Tenho aversão a jogador já rodado, que quando é apresentado em um novo clube, beija a camisa, fala maravilhas do motivo que o fez “escolher” este novo patrão, diz que acredita no “projeto”, que a torcida é a melhor do mundo, que nunca viu centro de treinamento igual, e bla, bla, bla…
Na verdade, são tantos os interesses inconfessáveis (Ave Brizola!), hipocrisia e mentiras motivados, orientados e incentivados pelos departamentos de marketing e publicidade dos clubes. Neste futebol absolutamente comercial que tomou conta do Brasil, mas nada profissional, como deveria ser. A imprensa faz o jogo, às vezes como “inocente útil”, às vezes por “excesso de amizade” e na maioria dos casos, por interesses comerciais mesmo, já que os patrocinadores dos clubes, jogadores, repórteres, comentaristas e veículos de comunicação, em muitos casos são os mesmos. E não se fala mal de patrão, ou de quem paga as contas e salários, não é?
Neste contexto, a máscara cai em mais uma jura de amor eterno de ex-jogador/treinador a um clube de futebol. Adilson Batista acionou o Cruzeiro em dois processos trabalhistas, exigindo o pagamento de R$ 1,3 milhão.
Ora, ora, claro que todo contrato tem que ser cumprido e quem trabalha precisa receber. Porém, se ele não está em situação financeira difícil e este direito dele está muito longe de prescrever, para quê botar mais essa corda no pescoço do clube agora? Mesmo se estivesse apertado, precisando de dinheiro urgentemente, que tal negociar extrajudicialmente, já que o Cruzeiro era o “amor” da vida dele?
Faz lembrar o Toninho Cerezo que jurou a vida toda que jogaria “de graça” no Atlético antes de encerrar a carreira. No retorno do futebol italiano, flertou com o Galo, acertou com o Cruzeiro e estreou justamente contra o “glorioso” (como ele se referia ao Atlético) no dia seis de março de 1994. Foi um dos melhores em campo na vitória cruzeirense por 3 a 1, três gols do Ronaldo, que começava a se tornar o “fenômeno” naqueles tempos. Na sequência, salvou o Cruzeiro do rebaixamento, marcando gol e dando passe para outro na vitória sobre o União São João em Araras/SP. Depois, levou calote do Cruzeiro. Entrou na justiça e “estranhamente” perdeu a ação, já que a sua citação para a audiência foi enviada para endereço errado, porém dada como “recebida”.
Perdeu a paixão que a massa tinha por ele, arrependeu-se amargamente, mas era tarde.
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