Não sou tão aficionado do futebol europeu como quase todo mundo atualmente. Virou um espetáculo distante para mortais comuns como eu e qualquer brasileiro ou cidadão de qualquer parte do mundo. Quando assistimos uma partida deles e depois nos deparamos com uma nossa, parece que é outro esporte. Irreal para a América do Sul, que continua exportando muitos dos melhores jogadores do mundo.
É dinheiro demais investido para se montar grandes times. Futebol plastificado, meio artificial, longe do futebol raiz no qual cresci.
Como dizia aquela ótima humorista do Zorra Total, “isso não te pertence mais”!
Mas não tem jeito de ficar alheio, especialmente a partir das oitavas de final da Champions. A final então, é um show à parte, em que pese os finalistas desta edição não atraírem tanto quanto aqueles com os quais estávamos acostumados a ver, sempre no topo, como Barcelona, Milan, Manchester United, Juventus, Liverpool e Real Madri, que continua lé em cima, mas este ano escorregou.
Pep Guardiola é um grande treinador, mas com tanto dinheiro à disposição para contratações, seu mérito até fica abaixo do que ele merece. Tipo assim: “com estes caras aí, até eu chego ao título”.
Ou não?
E concordo também, 100% com o que escreveu aqui no blog o Mauro Lopes: “Tem que lembrar que muitos supertimes naufragaram por falta de um grande técnico. A selegalo, o mengão de Romário, Sávio e Edmundo. O Real galático com o gordo Ronaldo. O PSG de Neymar. Por isso tem que reconhecer que o Guardiola é sim o maior treinador das últimas décadas. Ele já reconheceu que suas escolas foram o futebol brasileiro e Telê Santana, com quem trabalhou no mundo árabe.”
O colunista do Uol, Rafael Reis, contou um pouco da história da montagem deste time que foi campeão esta tarde ao vencer a Inter de Milão por 1 a 0. Vale a pena ler:
* “City gastou R$ 12 bilhões e precisou de 15 anos para virar dono da Europa”
Foi esse o valor investido pelo clube inglês somente com a compra de direitos econômicos de jogadores entre 2008, quando foi adquirido pelo xeique Mansour bin Zayed Al Nahyan, da família real de Abu Dhabi, e a histórica vitória por 1 a 0 sobre a Inter de Milão, neste sábado…
Ao longo desta uma década e meia de projeto bancado pelo governo dos Emirados Árabes Unidos, o City foi o segundo clube de todo o planeta que mais gastou com reforços —só o Chelsea, que torrou 2,38 bilhões de euros (R$ 12,5 bilhões), conseguiu superá-lo. Essa enorme injeção de dinheiro levou para um clube até em tão pouco acostumado a elencos repletos de grandes nomes algumas estrelas do porte de Carlos Tevez, Kun Agüero, Kevin de Bruyne, Erling Haaland e o técnico Pep Guardiola. Os títulos também foram se acumulando. Antes da “era Abu Dhabi”, o City só havia conquistado duas edições do Campeonato Inglês. Agora, tem nove troféus da competição e é o atual tricampeão da Premier League.
A Champions é a 19ª taça levantada pela parceria entre árabes e ingleses. E nenhuma delas foi tão sofrida e desejada quanto a conquistada sobre a Inter. O City precisou jogar 12 edições consecutivas da Liga dos Campeões, ser derrotado em duas semifinais, perder uma decisão (para o Chelsea, em 2021) e ouvir muito de torcedores adversários que “dinheiro não compra tradição” até conseguiu fincar sua bandeira no topo da Europa.
E essa bandeira chamada sucesso custou nada menos que R$ 12,1 bilhões
Reforços mais caros da história do Manchester City
1 – Jack Grealish (MA, ING, 2021): 117,5 milhões de euros
2 – Kevin de Bruyne (M, BEL, 2016): 76 milhões de euros
3 – Rúben Dias (Z, POR, 2020): 71,6 milhões de euros
4 – Rodri (V, ESP, 2019): 70 milhões de euros
5 – Riyad Mahrez (MA, ALG, 2018): 67,8 milhões de euros
6 – Aymeric Laporte (Z, ESP, 2017): 65 milhões de euros João Cancelo (LD, POR, 2019): 65 milhões de euros
8 – Raheem Sterling (A, ING, 2015): 63,7 milhões de euros
9 – Erling Haaland (A, NOR, 2022): 60 milhões de euros
10 – Benjamin Mendy (LE, FRA, 2017): 57,5 milhões de euros
Fonte: Transfermarkt
» Comentar