Sobre este ranking da revista Placar, ainda que seja de 2004, antes de mais nada esclareço logo o que penso sobre essa medição do tamanho de torcidas de futebol em qualquer parte do mundo: para mim o que vale é a presença nos estádios, números, e fidelidade na compra de produtos do clube.

De tudo que é falado pela imprensa nacional tenho duas certezas: a do Flamengo é, indiscutivelmente, a maior, independentemente da fase na qual se encontra o time. Ao longo dos anos virou moda, embalada pelo cinema, novelas, músicas, enfim, tudo que sai do Rio de Janeiro em termos de cultura, na maioria dos casos, tem Flamengo embutido. Isso contagiou o Brasil, a partir dos anos 1930, da “Era do rádio”, quando a Rádio Nacional era a “Globo” daqueles tempos, mandando seu som para todo o país.

Em fins dos anos 1970 surgiu a geração Zico que reforçou dentro de campo a mística rubro-negra, e renovou a avalanche flamenguista em todo o país.

A outra certeza que tenho: o Corínthians é a maior força popular de São Paulo, mas somente lá, estado brasileiro de maior população. Em termos de Brasil, não chega nem perto do Flamengo, apesar da forçada de barra da imprensa de São Paulo, que tenta impor essa idéia ao país. E, infelizmente, temos que admitir, a imprensa paulista, é a mais forte do país na atualidade. Já foi a do Rio, mas a força econômica paulista fez com que as rádios, jornais e principalmente as redes de TV deles tomassem conta do cenário nacional.

Eu disse “infelizmente”, não porque tenha alguma coisa contra os paulistas, muito pelo contrário, admiro-os, mas claro que gostaria que não houvesse uma dominação da cultura de um estado sobre o outro, num país continental como o nosso. O ideal é que cada regionalismo fosse respeitado, com sua linguagem, seus costumes e suas idéias, integrados com os outros estados, porém, cada qual com o seu cada qual.

Falar de segunda maior torcida é complicado, pois, neste caso, sempre depende do momento do time. O São Paulo, a partir do Telê Santana, por ganhar tanto seguidamente em termos nacionais, sul-americanos e mundial, ocupou essa posição durante um tempo. Hoje, não sei se ainda é. O Grêmio dos tempos do Felipão também andou brigando nessa faixa.

Os nossos tiveram momentos semelhantes, como o Cruzeiro da geração Piazza/Tostão/Dirceu Lopes, o Galo de João Leite/Reinaldo/Cerezzo.

Nestes casos a questão é momentânea, mas só o Flamengo consegue se manter no topo. Creio que, no caso dele, isso é indiscutível, no resto, cabem discordâncias mil e não sei quando mudará, ou, se mudará!