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Homenagens aos 100 anos do João Saldanha, o “João sem Medo”

Hoje ele estaria completando um século de vida. Há pouco tempo fiquei sabendo que ele era tio do Bebeto de Freitas, irmão da mãe dele. Todas as homenagens que têm saído na mídia a essa grande figura, desde sábado, são muito justas. Tive o privilégio de bater alguns papos com ele, nas coberturas de campeonato nacional, Libertadores e seleção brasileira. Uma dessas foi em Goiânia, no dia seguinte àquele escândalo das cinco expulsões do Atlético, pelo José Roberto Wright, que melaram a partida contra o Flamengo. Aos 34 minutos do primeiro tempo, com Reinaldo, Eder, Palhinha, Chicão e Osmar Guarneli, expulsos, o jogo acabou.

Saldanha ficou indignado. Na manhã seguinte, no aeroporto, cedi a cadeira para que ele se sentasse ao lado do Vilibaldo Alves, então na Rádio Capital, onde eu começava a minha trajetória profissional em Belo Horizonte. Agradecido, olhou pra mim e perguntou:

__ Qual a sua idade, meu filho?

__ 20, “seu” Saldanha!

__Pois pode procurar outra profissão porque o futebol está morrendo e essa palhaçada de ontem é um sinal bem claro disso. O negócio agora é só grana. O futebol que se lasque; está morrendo.

Em 1990 deu um jeito de escapar do hospital em que estava internado no Rio e foi para a Itália comentar a Copa do Mundo, que terminou no dia oito de julho, com a vitória da Alemanha sobre a Argentina por um a zero. No dia 12 de julho, ainda em Roma, os graves problemas pulmonares, em função do cigarro, levaram o João.

A edição brasileira do jornal espanhol El País, fez uma bela homenagem a ele, hoje, escrita pelo colega mineiro Breiller Pires. Confira:

* “Os 100 anos de João Saldanha, o técnico que atormentou a ditadura militar”

Jornalista e treinador, foi demitido da seleção às vésperas da Copa por não aceitar interferência do regime em sua escalação. Pela coragem, ficou eternamente marcado como “João Sem-Medo”

João Alves Jobim Saldanha nasceu em Alegrete, no dia 3 de julho de 1917. O guri gaúcho que chegava ao Rio de Janeiro na adolescência era um apaixonado por futebol. Entretanto, ao contrário da maioria dos boleiros de sua geração, não se enclausurava na bolha das quatro linhas. Culto, politizado e combativo, tornaria-se não somente um esforçado jogador que passou pelas categorias de base do Botafogo e, mais tarde, se tornaria técnico da seleção brasileira, mas também um ferrenho militante do Partido Comunista Brasileiro, opositor do regime militar no país. A curta carreira nos gramados fez com que Saldanha logo partisse para outro ramo em que pudesse se dedicar a sua paixão. Virou jornalista. Rapidamente se consolidou como um dos principais analistas de futebol do Brasil. Enxergava tão bem o jogo que muita gente começou a questionar se ele não seria mais competente que boa parte dos técnicos que criticava com propriedade. Tanto que o Botafogo levou a história a sério e o contratou como treinador em 1957. Mesmo inexperiente na função, estreou com a conquista do Campeonato Carioca e ficou no cargo por dois anos.

Voltou ao jornalismo ostentando a mesma acidez nos comentários. Tinha posições firmes e, por vezes, intransigentes, como o preconceito com jogadores cabeludos e black powers. Entendia que a cabeleira atrapalhava a visão do atleta e amortecia a bola na hora do cabeceio. De qualquer forma, se consolidava a cada dia como a maior autoridade no esporte nacional. Nenhuma voz era tão respeitada quanto a sua no que dizia respeito à seleção brasileira, sobretudo depois do estrondoso fiasco na Copa do Mundo de 1966.

Em fevereiro de 1969, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual CBF, surpreendeu ao anunciar Saldanha como o novo técnico da seleção. Alinhada ao regime militar por meio da Comissão de Desportos do Exército, a CBD, e ciente da forte militância de esquerda do jornalista, resolveu apostar em seu nome na tentativa de sufocar a forte crítica da imprensa que recaia sobre o escrete nacional. Com o discurso de montar um “time de feras”, ele aceitou o convite e convocou os melhores jogadores do país em atividade. Sob seu comando, craques como Pelé, Tostão, Gerson e Dirceu Lopes empilharam uma sequência de seis vitórias em seis jogos nas Eliminatórias e carimbaram o passaporte do Brasil para a Copa, resgatando o orgulho dos torcedores pela seleção.

Apesar do sucesso e da popularidade como treinador, Saldanha não deixou de atacar a ditadura, principalmente após a ascensão do general Emílio Garrastazu Médici ao poder. O regime militar endureceu a repressão a integrantes do Partido Comunista. No fim de 1969, o assassinato de Carlos Marighella, um amigo de longa data, despertou de vez a ira do treinador da seleção. Ele montou um dossiê, em que citava mais de 3.000 presos políticos e centenas de mortos e torturados pela ditadura brasileira, e o distribuiu a autoridades internacionais em sua passagem pelo México na ocasião do sorteio dos grupos da Copa, em janeiro de 1970.

Desde então, o governo de Médici iniciaria um esforço velado nos bastidores para derrubar João Saldanha do cargo. Em março, o treinador foi questionado por um repórter sobre o pedido do general, que, assim como ele, era gaúcho e gremista, para convocar o atacante Dario, o Dadá Maravilha, do Atlético Mineiro. Saldanha não pestanejou: “Ele [Médici] escala o ministério, eu convoco a seleção”. Duas semanas depois de sua resposta atrevida, foi demitido da seleção e deu lugar a Zagallo, que, em poucos meses, conduziria “as feras do Saldanha” ao tricampeonato mundial. Contou com o auxílio de Cláudio Coutinho, um capitão do Exército que, ainda na década de 70, também se tornaria técnico da seleção.

Dadá Maravilha foi convocado por Zagallo, mas não disputou nenhuma partida na Copa. Mais tarde, confidenciou que João Havelange, então presidente da CBD, teria admitido que despediu Saldanha por imposição de Médici. “O regime não admitia a possibilidade de um líder oposicionista tão expressivo como o Saldanha voltar do México consagrado e venerado pelo povo”, conta o jornalista Carlos Ferreira Vilarinho, autor do livro “Quem derrubou João Saldanha”. Em uma entrevista ao programa Roda Vida, em 1985, o próprio Saldanha resumiu o desenrolar de sua queda diante das pressões do governo. “Considero Médici o maior assassino da história do Brasil. Ele nunca tinha visto o Dario jogar. Aquilo foi uma imposição só para forçar a barra. Recusei um convite para jantar com ele em Porto Alegre. Pô, o cara matou amigos meus. Tenho um nome a zelar. Não poderia compactuar com um ser desses”.

Passada a euforia pelo tri, Saldanha manteve seu tom crítico e a intensa atividade política, que ajudaria a derrubar o regime militar 15 anos depois. Também manteve o vício no cigarro. Morreu durante a cobertura da Copa de 1990, na Itália, aos 73 anos. Em 1988, uma das últimas vezes em que voltou a tocar na ferida que o incomodava, escreveu sobre sua demissão com a altivez de sempre: “A pressão foi ficando insuportável. Por gente da própria CBD e da ditadura. Era difícil tolerar um cara com longa trajetória no Partido Comunista Brasileiro ganhando força, debaixo da bochecha deles”. Sem filtros, sem freio. Assim vivia o João Sem-Medo.

http://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/01/deportes/1498862110_086687.html


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Comentários:
20
  • Marcão de Varginha disse:

    Cultuar o comunismo que está aos poucos sendo-nos enfiado goela abaixo é bizarrice… se ficarmos quietos aceitando essa aberração, o Brasil será dominado pelos “Fidéis” da vida, essa cambada de safados, de seres desprezíveis, de verdadeiros criminosos e preguiçosos!
    – #benecyeternomito

  • Ivan junior disse:

    Mais um comunista safado que militou para transformar o brasil em uma grande cuba, mas que a midia insiste em coloca-lo quase como um santo! Acorda brasil!

  • J.B.CRUZ disse:

    O Futebol já foi puro Entretenimento,Espetáculo, AMOR A CAMISA dentro de campo..O Futebol foi também: : Folclore,Tradição,causos e lendas:
    Reza a Lenda Que JOÃO SALDANHA quando comandava o BOTAFOGO; se mostrava um Técnico Turrão, e não abria mão da Disciplina…Jogadores o temiam e fazia tudo que ele pedia para fazer no decorrer da partida..JOÃO era temido até por outros técnicos e jogadores das outras equipes..Mas, também se dizia que o JOÃO nos bastidores, nas concentrações, nas viagens e nos hotéis era bem maleável com os jogadores..
    Contava-se que certa noite o BOTAFOGO estava concentrado para um jogo contra o FLAMENGO, e “ele’ jogava cartas na concentração com os Jogadores, quando chegaram de surpresa alguns Dirigentes numa visita surpresa..Imediatamente, O JOÃO começa a rasgar o Baralho, enquanto vai dando aos berros uma tremenda bronca: ‘Eu já disse mil vezes que não quero jogo Aqui!!”.
    Assim que os Dirigentes saíram, bem Impressionados com a disciplina Imposta pelo Técnico, os Jogadores partiram para cima do JOÃO..”Está certo que você desse a bronca, mas, não precisava exagerar rasgando o Baralho; agora saia e compre outro”..Meia hora Depois o jogo recomeçava com um Baralho novinho…..
    Tempos de que o Futebol era puro Divertimento, lazer para família, gozações e brincadeiras,causos, que nos divertia quando nosso Time vencia e nos envergonhava e entristecia quando nosso time perdia..A” raiva era passageira,esportiva”..Ficava a Esperança do revanche no próximo jogo; e nada de mimimi de torcida organizada e se melindrar com adjetivos dos adversários..
    Outros tempos, Velhos Tempos !!..Saudade !!!..

    • José Eduardo Barata disse:

      Bom demais hein? , CRUZ .
      A gente vai se lembrando dos “causos” e a alegria
      daquele tempo se renova .
      Já contei uma do Reinaldo aqui :
      numa partida no interior , o zagueiro , um armário ,
      “jurou” o REI .
      No que o Baby Craque entrou em campo e viu seu
      marcador , correu nele e lhe disse que ele iria ser
      observado naquele jogo e poderia vir pra BH com a
      delegação pra treinar na Vila Olímpica .
      Passou a partida inteira sem tomar uma “porrada”
      sequer ….

      • J.B.CRUZ disse:

        É isso aí JOSÉ EDUARDO BARATA:
        Além de partidas memoráveis , muitos ”causos”, mitos e lendas, eram formadas de grandes lances ocorridos no jogo: e ”acrescentados” nas rodas de bares, nas esquinas e na sala da família..Era o Anedotário Esportivo, onde se inventava lances cinematográficos e irreais, mas, que povoavam a mente do torcedor apaixonado..
        A propósito, esse ”causo” do Reinaldo( Gênio) que você contou, antigamente servia para desarmar os Espíritos e passar umas horas mais alegres, até o próximo jogo..
        Um ”causo” desse nos dias de hoje, já estariam envenenando a alma do becão, para ele processar o Rei, por ”humilhá-lo” publicamente..Coisas dessa excrecência do ”politicamente correto”..

  • Silvio T disse:

    Fui e sou um grande admirador de João Saldanha. Tenho vários livros que falam sobre a vida dele, tanto no campo político, profissional e esportivo. Por isso, fico à vontade para contestar alguns mitos que se formaram a respeito de sua história e atuação, muitos criados por sua extraordinária inteligência e sagacidade. Logo depois de garantir a classificação para a Copa de 1970, com uma espetacular campanha, a seleção entrou em baixa e foi vítima de vários conflitos internos, muitos entre os jogadores e o próprio Saldanha. O Brasil perdeu para o galo no Mineirão (2×1), perdeu para a Argentina em Porto Alegre (2×0) e, a gota d´água, empatou um amistoso com o Bangu! (1×1), em Moça Bonita. Foi o último jogo do João como treinador. A famosa “miopia” do Pelé, que iria impedir o maior jogador da história de participar da Copa, foi uma fofoca maldosa espalhada por Saldanha, prá se vingar de um atrito que teve com o Rei. Não conhecia Dario?! O mesmo que marcou o gol da vitória do galo em cima de seu selecionado e saiu comemorando como um louco à frente do túnel da seleção? Um atacante que naquele mesmo ano de 1969 marcou 58 gols pelo Clube Atlético Mineiro? Ou seja, seria impossível para qualquer técnico, de qualquer país, ignorar um artilheiro desse naipe e deixar de, pelo menos, experimentá-lo no time nacional. E prá encerrar, li a coluna do Juca Kfouri sobre o mesmo Saldanha esta semana. Uma das virtudes destacadas por ele é que o João não ligava prá dinheiro. A bem da verdade, senhores, Saldanha tinha como herança familiar um cartório na zona sul do Rio de Janeiro! Eu também daria necas de pitipiriba de importância prá grana se tivesse uma herançazinha como essa, né não! E viva João Saldanha e viva o Galão da Massa!

  • Carlos Henrique disse:

    Coo gosto muito de futebol, li o livro sobre Joao Saldanh (joao sem medo)
    Lembro na copa de 1986, uma entrevista no programa da tv Cultura roda viva
    Como conhecia futebol, na época da seleçao era menino
    mas depois fui vendo, escutando pelo radio as pessoas falarem do Joao
    correu atras do goleiro Manga.
    Polemico,gaucho brabo, conhecia futebol como poucos.
    se ficasse como tecnico, de 1970 Dario na teria ido nao
    foi uma imposiçao do general Medici
    nao o queriam na seleçao, por que era do partido comunista.
    e seu time era diferente do Zagalo.
    inventaram até, que ele diz que Pelé estava com problemas na vista
    mentira.
    Pelo que sei, seu time era diferente do que foi campeao em 1970
    tinha Joel Camargo, zagueiro do Santos no lugar de Piazza
    e Edu do Santos era o ponta esquerda no lugar de Roberto Rivelino
    é oque sei, mas quase todos os jornalistas falam bem dele.
    Para min, Telê e Saldanha sao Ícones no futebol e nas atitudes que tomavam
    Que eram parecidas.
    e entendiam muito de futebol
    Saldanha como jornalista
    Telê como tecnico
    Zico como profissional
    Reinaldo e Romario como goleadores
    Kalil como dirigente
    e a torcida do Galo como a melhor de todas
    para min isso é que marca no futebol

  • J.B.CRUZ disse:

    MERGULHO NO TEMPO:
    Enganam-se quem pensa que o fabuloso Escrete Canarinho chegou ao MÉXICO num mar de rosas..
    Apesar das eliminatórias Invictas – 6 Vitórias, 23 Gols a favor e Apenas 2 Contra – O Técnico (Comunista) João Saldanha não agradava ao Governo Militar..E, Após zombar com a célebre frase: ”O Presidente Escala o Ministério; a Seleção escalo eu”’ de um suposto pedido do Presidente ; General Emílio Garrastazú Médici, pela convocação do Atacante atleticano Dario José dos Santos( o Irreverente Dadá Maravilha) seu cargo ficou por um fio..Em Março (70) mais problemas..Derrota para a Argentina (2 x 0) em amistoso no Beira-rio, um desentendimento com o Médico Lídio Toledo (que teria se precipitado ao fazer cortes no elenco), e, cinco dias depois, uma tentativa ”a mão armada” de intimidar Yustrich, que cobiçava publicamente seu cargo na Seleção..
    A 75 dias da estréia na Copa, apareceu a oportunidade do General: João Saldanha foi demitido depois de empatar em um jogo-treino contra o Bangu (1 x 1 )..
    Mário Jorge Lobo Zagallo, que se manteve neutro sobre o Regime Militar de 64, foi nomeado Treinador e foi logo provendo mudanças na seleção..
    Para ele TOSTÃO, (que se recuperava de um deslocamento na rotina) e PELÉ (que para Saldanha, era Míope) não poderiam jogar juntos e Rivelino deveria ser Reserva..
    Essas Ideias não agradaram aos Torcedores..Em Pesquisa realizada pela revista PLACAR, o povo mostrou sua indignação: 77% gostariam de Rivelino na Equipe; 84% queriam ver TOSTÃO e 75%, desejavam PELÉ que, de fato, não vivia sua melhor fase..
    Zagalo estreou em 22 de Março com um 5 x 0 sobre o Chile (amistoso no Morumbi)..Quatro dias depois, no Rio, nova Vitória, 2 x 1, (sobre o mesmo Chile), mas com muita pancadaria..
    No dia 12 de Abril, o rival foi o Paraguai; empate em 0 x 0 e vaias até para PELÉ..No jogo de despedida contra a Áustria, a três de viajar para o MÉXICO, Zagallo atendeu a torcida..A seleção venceu por 1 x 0.
    A equipe que começou o segundo tempo desse jogo,seria a mesma que ganharia o TRI MUNDIAL ( O MELHOR DE TODOS TEMPOS)..
    FÉLIX – CARLOS ALBERTO – BRITO – PIAZZA e EVERALDO..
    CLODOALDO GERSON e RIVELINO..
    JAIRZINHO – PELÉ e TOSTÃO…
    Outros Tempos !!..

    • Tarcísio Coimbra disse:

      JB seu lado azul arrogante o impediu de mencionar no seu texto, a histórica vitória do Galo sobre a seleção de Pelé e companhia!!! Você é um dos que mais pede gozação sadia e respeito no blog, mas omite os sucessos do adversário. Cadê o fair play?

      • J.B.CRUZ disse:

        CARO TARCÍSIO;
        Não foi minha intenção omitir a vitória do galo sobre a Seleção naquele jogo (2 x 1 ) que foi uma das válvulas de escape para Médici Pedir a cabeça do JOÃO..
        Todos posts que publico sobre o futebol do passado, não são de memória privilegiada, e sim, pesquisa em meus Alfarrábios, revistas Antigas, encarte de Jornais; e muito dessa História: Assisti e vivi ‘in loco”..
        Obs; naqueles anos finais de 60 e início da década de 70, Dario era o melhor centro-avante do futebol Brasileiro..Foi o maior Artilheiro do nacional por três Vezes..
        Me lembro de uma frase que ele disse em uma entrevista nos bastidores da ITATIAIA a uns 5 ou 6 anos atrás: ”’Muitas vezes em jogos de CRUZEIRO X ATLÉTICO, quando perdiamos a bola no ataque; e o CRUZEIRO contra-atacava, eu ficava maravilhado em ver Dirceu Lopes e Tostão jogar”..
        Naquele tempo, mesmo que com ”raiva”, admirávamos também o Gênio, o Craque e os bons jogadores dos Adversários..
        Tinha uma jogada que Dario e Tião (ponta-esquerda) que era mortal para os adversários (cavadinha)..
        Quando Tião ia a linha de fundo e cruzava, quase sempre era gol do galo; pois na pequena Área estava Dario; o maior cabeceador que já vi no Futebol..
        Antes o Futebol era assim….

        • José Eduardo Barata disse:

          Ah ! a “cavadinha” do Tião ….
          Maneira de bater na bola para o cruzamento dentro da área ,
          exaustivamente ensaiada nos treinamentos na Praia do Ó ,
          campo do Siderúrgica , sob o comando de Yustrich .
          E quando os dois vieram para o Atlético e encontraram aqui
          o Dario foi que nem goiabada com queijo , angu com quiabo.
          Deu liga demais da conta .

    • José Eduardo Barata disse:

      Para o Velho Lobo , Roberto seria o centroavante ,
      Paulo César Caju o ponta esquerda e Piazza jamais
      seria zagueiro ….

  • marcelo araujo disse:

    Foi nessa época aí que o Galo começou a ser garfado também pela ditadura do futebol (cbfarsa), em represália à vitória do Atlético em cima da selecinha! É como diz um comentarista assíduo aqui: “Minha seleção é o Galo!”

  • José Eduardo Barata disse:

    E o episódio com o goleiro Manga , que saiu correndo
    e pulou o muro de General Severiano com o Saldanha
    atrás dele ?

  • Raul Otávio da Silva Pereira disse:

    João Saldanha era um tipo de pessoa que faz falta no Brasil atual.

  • Geraldo Magalhães disse:

    Grande João Saldanha, um desportista intelectual. Só não concordo quando ele diz que Médici não tinha visto Dario jogar. A cbd cheia de entusiasmo convocou o presidente a acompanhar o jogo contra a Rússia (comunista), mandaram avisar até aos Eua, previam uma vitória e o escrete canarinho apenas empatou. O Galo venceu os russos com gol e boa atuação de Dario. A Seleção Mineira enfrentou a carioca, os mineiros venceram com Dirceu Lopes, Tostão e Dario no ataque, os mineiros golearam. Depois veio a histórica vitória do Galo sobre a seleção brasileira com gol de Dario. Zagalo o convocou, bairrista que é queria preterir Tostão e Dario em favor de Roberto atacante do Bota. O grupo, inclusive Pelé, intercedeu em favor de Tostão merecidamente e Dario não foi utilizado, devido a boa performance do escrete canarinho. Apesar de carioca, Dario era desconhecido no Rio, iniciando no futebol um pouco tarde, mas se tornando um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro. Já ouvi de um jornalista amigo (in memorian) em off, que a trajetória de ódio ao Atlético iniciava ali pela elite do futebol.

    • Silvio T disse:

      Acho que é óbvio que Dario não tinha lugar de titular na seleção de 70. Mas, para entrar durante a partida, não tinha outro. Zagalo pecou demais (talvez com medo do Peito de Aço arrebentar) em não colocá-lo, por exemplo, no segundo tempo contra a Inglaterra. Jogo duríssimo, com os ingleses dando uma pressão terrível no Brasil. Zagalo colocou Roberto. O Brasil só se safou por causa das defesas do Félix e da sorte. Se Dadá tivesse entrado, com a velocidade que tinha, o time inglês todo à frente e o calor do México, teria deitado e rolado nos contra-ataques.

  • Julio Cesar disse:

    João Saldanha batia de frente com o regime militar; com a ditadura militar naquela ocasião com Medici. Não convocou Dario, Medici convocou Dario com a justificativa: como o maior artilheiro do pais não é convocado. E de artilharia o Medici entendia, principalmente contra população desarmada!
    Chico , assisti somente aos instantes iniciais do programa Meio de campo em que voce estava, domingo passado.
    Orlando Augusto passou longe de ser apresentador de algum programa. Não conheço sua trajetoria jornalistica, ja o vi em alguns programas como comentarista de seu time. O vejo inseguro, sem encontrar o viés de comando do programa. Domingo , todos tentavam falar ao mesmo tempo, mesmo ele dando a palavra a alguem especificamente. Pelo menos o pouco que assiti, estava meio bagunçado. Desde que ele assumiu o programa percebi isso.
    No inicio do programa ele ja cornetou o Mano e alguns jogadores.
    Alias, notei, não sei se impressão minha mas, no programa e tambem na Itatiaia ontem, justificativas para vitoria do Atletico eram sempre “Pirangi recuou…”, “…Mano inverteu posicionamento…”, “…Mano substituiu errado…”Ou seja, nenhum merito pra reação do Atletico. Parece que o Atletico deu sorte.
    Roger Machado ainda não passou muita segurança ao torcedor e mesmo ao time mas a Itatiaia deu premio de melhor em campo a ele. Pra mim seria Cazares.
    Aos amiGalos: Roger Bernardo deixou boa impressão ? Pra mim, sim. Nenhum craque, mas forte na marcação principalmente, quando a partir de 25 minutos do primeiro tempo, o Atletico começou a tomar conta do jogo. Assim como outros jogadores.