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Minas Gerais x Império Britânico

Este assunto tem sido falado em toda roda: os mineirinhos com a sua caninha de qualidade, que estão incomodando aos poderosos súditos da Rainha Elizabeth II.

Li na Folha de S. Paulo de sexta-feira e repasso aos senhores: 

“Uísque Johnnie Walker tenta derrubar cachaça João Andante”

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

A holding inglesa Diageo, detentora da marca do uísque Johnnie Walker, abriu processo administrativo no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) contra a cachaça João Andante. A Diageo acusa a empresa mineira de ser “imitação” de sua marca -segundo ela, avaliada em US$ 3,5 bilhões.

ANDANTEWALKER

Mas o processo gerou publicidade para a cachaça e fez suas vendas dispararem. Nas últimas duas semanas, os pedidos feitos via e-mail já chegam a mil garrafas. Até então, as vendas eram de apenas 200 garrafas por mês.

“Os pedidos estão aumentando muito e nós sempre trabalhamos com margem e volume pequenos”, disse Gabriel Lana, 25, um dos donos.

A João Andante foi organizada em 2008 por quatro jovens que viam a atividade mais como um hobby do que propriamente um negócio empresarial. Cada um deles segue com sua profissão.

O desenho das duas marcas é representado pela figura de um andarilho, embora de classes sociais distintas: enquanto um é lorde, o outro é um jeca, ou capiau, conforme o regionalismo mineiro.

“Apesar de ambos os personagens mostrarem algumas distinções, o uso da expressão ‘João Andante’, que é a tradução literal de ‘Johnnie Walker’, evidencia a intenção de criar uma ‘versão local’ da marca”, argumenta a holding inglesa por meio do escritório de advocacia Dannemann Siemsen.

Os mineiros negam que o uísque tenha sido a inspiração e sustentam que o Walker da marca inglesa nada tem a ver com andar ou caminhar -é um sobrenome.

Afirmam que a ideia é a de um caixeiro-viajante, que é um andarilho, segundo o escritório de advocacia Hidelbrando Pontes e Associados.


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Comentários:
19
  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Clayton, compre a Vale Verde…

  • Clayton Batista Coelho ( Claytinho - Só Boleiro do Nova Vista/BH ) disse:

    E aí Alex, bão ??

    A recíproca também é verdadeira… rsrs

    Cara, tô mesmo precisando encontrar uma cachaça boa lá pro Bar.

    Por enquanto, tenho lá só a Salinas e Seleta. Mas o apreciador de uma boa cachaça, não toma dessas mesmo.

    Um amigo ficou de trazer uma pra mim, mas atá agora nada…

    Gostei da sua idéia… Vou arrumar uma da roça e batizá-la de “61” !! rsrs

    Abraços e boas Festas !

  • alex disse:

    P@*# Clayton… Vc foi longe…rs…Nem eu que sou atleticano fanatico me lembrava dessa ”coisa” chamada walker….rs…
    O Dudu tá certo….Os cruzeirenses sabem mais do Galo que os próprios atleticanos..rs….

    Mas voltando ao assunto da bebida, vc vai ter uma dessas aí no Ortigoza´ s bar ? Quem sabem não criam a 61… Um plágio (sacana) cruzeirense da 51….rs

  • Clayton Batista Coelho ( Claytinho - Só Boleiro do Nova Vista/BH ) disse:

    Ahhhhh…

    Tá na cara que que foi uma imitação sim…

    Mas pôxa… Imagino que a cahaçaria deve ter feito com bom humor, colocando como um caipira mineiro. ( O que não a isenta de nada, claro ).

    Se o pessoal do Jhonnie Walker ( Walker já fez “sucesso” no Atlético Mineiro… rs ) está incomodado com uma cachaça de MG, é sinal que a cachaça deve ser boa mesmo… rs

  • Julio Celeste-Lagoano disse:

    É bom que a cachaça passe a vender o quíntuplo que vendiam antes, assim vão ter dinheiro para pagarem a indenização.

  • Frederico Dantas disse:

    Jão Cambaleante

  • alex disse:

    Alisson Sol:

    “Não estou dizendo que não há possíveis irregularidades como, por exemplo, colher e sair do país com amostras de plantas, quando não se tem licença para isto. Mas os políticos e pessoas que divulgam tais lendas falam disto? Não. Querem é parte de licença ou um “cala boca” de laboratórios internacionais”

    Vc resumiu bem o que acontece no Brasil. É claro que na maioria
    dos casos existem empresas (estrangeiras) sérias que fazem estudos caríssimos e pagam muita grana para implementar um produto no mercado internacional. Não acredito nos políticos brasileiros. Não posso provar se isso é lenda ou não, mas me baseio em informações publicadas em jornais e na internet. Pode ser que eu esteja errado, mas acredito sim que já existiu plágio e que os políticos já “levaram” ou ainda
    “levam” o deles.

    Se o nosso Brasil fosse um país sério, com certeza essas “possiveis”
    lendas não existiriam. O caso do joão Andante é uma prova disso.

    Abs,

  • audisio disse:

    O Alisson Sol deu show!

  • Alisson Sol disse:

    Alex: o que você está divulgando é não apenas “lenda urbana”, mas um discurso nacionalista errado. Quando alguém, supostamente um inventor/cientista/etc, “inventa” algo, esta pessoa tem algumas opções para proteger o suposto investimento que fez para inventar aquilo.

    A primeira opção é o “segredo industrial”. É, por exemplo, a opção da Coca-Cola, cuja “fórmula de fabricação” é um segredo industrial. Obviamente, qualquer Engenheiro Químico pode comprar um litro de Coca-Cola e fazer uma análise, obtendo a fórmula química da Coca-Cola. Mas, vamos supor para exemplo, que a fórmula da Coca-Cola fosse H2O. Não compensaria para um competidor comprar Hidrogênio puro e Oxigênio puro e misturar os dois até obter o resultado desejado. Jamais conseguiria vender o produto final ao mesmo preço que a Coca-Cola (que, neste caso, estaria apenas pegando água numa mina e engarrafando).

    Outra opção que alguém tem para proteger sua propriedade intelectual é a patente. Em um processo de patente alguém explica o que inventou, e como aquilo resolve o problema. Ou seja: imediatamente mostra a todos os concorrentes a sua “fórmula de fabricação”. Finalmente, vamos ver como isto se aplica ao caso das famosas “plantas da Amazônia”. A questão é muito simples: os empresários internacionais, ao contrário dos empresários brasileiros, sabem que é preciso investir para se obter retorno. Há muita gente procurando remédio para todo tipo de doença. Mas como é que se começa a experimentar com uma planta ou substância? Vão olhar para a tabela periódica e tentar todas as combinações? Não. Procuram estórias de civilizações da China, Índia, Amazônia e África, onde tribos usam chás, loções e outras coisas semelhantes para resolver suas doenças, ao invés de tomarem aspirina. Vão a estes locais e fazem levantamento de tais estórias, procurando saber quais as plantas e substâncias são utilizadas nos “remédios” que tais tribos/povos usam. Depois disto, há um enorme investimento para os testes clínicos e a fabricação industrial dos remédios que geram as patentes.

    Não estou dizendo que não há possíveis irregularidades como, por exemplo, colher e sair do país com amostras de plantas, quando não se tem licença para isto. Mas os políticos e pessoas que divulgam tais lendas falam disto? Não. Querem é parte de licença ou um “cala boca” de laboratórios internacionais. Mas qual o investimento que fizeram para isto? Há alguns anos, eu ouvi falar de um loção que alguém inventou na região de BH contra calvice. Eu, a pedido de um amigo da área química, tentava perguntar mais detalhes sobre isto e só ouvia de resposta: “Mas você acredita nestas bobeiras?”. Ou seja: o método científico brasileiro é duvidar de qualquer coisa, não investigar, e depois só reclamar se alguém investiga e chega a uma conclusão?

  • Vladimir Rocha disse:

    Não é plágio e sim restituição e tomara que ela venha em grande escala.
    Agora, europeu acusar alguém de plágio é piada, logo eles que sempre usurparam tudo onde instalavam seus impérios. Grã-Bretanha, Itália, Alemanha, Holanda e França, para não ir longe, têm sim uma dívida com A.L., Ásia e África. Tem uma turma aí (não me lembro exatamente) que tentou patentiar a Rapadura. Os italianos dizem que foram os criadores do macarrão e do sorvete e no entanto já eram produtos consumidos na China, que também desenvolveu a imprensa, mas os louros ficaram com Gutemberg, portanto, não é plagio é restituição.
    Dá-lhe J.A. – Avante João Andante! – Viva a cachaça!

  • Será que essa “joão andarilho” desce macia?

  • alex disse:

    *corrigindo: João Andante

  • alex disse:

    Mas se lembrem que os gringos vão para a Amazonia e pegam
    nossas fórmulas indígenas(perfumes, shampoo, etc) e os produtos locais e vendem no exterior como marcas famosas….

    Isso é fato e é só pesquisar na internet

    Não estou defendendo o Jão Andante, mas isso que citei acima
    ninguem se lembra…

    Texto:

    “Produtos naturais originários da Amazônia, utilizados há séculos por seus povos, como o cupuaçu, a andiroba, a ayahuasca (Santo Daime) e a copaíba, que poderiam significar grandes fontes de riquezas para o Acre, são patentes exclusivas de empresas americanas, japonesas, francesas e inglesas. Somente essas empresas podem utilizar o nome desses produtos e algumas fórmulas de sua industrialização….

    As patentes estão registradas em agências de patentes japonesas, americanas, francesas, inglesas e da União Européia e a exclusividade dos direitos de comercialização abrangem desde os limites de países até toda a Europa e o mundo inteiro. A detenção das patentes por estrangeiros impede que organizações e empresas acreanas negociem os produtos no mercado internacional, causando, assim, um grande prejuízo aos povos do Acre e da Amazônia. “…

    Fonte: Fonte: A Gazeta, Rio Branco – AC – 27/12/2002

  • Alisson Sol disse:

    Os pessoal no Brasil precisa aprender a respeitar direito autoral. O país tem também de decidir se vai continuar aceitando este pessoal “brincando de empresário” ou se vai literalmente “caminhar” para uma posição adulta. Não dá mais para o Brasil ter empresas atuando internacionalmente como Embraer, Petrobrás, etc. tendo de responder a questões destas sobre respeito a direito autoral.

    A cópia é tão óbvia que chega a ser ridículo. O pior é que isto diminui as chances de associações como a dos produtores de cachaça conseguirem status para seu produto como os fabricantes do “espumante” da região de Champagne conseguiram.

  • Thiago disse:

    Interessante!! Mas é fato que estão aproveitando do nome famoso do whisky e de alguma maneira usando a marca alheia. O processo no Inpi é sim válido. Infelizmente, brasileiro não é muito chegado à respeitar propriedade intelectual alheia…

  • Zé Carlos disse:

    E a pinga é boa?

  • Frederico Dantas disse:

    A maioria dos comentários que li sobre esta querela foram engraçados e pró João Andante.

    Alguns do tipo “como a Johnnie Walker se preocupa com alguém que faz 200 garrafas de cachaça por mês. Deveria se preocupar é com os dezenas de milhares de litros de whisky falsificado que entra no Brasil via Paraguai com sua marca estampada.”

    Mas o melhor que li foi de uma pessoa que se dizia desencorajada em colocar sua nova marca de pinga no mercado, co medo de processo: a “João No Álcool”.

  • MarceloSat disse:

    Ah tá…. rsrsrrs nada a ver né……… tá bom……. Plágio sim, bem humorado, claro, mas é né……..
    Tudo bem, a produção é pequena, a abrangência de vendas idem, mas os caras são ingleses, metódicos e imperialistas. É lógico que iam implicar….. e com razão…..

  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Hahaha… tá na cara que a inspiração foi mesmo o famoso Whisky.
    Mas, em todo caso, aparecerão os defensores do indefensável, pedindo “pra provar” isso ou aquilo… rsrs