Ligo na Globo para assistir o “Bom dia Minas” e vejo na tela o poeta, escritor e grande figura Wander Conceição, de Diamantina, com fisionomia assustada, quase desesperada.
Ora, ora, o Wander é gente do bem e quem o conhece sabe que o semblante feliz, de paz, é a sua principal característica.
No decorrer da reportagem a constatação que ele acabara de entrar para a trágica estatística das vítimas da violência galopante em Belo Horizonte.
Veio à capital resolver coisas, visitar amigos e parentes e sofreu um sequestro, desses equivocadamente chamados de “relâmpago”. Uma tortura dessas dura um século para a vítima, mas ironicamente foi batizada vulgarmente como “relâmpago”.
Menos mal que o Wander caiu nas mãos de bandidos menos cruéis, que o libertaram depois que confirmaram que ele falava a verdade, que não tinha dinheiro na conta bancária para que eles levassem.
Isso foi no Bairro Buritis, perto da região onde também resido em Beagá. A cada dia a violência se aproxima mais de nós, de nossos amigos, de nossos familiares e estes fatos servem apenas para as estatísticas, pois na prática não vemos nenhuma ação efetiva das autoridades para que o quadro mude.
Enquanto ações maiores e sustentáveis não são empreendidas, uma medida simples, imediata, poderia diminuir este faroeste no qual vivemos: blitz intensas, diárias, nas cidades e nas estradas visando apreender armas e drogas, pois sem elas, os bandidos não têm como nem porque agir facilmente como agem.
Mas as raras blitz que vemos visam apenas conferir se o cidadão pagou o IPVA, nessa fúria arrecadadora do governo, que precisa de muito dinheiro para gastar errado ou de forma suspeita.
Creio que foi no governo Itamar Franco que tivemos muitas blitz para desarmar a população. Os índices da criminalidade caíram de forma surpreendente.
Depois só aumentou.
Não sei porque a imprensa especializada no tema não cobra mais este tipo de ação. Só mobilizando a sociedade é que se poderá pressionar os políticos a se virarem. Eles só temem o voto, que pode lhes tirar o poder e as tetas.
O resto é perfumaria!
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