Chamou a atenção, antes, e principalmente no intervalo de Atlético e Botafogo, o papo descontraído entre Ronaldinho Gaúcho e Seedorf, no Estádio Independência. Isso não é pouca coisa. Nestes dias de Olimpíada em Londres e na semana em que estive na França e Espanha, os jornais que li falavam muito de duas figuras do futebol brasileiro: exatamente Seedorf e os seus jogos iniciais pelo Botafogo, e Ronaldinho com a sua importância para o Atlético liderar o Campeonato Brasileiro.
Sempre defendo a valorização dos jogadores da base pelos nossos clubes, mas a presença de craques consagrados entre eles é fundamental. Seedorf está chegando aos 40 anos, mas seu histórico extracampo é excelente em todos os aspectos e tem acrescentado demais ao Botafogo. Ronaldinho, no Atlético, dispensa maiores comentários.
O fato é que: quem tem ido ao Independência tem participado de um momento especial do futebol mineiro e brasileiro; é a história sendo escrita.
Situação que acontece de tempos em tempos, como nos anos 1980, com o próprio Galo; com o Cruzeiro nos anos 1990, até 2003, com grandes times e craques que faziam diferença.
Retrocessos
Os 20 mil lugares à disposição do público no Independência (que deveriam ser 25 mil), ficaram insignificantes em relação aos 120 mil do antigo Mineirão dos anos 1960, que será reaberto no Século XXI, para apenas 64 mil. É lamentável e difícil assistir a este retrocesso: crescem a população e o interesse; craques continuam frequentando os gramados e os estádios são encolhidos.
Diferentes
O jogo foi bom apesar de truncado, e os dois craques em campo puseram os seus companheiros para marcar os gols até os 2 a 2; Ronaldinho e Seedorf.
Aí, Neto Berola foi premiado em sua volta, depois de 100 dias machucado e fez a alegria maior alvinegra. Um gol de merecimento e justiça a um profissional sério, dedicado e totalmente identificado com a torcida atleticana.
Voo irregular
O Cruzeiro continua em sua campanha de altos e baixos. Jogando completo é um time guerreiro, obediente taticamente e eficiente na conquista dos pontos. Desfalcado como ontem, foi goleado por um Coritiba em casa, que não tinha outra opção que não fosse a busca do gol.
A campanha cruzeirense se assemelha a um voo de galinha, de altos e baixos, inconfiável.
Menos mal
Do jeito que o presidente Gilvan de Pinho Tavares recebeu o Cruzeiro a missão para 2012 já está cumprida: o time não correrá risco de rebaixamento e certamente vai brigar por vaga nas melhores posições da tabela. Este é um ano de reformulação dentro e fora de campo e o pessimismo que predominava no fim de 2011 deu lugar à esperança de dias melhores em 2013.
Domingo tem clássico contra o Atlético, e tudo pode acontecer.
Reação americana
O América é que está precisando voltar aos trilhos. Fora do grupo dos quatro primeiros, desperdiçou outra oportunidade de chegar perto, ao empatar com concorrente direto à ascensão para a Série A, que é o xará potiguar.
Acredito na filosofia de jogar para frente do técnico Milagres, e que ele seja prestigiado pela diretoria e torcida nessa oportunidade que está tendo no time profissional.
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