitê Olímpico Internacional, para os Jogos de 2016. Essas entidades entram com uma boa parte nos gastos da promoção, algo em torno de 33%. Bancam várias instalações esportivas, que têm ligação direta com as competições. Grupos privados também entram, porém a parte do leão nessa conta sai dos cofres públicos.

É um investimento que pode dar retorno sustentável para o resto da nossa história, desde que a fortuna a ser gasta não vá para os bolsos dos políticos e cartolas diretamente envolvidos, na forma das as tradicionais “comissões”, às quais estamos acostumados a ouvir falar.

E o mais grave é que ninguém é punido, a não ser pela execração pública, através da imprensa, e mesmo assim quando a Polícia Federal solta alguma informação a respeito.

Mídia

Numa das colunas passadas, escrevi que durante o congresso do COI, em Copenhague, que Pequim continuava sendo o centro das atenções e assim vai continuar até 2012, quando Londres entrará em cena. Essa divulgação é uma herança em todo o mundo. A presente coluna, escrevi enquanto aguardava o voo de volta, no aeroporto de Frankfurt.

No carrinho

Observo no carrinho de bagagens ao meu lado, a logo-marca “South África’2010”, numa propaganda de um dos patrocinadores privados da FIFA, a montadora coreana KIA Motors. Assim como ela, os demais parceiros da entidade que comanda o futebol, também desenvolvem ações de marketing em todo o mundo, com o nome do país anfitrião.

Incomensurável

Essa mídia se repete com mais intensidade em relação ao COI e às Olimpíadas. É impossível calcular o valor de ações como essas, simplesmente porque é realmente incalculável.

Não podemos é debitar toda a fatura no bolso da população. Caso as obras de infra-estrutura que o país necessita sejam feitas, ótimo; todos ganham.

Começou

Temos ouvido muito pouco, sobre obras de infra-estrutura nestes lances iniciais da Copa de 2014. Falam muito em reformas e construção de estádios, mas nada de estradas, acessibilidade urbana, aeroportos e por aí vai. É importante que cobremos todos os dias de quem detém o poder de decisão e daqueles que têm de fiscalizá-los.


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