Esta vitória do Alexandre Kalil para prefeito de Belo Horizonte entrará para a história dos “cases” mais incríveis da política. Apenas 23 segundos de tempo na TV no primeiro turno, um candidato sem papas na língua que se mete pela primeira vez numa disputa das mais complicadas do país.
Alvo de todas as caixinhas de maldades possíveis que movimentam o jogo político, os adversários dele, cujos caciques são fortíssimos na mídia nacional, detonaram um ataque final na sexta-feira que era pra arrebentá-lo: a capa da Revista IstoÉ, com uma foto antiga dele, início do mandato no Galo, tempos em que ele fumava desbragadamente, com a manchete em letras garrafais: “As mentiras de Kalil”. Só faltou chamá-lo de “D. Corleone”. Uma peça clara de campanha política, porém, disfarçada de jornalismo, para ficar dentro da lei eleitoral.
Nas primeiras horas da sexta-feira uma avalanche de mensagens via whatsapp, inundava todos os celulares possíveis. Quando vi, pensei que fosse apenas mais uma dessas montagens, comuns em campanhas políticas. Mas daí a pouco vi a revista nas bancas. No sábado à tarde, pouco antes de Atlético x Flamengo, funcionários da campanha do PSDB distribuíam panfletos do João Leite e chamavam a atenção para a capa da IstoÉ. Quem estava no tradicional bar do Salomão, na Serra, testemunhou. Tradicional reduto atleticano, a reação dos freqüentadores foi a pior possível, e os jovens tucanos que distribuíam o material foram embora.
Ontem, dia a eleição, bem cedo, durante a minha caminhada, vi todas as bancas de jornal com este este cartaz, “divulgando” a edição semanal da IstoÉ. Uma covardia sem tamanho, porém, rechaçada pelo eleitorado nas urnas.
Banca na Avenida Barão Homem de Melo
Parabéns Kalil! Se fizer por Belo Horizonte a metade do que fez pelo Atlético, entrará para a história como um dos melhores prefeitos que a nossa capital já teve. É uma missão muito mais complicada, mas competência e acima de tudo coragem não lhe faltam!
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