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O caos dos nossos aeroportos

Ano que vem já teremos a Copa das Confederações e os nossos aeroportos cada vez piores.

Vejam como está o Galeão, uma das principais portas de entrada do Brasil, na cidade que é o destino número 1 de quase todo estrangeiro que quer nos visitar.

Da agência T1 e do O Globo: 

* “O aeroporto que dorme no ponto”

Lojas 24h fechadas de madrugada são só mais um detalhe do caótico Galeão

GALEAO

Chegar ao Rio num voo a altas horas da noite é de assombrar qualquer um: com lojas fechadas e aspecto de abandono, o Tom Jobim mais parece um aeroporto fantasma.

No terminal 1, onde funciona o AeroShopping, todos os estabelecimentos estavam com as portas arriadas ontem de madrugada.

Até mesmo o guarda-volumes, cujo letreiro diz funcionar 24 horas por dia, estava fechado. No segundo andar do terminal 2, apenas uma lanchonete da praça de alimentação estava aberta.

A falta de serviços pegou de surpresa o estudante argentino Nicolas Santoro, de 24 anos, que veio de Buenos Aires com dois amigos, já com um pacote pago de 18 dias de aluguel de carro: ao desembarcar, no início de madrugada, ele encontrou o guichê da locadora de veículos fechado. E nem adiantava recorrer a uma concorrente: todas as empresas estavam inoperantes.

– O meu primeiro momento no Brasil é de dor de cabeça. Liguei para a central da empresa e me informaram que a atendente tinha ido à farmácia. Mas isso já faz mais de uma hora – contou o argentino.

Escadas rolantes e elevadores parados

A servidora pública Patrícia Laura Correia, de 48 anos, e o marido, o técnico em informática Francisco Paulo Ferreira, de 48, também tiveram problemas.

O casal foi ao aeroporto levar o filho, que embarcaria para o Japão no terminal 2. Após o check-in, a família procurou um restaurante aberto, mas não encontrou, e o jovem viajou de estômago vazio. O casal só foi encontrar um restaurante aberto no terceiro andar do terminal 1.

– De noite e de madrugada, nada funciona aqui no aeroporto – reclamou Patrícia. – No ano passado, antes de viajar, precisei comprar um casaco, mas todas as lojas estavam fechadas. Desta vez o problema foi com o meu filho, que viajou com fome.

De manhã, o aeroporto voltou a ficar movimentado. Mas os problemas não acabaram – somente trocaram de horário.

Havia filas para embarque e lanchonetes cheias. Nesse cenário, elevadores parados e escadas rolantes quebradas causavam grande transtorno aos passageiros.

Entre os dois terminais, uma esteira não estava funcionando. No terminal 1, duas escadas rolantes também estavam paradas e, numa terceira, funcionários de uma empresa terceirizada faziam trabalhos de manutenção. No mesmo terminal, dois elevadores estavam fora de operação.

Se de madrugada os banheiros exalavam forte cheiro de urina, no início da manhã, com o número maior de faxineiras, os sanitários estavam sendo limpos.

No estacionamento do terminal 1, mais problemas: oito veículos estavam sobre a calçada. De cinco carros estacionados em vagas de deficientes, quatro não tinham o adesivo autorizando o uso do espaço.

Tantos problemas levaram o piloto de avião Alberto Noleto, de 29 anos, a concluir que a taxa de embarque paga por todos os passageiros – R$19,62 para voos domésticos e R$68,74 para internacionais – não é investida da forma adequada no aeroporto, que este mês completa 34 anos.

– A infraestrutura daqui é muito ruim – afirmou.

A Associação dos Concessionários Aeroportuários do Rio (Acap-RJ) disse, em nota, que existem lanchonetes e restaurantes funcionando 24h no aeroporto.

A nota diz que “a carência de maiores opções aos passageiros está diretamente ligada, dessa forma, ao fato de a Infraero não cumprir com a sua parte em relação à renovação dos contratos dos lojistas e, além disso, não realizar as licitações previstas para ampliar o atendimento”.

O superintendente de Gestão Operacional da Infraero, Marçal Goulart, informou que reunirá todos os concessionários para que as lojas se programem para abrir as portas de acordo com o movimento de passageiros de madrugada.

Ele também disse que, até 2014, todos os 48 elevadores dos dois terminais serão substituídos por novos, num investimento de R$12,4 milhões.

O mesmo acontecerá com 80% das 60 escadas rolantes (R$14 milhões). Já para combater as infrações nos estacionamentos, a Infraero está “aperfeiçoando” parcerias com a CET-Rio e a Guarda Municipal.

* http://www.agenciat1.com.br/17639-o-aeroporto-que-dorme-no-ponto/


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Comentários:
2
  • Juliano Oliveira disse:

    Salve, Chico Maia! Escrevia-lhe de Taguatinga/DF, mas agora já o faço de Belo Horizonte, para onde voltei.

    Esta questão de infra-estrutura vai dar o que falar durante muito tempo.

    A questão dos aeroportos, como vc bem sabe, é apenas uma dentre muitas outras.

    Preocupa hotel, vias de acesso, transporte público, etc.

    Quanto a este, a situação é dramática.

    Nesta epoca, então, a Sr. ‘BH Trans’ estabelece o famoso “Quadro de Horários de Férias”, como se somente os estudantes utilizassem tal serviço.

    O que vc vê são os ônibus transitando superlotados nos horários de pico e praticamente nenhum ônibus durante o resto do dia. Algumas linhas, nos horários de ‘menor movimento’, têm 2 carros rodando por hora.

    Eu mesmo faço o trajeto Sagrada Família – Luxemburgo e é um caos total.

    Chega ao absurdo do ônibus ficar parado por 10, 12 minutos no mesmo ponto, com uma fila de gente tentando entrar onde não é mais possível e o motorista parado, com a porta aberta, sem ter o que fazer.

    A meu ver, o que vai acontecer nesta e em outras situações, é a famosa “maquiagem”: escreva aì – vão arrumar uma ‘estratégia’ que funcione apenas durante o período de realização dos grande eventos, como se o transporte e outros serviços fossem se primeiro mundo.

    O povão, coitado, continuará sofrendo…

  • Alisson Sol disse:

    Interessante ler:
    Tantos problemas levaram o piloto de avião Alberto Noleto, de 29 anos, a concluir que a taxa de embarque paga por todos os passageiros – R$19,62 para voos domésticos e R$68,74 para internacionais – não é investida da forma adequada no aeroporto, que este mês completa 34 anos.

    Acho que nem o prêmio Nobel é suficiente: este aí tem de ganha diretamente o prêmio Templeton, pois esta conclusão é transcendental.

    Eu só acho que misturaram as coisas nesta reportagem. Todos os que estão “reclamando” na reportagem estão fazendo-o por ignorância. O rapaz que chegou na locadora e ela não estava aberto tem esta expectativa por que? Olhou na Internet ou ligou antes para ver se estaria aberta? O pessoal na vaga para deficiente é culpa da falta de educação das pessoas ou é mesmo um “problema de infraestrutura”? E as lojas vão ficar abertas de magrugada para quem? Quem já viajou pelo Brasil já viu que em locais onde há os “vôos do olho vermelho”, como Fortaleza, Recife, etc., há sim lojas abertas de madrugada. Mas se não há vôos, tente achar loja aberta no aeroporto de Nova York ou Paris!

    Problema de infraestrutura não tem nada a ver com nenhuma das reclamações da reportagem. Banheiro que não foi limpo cheira mal no Brasil, assim como na França ou no Japão. Sem saber sequer reclamar, fica difícil…