Alisson Sol disse:

Minha linha de raciocínio para o incentivo ao esporte é simples: é a solução mais simples para o problema humano filosoficamente conhecido como “tribalismo”. Experimentos como a Prisão de Stanford já mostraram que se você atribui grupos a seres humanos, eles se comportam “de acordo com o rótulo”. Isto fazia sentido nas tribos primitivas: um estrangeiro aparecendo na sua tribo provavelmente estava investigando suas reservas e defesas. Dar comida e informação ao forasteiro trazia o risco de alguns dias depois a sua tribo aparecer, matar todo mundo, e tomar conta das riquezas. Melhor ser hostil a todos aqueles “fora da tribo”.

Milhares de anos criando este “senso de grupo” não vão embora em menos que outros milhares de anos. Assim, melhor criar competições artificiais, que evitem a guerra real. Sem o esporte, e considerando apenas o futebol, onde estariam hoje Cristiano Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Messi, Neymar, Suarez, e outros? E Mike Tyson, Usain Bolt, Guga? E há ainda uma enorme cadeia de assistentes não tão famosos, que também vivem do esporte, artes, etc.

Ao redor do mundo, onde não há o incentivo aos esportes, artes, literatura, e outras atividades, se cria um enorme grupo de pessoas sem possibilidades. Nem todo mundo vai ser médico, engenheiro, advogado, cientista da computação ou outras profissões que exigem um longe investimento de tempo e dinheiro. Hoje, nos EUA, um médico se forma em média com uma dívida de U$200mil. Nem todos sequer tem o “crédito familiar” para se endividar tanto assim sem nunca ter tido renda!

Sem as oportunidades, jovens, ou mesmo não tão jovens, são jogados no consumo de drogas, ou seu tráfico. Há uma crise de metanfetaminas nos EUA, que tem gerados situações que seriam cômicas, não fossem trágicas, como sujeito indo à polícia reclamar da qualidade de drogas! E o caminho das drogas é o que passa pela violência desde fronteiras do “primeiro mundo” às favelas do Rio, gerando enormes gastos com segurança. Melhor seria ter investimentos bem planejados em esporte e cultura.