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A primeira Copa depois do esboço de faxina

Uma das heranças positivas dos tempos da União Soviética são as moradias russas. Não se vê favelas em Moscou, apesar de uma população em torno dos 12 milhões de habitantes. Prédios como este predominam por aqui. Os apartamentos são pequenos, de dois a quatro quartos, dependendo da região. Em todo complexo como este, há parques para crianças e áreas verdes entre os prédios.

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Meus caros amigos e amigas do blog, neste período da Copa do Mundo eu volto a escrever minhas colunas diárias nos jornais O Tempo e Super Notícia e convido-os a nos prestigiarem com a leitura lá também. A de ontem, foi esta:

“É a 21ª Copa da história, a minha nona; a terceira para O Tempo/Super Notícia. A primeira após o esboço de faxina geral nas confederações e na próxima FIFA. Muita gente cumpre pena, afastada em definitivo, mas muitos espertos passam em branco e outros, candidatos a novos “mafiosos”, surgem. Por isso, prefiro dizer que tivemos um “esboço” de faxina. No Brasil, por exemplo, a CBF mudou apenas os nomes, mas a linha é a mesma de Del Nero, Marin, Teixeira…

O prazer e as expectativas são os mesmos da minha primeira, em 1986, no México. Como será a organização? Qual será a qualidade do futebol? Quem serão os destaques coletivos e individuais? Haverá alguma novidade tática? E as decepções? E as evoluções tecnológicas, dentro e fora de campo? Tudo isso começa a ser respondido a partir de hoje, quando Rússia e Arábia Saudita entrarem em campo.

 

Sem meter a mão

Estou aqui há uma semana, muito bem impressionado com tudo o que tenho visto e vivido. A Rússia se preparou devidamente, em todos os aspectos. Tudo funciona da melhor forma, a receptividade aos estrangeiros é excelente, as comunicações são ótimas, povo gentil e o mais importante: sem abusos do comércio em geral no que se refere a preços. O “olho grande” dos locais é muito comum em grandes eventos como este, no afã de lucrar o máximo e meter para isso ter que meter a mão no bolso dos turistas. À exceção dos meios de hospedagem, cuja procura é altíssima durante a Copa, até agora não vi nada mais caro que no Brasil.

Acordei e pensei que já passasse das 7 horas. Que nada, 2h30 da madrugada. Nesta época a noite dura pouco por aqui. Depois das três o sol já está como se fosse pleno dia.

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Cidade que não para

Todo moscovita sabe que a Copa começa hoje, mas diferentemente de outras sedes de abertura, a cidade não parou por causa disso. Além de seu gigantismo, com seus quase 12 milhões de habitantes, Moscou é naturalmente um dos maiores destinos turísticos do mundo e não precisa do futebol para atrair visitantes. Além do mais a seleção russa não empolga. Se conseguir se classificar em primeiro no grupo já será uma glória. Mais que isso será lucro.

 

Que vença a melhor

Muitos sul-americanos em Moscou, com os argentinos prevalecendo. A brasileirada em sua maioria está a 1.630 Km daqui, em Socchi. Peruanos também estão em bom número, e me encontrei com dois equatorianos, que vieram torcer pelo Uruguai.

As seleções favoritas são as de sempre: Alemanha, Brasil, Argentina, França e a Espanha, que mesmo com essa loucura de demitir o treinador 48 horas antes da estreia, continua forte. Se estivessem aqui, Itália e Holanda estariam nesse bolo. Vejo como ponto fraco do Brasil a defesa. Thiago Silva em especial, zagueiro frouxo. Desde o dia em que o vi desabando em choro compulsivo contra o Chile, em 2014 no Mineirão, perdi a fé na figura, que ainda por cima era o capitão.

Mas o meio e o ataque são ótimos. Não entro naquela de “prá frente Brasil”, da “torcida verde e amarela”. Que vença a melhor.

Roger Waters (Pink Floyd) fará shows em São Petesburgo dia 29 de agosto, dia 31 em Moscou e depois seguirá para o Brasil, para oito apresentações. Dia 21 de outubro em Belo Horizonte, no Mineirão.

A divulgação aqui é em todas as mídias possíveis, como nestas peças de rua. Os ingressos em Moscou estão quase esgotados. O mais barato custa 4.820 rublos (R$ 290,00). O mais caro 6.508 (R$ 390,00).


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Comentários:
1
  • Renato César disse:

    Em tempo, seria “Thiago SILVA em especial, zagueiro frouxo”.

    Sobre meter a mão, mais de R$ 20,00 um copo de 500ml de Budweiser não é abusivo? Latão de 473ml da mesma Budweiser é vendido a R$ 2,98 nos supermercados aqui. E gelado se quiser.

    O evento em si é muito caro. A FIFA mete a mão sim, mesmo que os preços sejam praticamente tabelados comparando uma Copa com outra. Mas todos os governos são coniventes. Depois os FBI da vida prendem vários cartolas e a gente entende porque.

    Aliás, falando em ação do FBI, futebol e tudo mais, os americanos não tiveram dificuldade alguma para serem escolhidos como sede da Copa de 2026, primeira escolha de sede depois da tal faxina…