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Uma coluna para ser lida e guardada

O futebol mineiro tornou-se grande com times formados por jogadores feitos em casa ou contratados jovens nos clubes do interior do Estado. Com algumas exceções que foram muito importantes e a história está aí para confirmar.

Andaram abandonando esta prática, que em contrapartida foi abraçada com unhas e dentes por clubes como o São Paulo, nos anos 1980, e mais recentemente o Santos.

No mundo, o melhor exemplo disso no momento é o Barcelona.

O São Paulo vive uma crise interna no momento, exatamente porque uma ala do comando queria adotar a perigosa prática de contratar medalhões, alegando que a base não tem jogadores para oferecer ao profissional.

O Paulo Vinícius Coelho escreveu sobre isso na coluna dele de domingo na Folha de S. Paulo, que deveria ser lida com atenção pelos nossos dirigentes.

Veja só:

PAULO VINICIUS COELHO

A vitória de Cotia


A saída de Marco Aurélio encerra as despedidas dos que eram contra valorizar atletas da base


 

NÃO É VERDADE que o preparador físico Carlinhos Neves saiu do São Paulo apenas por causa da seleção brasileira. Foi também parte da reforma que a diretoria tricolor decidiu fazer na comissão técnica.
Antes dele, saiu o fisiologista Turíbio Leite de Barros. E, na última quinta-feira, o superintendente Marco Aurélio Cunha pediu demissão.
Não é justo dizer que Juvenal Juvêncio gostou da saída de Marco Aurélio Cunha. Preferia contar com ele. Mas a mudança fecha o ciclo de despedidas daqueles que não viam com bons olhos a política de valorização dos jogadores das divisões de base.
A contratação de Rivaldo não contraria a política dos novos Menudos, como contratar Falcão não tirou o talento de Muller e Silas em 1985.
“Na Copa São Paulo, montamos um time com 11 jogadores diferentes daqueles que ganharam o torneio do ano passado. Temos nove jogadores de Cotia no CT dos profissionais e cinco na seleção que disputa o Sul-Americano sub-20. Não é coincidência”, diz o presidente do São Paulo.
Não é mesmo. O aparecimento de Bruno Uvini, Lucas, Henrique e Casemiro desmente a teoria construída no CT da Barra Funda de que o CT de Cotia não cumpria seu objetivo.
Marco Aurélio Cunha era um dos que apontavam a deficiência da formação de jogadores, vários vindos de outros clubes e mimados por empresários que os abastecem com carros e telefones celulares. Para ele, jogador não sai de Cotia formado para defender o São Paulo.
O diagnóstico de Juvenal Juvêncio é outro. Não faltavam talentos, mas faltava integrar os CTs amador e profissional. Daí à conclusão foi um passo: se a Barra Funda é contra Cotia, reforme-se a Barra Funda.
É cedo para saber se o São Paulo será, em breve, o que o Santos é hoje. Ao mesmo tempo em que o Brasil importa Ronaldinho, o que é bom, também constrói o consenso de que o melhor time do país é o Santos, de Ganso e Neymar, formados lá mesmo na Vila Belmiro.
O Flamengo contratou Ronaldinho, mas tem como radiografia para seu futuro o Barcelona. O melhor time do mundo tem sete titulares formados em casa. Por enquanto, o time de Carpegiani tem apenas três titulares que passaram pelas divisões de base: Rogério, Jean e o lateral Juan, ex-Flamengo.
Nesta semana, o dramaturgo Benedito Ruy Barbosa visitou o CT de Cotia. Saiu de lá com a certeza de que, em breve, Cotia terá formado toda a base do time titular.


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