Agora entendi o porquê de um país como a Dinamarca, sem grande tradição nos esportes, especialmente olímpicos, patrocinar um evento como este: eleição da cidade sede dos Jogos de 2016, durante um Congresso de nove dias do Comitê Olímpico Internacional. Como diria Jaimes Carville, o célebre consultor da campanha presidencial de Bill Clinton, em 1992, “é a economia, estúpido!”.
Claro, a Dinamarca foi potência econômica e política até o início dos anos 1800, e depois disso teve de se virar com outras formas de manutenção da sua força econômica e qualidade de vida da sua população. Hoje vive basicamente da exportação agrária (equipamentos, produtos químicos, carne, leite e derivados) e do turismo.
Eventos como este geram marketing, atraem a atenção do mundo, além de muito dinheiro obviamente. Só o comitê organizador Rio’2016, composto pelo COB, governos do estado e da prefeitura do Rio de Janeiro, e governo federal, está gastando em um único hotel em Copenhague, mais de R$ 1 milhão.
É o hotel SKT Peter, onde ficarão os quase 300 convidados do Co-Rio’2016, cuja diária mais barata custa em torno de 250 euros. Mas a “nata” verde e amarela não fica lá, e sim no Marriot (Nuzman e Pelé), e no Nimb, onde ficará o presidente Lula, Ministro Orlando Silva Jr., governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes.
No foco
Os dinamarqueses acertaram em cheio ao apostar exatamente neste Congresso do COI. Qual evento atrai quatro chefes de governo de países dos mais importantes do mundo? Além de Obama, Lula e Luiz Zapatero, da Espanha, também o primeiro ministro do Japão, Yukio Hatoyama, confirmou presença, além do príncipe japonês e do Rei espanhol.
Diferença
Alguém imagina um presidente da república de algum país ficar hospedado em frente a rodoviária ou estação de Belo Horizonte? Pois em Copenhague isso é possível, e vai acontecer: o hotel Nimb, onde ficará o presidente Lula, é exatamente em frente a estação de trem da capital dinamarquesa, porém, um dos mais luxuosos da cidade.
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