Lendo os comentários de americanos, atleticanos, cruzeirenses e torcedor de qualquer time a constatação é a de que a razão continua passando longe da maioria dos mais apaixonados, quando o time perde. Tardelli reclamou hoje que de repente “ninguém presta” no Atlético depois da derrota para o Flamengo.
O Cruzeiro fez uma campanha impecável, rara, no turno e se juntou à maioria absoluta dos demais times da Série A na instabilidade, naquelas idas e vindas, altos e baixos, alternando empates, derrotas e vitórias, fazendo lembrar o voo das galinhas. Mesmo assim mantendo diferença mínima de cinco pontos em relação ao segundo colocado, o que é muita coisa.
Mas Marcelo Oliveira passou a ser questionado. O time fez alguns jogos brilhantes, encurralou os adversários, mas abusou do direito de perder gols e não venceu. Dane-se, culpa do treinador!
E não são apenas os dessa ala de mais apaixonada que detonam com jogadores e treinadores após eventuais insucessos, Muitos companheiros de imprensa também pegam essa pilha e deitam falação sem raciocinar muito e nem lembrar do que escreveram ou falaram algum tempo antes, principalmente contra os técnicos. Assim como árbitro, dirigente, treinadores raramente têm defensores na imprensa, já que defendê-los não dá audiência, já que o torcedor gosta de ler, ver e ouvir é quem dá porrada. Jogador tem tratamento convenientemente “diferenciado” porque a imprensa sabe que basta um único gol para que o sujeito volte a ser idolatrado, e quem o criticou, bandido!
Quando Levir Culpi acabou com a concentração do time antes dos jogos, muitos disseram que isso só pioraria as coisas, que na época eram bem ruins. Foi uma ideia do treinador que deu certo e não se falou mais nisso. No clássico contra o Cruzeiro no returno, Levir optou por apenas um volante de origem e foi chamado de maluco. Mas o Galo venceu, e aí teve colega dizendo que o comandante atleticano deu um “nó tático” (querem expressão mais ridícula?) no Marcelo Oliveira. Mas aquela foi uma vitória atípica, já que o Atlético tomou sufoco durante a maior parte do jogo. Venceu por essas circunstâncias que ocorrem em muitos clássicos deste tipo.
Na sequência, Levir continuou utilizando apenas um volante genuíno e o time cresceu de produção, vencendo e convencendo. Mas aí veio o jogo contra o Flamengo e o treinador optou por uma formação mais conservadora, com dois volantes autênticos. O Flamengo venceu por seus méritos. Pode até ser que a nova opção do Levir tenha contribuído para a derrota, mas assim é o futebol. O treinador avalia cada jogo e opta por um ou outro jogador e esquema tático. Se ele mais acerta do que erra é porque ele bom de serviço, casos do Levir Culpi e do Marcelo Oliveira, que são os mais cobrados no momento.
Considero exagero e falta de bom senso culpá-los e questionar a competência deles por um ou outro mau resultado ou momento de baixa da equipe.
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