Em primeira mão para as senhoras e senhores do blog, a coluna do Fernando Rocha que circulará amanhã nas páginas do Diário do Aço, de Ipatinga:
* “Cada vez pior”
A troca de comando na arbitragem nacional algumas semanas atrás, me deixou curioso e ao mesmo tempo esperançoso, de que poderia haver alguma mudança para melhor.
Ledo engano. O que vimos neste meio de semana em quase todos os jogos, foi uma sucessão de falhas, além de um ambiente suspeito, que nos fez recordar de algumas figuras carimbadas de um passado distante, como Armando Marques, José Assis Aragão, José Roberto Wright, Romualdo Arppi Filho, Sebastião Rufino, Wilson Souza Mendonça e outros.
Nada mudou, por exemplo, em relação à recomendação de não marcar “faltinhas”, só as “faltonas”, como se existisse essa diferenciação na lei esportiva, pois faltas são faltas, e deveriam ser marcadas a fim de desestimular a violência.
Hoje, esta medida esdrúxula, que visa deixar o jogo “mais corrido”, defendida por uma boa parte da mídia, na prática libera os brucutus, que se sentem à vontade para fazer faltas, “faltinhas”, “faltonas”, como queiram, a fim de não “deixar jogar” e prejudicar quem entra para jogar futebol.
Mas, pior de tudo foi o que se viu no tal Fla-Flu da “confusão”, tendo como protagonista um velho conhecido do torcedor aqui nos nossos grotões, que se chama Sandro Meira Ricci, que já faz parte do seleto quadro de personagens citados lá no começo.
De fato, este foi um dos clássicos “mais pegados” dos últimos tempos , entre os dois grandes do Rio de Janeiro, cheio de lances polêmicos, falhas individuais e confusões. Nada igual.
Alertado pelos jogadores rubro negros, que por sua vez foram avisados por alguém do lado de fora, que viu a repetição do lance na TV, o assoprador de apito voltou atrás e anulou o gol marcado em impedimento pelo zagueiro Henrique, que daria o empate ao tricolor.
O problema é que o uso das imagens para dirimir dúvidas no jogo de futebol, uma antiga reivindicação da maioria dos desportistas e da críticda, segundo a dona CBF, só será implantado a partir do ano que vem.
“A regra é clara”, como gosta de dizer o ex-árbitro, hoje comentarista de TV, Arnaldo César Coelho, então a partida deveria ser anulada, porém, neste caso tão discutível, acaba sendo quase impossível provar a sua transgressão, o que faria anular a partida.
Há um ditado popular que diz assim: “Cachorro mordido de cobra tem medo até de lingüiça”. O que mais dizer depois disso? Afinal, são coisas da nossa arbitragem, que infelizmente na dúvida tende a beneficiar os clubes do eixo Rio/SP.
- Faltam exatos 13 dias para o aguardado confronto entre Atlético x Flamengo, previsto para o Estádio Independência, válido pela 33ª rodada.Na década de 80, o Galo tinha um timaço com Reinaldo, Cerezo, Éder Aleixo, Palhinha, Paulo Isidoro, mas o Flamengo também possuía um elenco de estrelas como Zico, Junior, Andrade, Rondinelli, Adílio, Nunes, o goleiro Raul, etc, coisa e tal. E contava também com a preciosa colaboração do “apito amigo”, sempre disposto a socorrê-lo nos momentos difíceis. Só que desta vez a pressão será maior, porque há o interesse dos paulistas.
- Hoje, na comparação dos times e seus elencos, o do Galo é superior a Flamengo e Palmeiras. O que tem favorecido cariocas e paulistas mantendo-os na frente da disputa pelo título, é o espírito altamente competitivo que adquiriram, sobretudo o Flamengo, a partir da entrada do técnico Zé Ricardo no lugar de Muricy Ramalho, afastado por problemas de saúde.
- A semana foi também de confirmação do bom trabalho de Tite à frente daseleção brasileira. Ninguém imaginava que pudesse chegar tão rápido à liderança nessas Eliminatórias Sul-Americanas, com apenas quatro jogos. Quando assumiu no lugar de Dunga, a nossa seleção ocupava a 6ª posição, fora da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018, uma equipe totalmente desacreditada pela torcida e pela crítica. Hoje, está na liderança vindo de quatro vitórias e, o principal, jogando um bom futebol.
- O baranga da semana foi omeia equatoriano Cazares, que não se apresentou ao Atlético no horário combinado, após defender a seleção de seu país pelas Eliminatórias. Abriu espaço para o venezuelano Otero, que não tem a mesma qualidade técnica, mas se deu bem na vitória sobre o América, e pelo menos com ele o treinador sabe que poderá contar. Cazares, além de multado, vai ter de mostrar serviço novamente para voltar a ser titular.
- O torcedor do Galo com mais de 50 anos, se lembra bem deste uruguaio, que foi um dos maiores ídolos do alvinegro na década de 70, o lateral esquerdo Juan Carlos de los Santos Cincunegui, que faleceu na última semana no Uruguai vítima de um AVC. Cincunegui tinha pouca ou quase nenhuma técnica, mas era dono de uma raça inigualável. Se o torcedor atleticano enche a bola hoje de um Patrick, reconhecendo sua garra e dedicação em campo, pode multiplicar por cem, e talvez seja ainda pouco para definir o que foi em campo este uruguaio. Nas entrevistas, Cincunegui sempre se referia à torcida atleticana com a expressão “me querida massa”. Claro, a massa do Galo o adorava. Vai com Deus! (Fecha o pano!)
» Comentar