Ótimo artigo do Henrique Portugal (Skank), no Superesportes, hoje, onde ele aborda a questão dos estádios particulares dos clubes, pegando o Olímpico do Grêmio, como um dos exemplos.
Concordo plenamente com ele e entendo que Atlético e Cruzeiro já deveriam ter os seus próprios há muitos anos.
* “Nosso estádio”
Acabei de ver uma matéria sobre a nova arena do Grêmio, que será inaugurada no início de dezembro, e um livro do jornalista Marcelo Ferla, Memórias do Estádio Olímpico. Essa reportagem me fez pensar sobre a nossa relação com os estádios de Belo Horizonte e também aqueles em que estivemos na nossa peregrinação pelos últimos dois anos. Jogamos durante bom tempo na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, palco de uma partida inesquecível no fim do ano passado, contra o grande rival. Jogamos em Uberlândia, no belo Parque do Sabiá; fomos muito bem recebidos no Melão, nos ótimos jogos recentes em Varginha. Mas ainda fico em dúvida quanto a essa parceria com o Mineirão.
Há 15 dias estive em Porto Alegre. Quando estava pousando na capital gaúcha, vi que o futuro estádio do Grêmio fica perto do aeroporto. O clube fez parceria com uma construtora, pela qual entregou o Olímpico e ganhou o novo. Até que provem o contrário, pareceu-me um grande negócio para o clube.
Há quatro anos tive a oportunidade de visitar o San Siro, em Milão, na companhia do ex-jogador Leonardo, então dirigente do Milan. O estádio é ótimo, mas como a gestão é feita pelo Milan e pela Internazionale, é praticamente um território neutro. Não existe respeito e adoração por ele.
Quero poder sonhar e falar que esse estádio é do meu time. Quero um lugar onde fiquem os troféus dos títulos, fotos e referências históricas. Hoje não há um lugar em que o torcedor do Cruzeiro possa ver a taça da Libertadores, as da Copa do Brasil e tantas outras.
O estádio é um lugar onde os torcedores precisam se sentir em casa para mostrar todo o seu carinho pelo clube. O time, para exercer o seu mando de campo, precisa ser acostumado às dimensões do campo, ao vestiário, ao grito da torcida, e conhecer os atalhos do gramado. Isso faz muita diferença. Já que não vamos ter estádio próprio, que essa parceria seja realmente duradoura e positiva para o nosso clube.
Não quero escutar de outros torcedores que eles podem jogar no Mineirão quando quiserem. É o mesmo que você morar num apartamento alugado e alguém chegar e dizer que vai entrar na sua casa na hora em que quiser. Confesso que fico com inveja dos times que têm o próprio estádio. O da Bombonera, em Buenos Aires, tem os rostos dos principais nomes da história do Boca Juniors gravados na fachada. O Camp Nou tem um museu enorme contando a história do Barcelona. O Coritiba tem um belo memorial no Couto Pereira. No Estádio da Luz, em Lisboa, além de imensa loja do Benfica, é possível conhecer toda a história desse clube português e pode-se ver o famoso voo da águia antes de cada jogo.
Espero que todos esses detalhes que foram comentados sobre o acordo do Cruzeiro com o Mineirão sejam realmente concretizados.
Quanto ao Campeonato Brasileiro deste ano, nosso papel é atrapalhar alguns times na reta final. Já falei e repito: não chegaremos a 50 pontos. Alguém quer apostar comigo?
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