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Não existe hora boa para perder

Antigamente a imprensa costumava dizer que o time tal “perdeu na hora certa”. Pensei que isso estivesse sepultado, mas esta semana ouvi a nova versão para essa maluquice: o Atlético “perdeu para o Náutico quando ainda podia perder”.

Ora, ora, lá se foram três pontos, em um campeonato por pontos corridos, que pode ser decidido até no número de vitórias ou saldo de gols! Como assim, “podia perder”?

É a mesma coisa que “correr atrás do prejuízo”. Uai, o certo não seria correr atrás do lucro, ou correr do prejuízo?

Dia desses escrevi que o Nelson Rodrigues devia estar se “contornando” no túmulo, e um leitor me corrigiu, dizendo que o saudoso jornalista deveria estar é se “contorcendo” pelo que escrevi. Tá bom, mas neste caso, ao pé da letra, um morto não contorna nem contorce; trata-se de figura de linguagem; e vida que segue!

Não foi liberado

Nota em uma coluna passada rendeu e está rendendo: escrevi sobre o Paulo Henrique, goleiro de 14 anos de idade, 1,95 de altura, de Matozinhos, que foi para o São Paulo, que teria sido dispensado por Cruzeiro e Atlético. Nas primeiras horas do dia seguinte, ligou-me o André Figueiredo, diretor da base do Galo: “o Paulo não foi liberado pelo Atlético e estamos à procura dele, pois simplesmente sumiu dos treinos, e agora é que estou sabendo que ele estaria no São Paulo”.

Com o Binho

No mesmo dia, a mãe do goleiro, senhora Maria Aparecida Cândida, escreveu-me: “Querido Chico, sou mãe do jovem de Matozinhos que foi para São Paulo e gostaria de agradecer a reportagem, porém gostaria que você consertasse só um equívoco: meu filho começou em um time de garotos liderado pelo Fábio Mesquita, também conhecido por (Binho); ele nunca treinou com Marcelo Buião; desculpe, mas o SUPER é o nosso jornal e eu não gostaria de ver uma pessoa como o Binho fora desta reportagem sendo que tudo começou no time dele. O apoio que ele deu ao meu filho foi e sempre será muito importante”.

O Zaz informa

À noite, telefona o Vinícius Araújo, de Matozinhos, junto do Zaz (garçon tradicional e muito querido na cidade), pai do Paulo Henrique, que acrescentou: “realmente ele não foi dispensado pelo Atlético, mas o Lúcio Mauro, que o levou para teste lá, foi procurado pelo São Paulo, que o viu em um torneio, e estava interessado nele. Fomos levados a conhecer as instalações deles lá e onde ele estudaria; ficamos empolgados com tudo que vimos e o deixamos ir para lá”.

Correntes do bem 

Três dias depois, o telefonema é do Maurício Barbosa, que faz muito bom trabalho com jovens no futebol de Matozinhos, dizendo que o Paulo jogava com ele, na escolinha que hoje se chama Correntes do Bem.

Mais uma versão 

Domingo, na casa do Carlos Fraga, da ótica em Matozinhos e diretor da Rádio Novidade de Capim Branco, o cunhado dele, Jaó, entrou no assunto e disse que o Zulu, do esporte, foi quem descobriu o Paulo Henrique. Ligou para ele, passou-me o telefone e ouvi a versão do Zulu.

Vixe! Tomara que este menino chegue à seleção brasileira, mas se isso acontecer, não quero nem imaginar mais quantas pessoas vão me procurar para dizer que o descobriram.


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Comentários:
6
  • guerreiro disse:

    com isso tudo de uma coisa e certa, conheço o bim e esse luta pelo futebol de matozinhos sem interesses!!!

  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Tá na cara que o moleque está cercado de “abutres”, todos com olhos bem grandes e arregalados querendo vê-lo logo ganhando muito, mas muito dinheiro.
    Apenas se esqueceram que ele deve subir um degrau por vez.
    Se ele estava aqui, fosse em Atlético, cruzeiro ou América, estaria perto da família o que seria um grande amparo.

    Se empolgaram e o levaram pra SP. A menos que seja um talento raro, sofrerá com as dificuldades pra se chegar ao profissional e não terá o alicerce familiar por perto. É esperar pra ver.

    Quem não se lembro do caso do garoto paranaense Jean, do Santos, tido como um novo Messi? Até hoje não despontou, foi emprestado pro Flamengo e continua sem estourar até hoje. Foram com muita sede ao pote. Olho grande é fogo… rsrsrs

  • Wagner Soares disse:

    Bom dia Chico.
    Todos esses descobridores são de araque , na verdade eu descobri o goleirão.
    Quando o filho é bonito todo mundo que ser o pai.
    Um abraço.

  • Adalton disse:

    o atlético está perdendo muitos pontos para times mais fracos do campeonato; não entraria mais relaxado que contra os gigantes? é pra ser avaliado pelo grupo ….senão , quando acordarem, pode ser tarde demais.
    o atlético não pode bobear….oportunidades assim, como este ano, demoram muitos anos a aparecer de novo; precisa entrar em todo jogo como se fosse decisão(e é na verdade). falta pouco.
    não entendi: assisti ao primeiro tempo do américa e achei o bragantino muito frco…como o américa conseguiu perder no segundo tempo?

  • ALISON NOGUEIRA disse:

    Boa noite Chico!

    Pois é filho feio não tem Pai, mas quando o garoto se destaca e fica conhecido todo mundo quer ser o pai da criança, é impressionante esse acontecido narrado por voçe Chico, cheio de controvérsias, e isso com um atleta que ainda nem vingou.

  • Realmente não existe “hora boa prá perder”; existe sim, incompetência em campo, excesso de salto alto e menosprezo ao adversário!