* “Festas caras com chapéu de quem paga impostos!”
Nessa última coluna do ano, venho agradecer aos senhores pela companhia e dizer que 2012 foi especial, pois realizei uma aspiração antiga de cobrir a Eurocopa e Olimpíada. São coberturas caras, em um mesmo ano, separadas por menos de 30 dias de diferença. Gosto muito da minha profissão, onde ganha-se pouco, mas diverte-se.
Em entrevista ao canal Globo News, o norte-americano Gay Talese disse que, “jornalistas mentem menos que políticos, padres e intelectuais”. Acredito no que diz essa grande personalidade da mídia internacional, e consolidei este pensamento nos últimos anos.
Falácias
O movimento em torno dos grandes eventos que o país vai receber nos próximos anos, me fez lembrar de situações que fazem lembrar a frase do Talese. Por exemplo, a cada dia fica mais difícil acreditar nas autoridades políticas do Brasil. Mas, vale a frase: “infelizmente ainda não encontraram regime de governo melhor que a democracia; que é bom, mas custa muito caro”.
E tudo em nosso país gira em torno da politica, onde tudo se resolve, aproveitando-se da alienação da maioria da população e da esperteza de quem detém o poder.
Não é diferente
No futebol, por exemplo, o Brasil está gastando mais dinheiro do que deveria com estádios. Os políticos estão se aproveitando da Copa do Mundo e o que a envolve. Usam argumentos mentirosos para justificar gastos ou tentar desviar verbas, legalmente, através de brechas das leis.
Nosso caso
Aqui, alardeiam que o Mineirão ficou pronto “dentro do prazo” e do “orçamento”. Só o tempo mostrará a verdade, já que o Ministério Público investiga, dos custos à necessidade de determinadas obras e contratações de serviços.
Minas cumpriu a cartilha da FIFA para tentar ser sede da abertura ou encerramento da Copa; sede do centro principal de imprensa e se não desse, que o Mineirão fosse palco da abertura e ou encerramento da Copa das Confederações; o que seria um bom prêmio de consolação.
Nada a ver
Além dos quase R$ 700 milhões com o Mineirão, gastamos mais de R$ 15 milhões na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas; e em torno de R$ 150 milhões no Independência. Estádios particulares.
Não conseguimos nem uma coisa nem outra, e também não berramos, aceitando tudo cordeiramente, sob incontáveis alegações. Nossas autoridades se esquecem do ditado popular que diz: quem abaixa demais a bunda aparece.
Por fora
Nessa toada, Belo Horizonte ficou inferiorizada a Rio, São Paulo, Fortaleza e até a Brasília, onde o futebol profissional não consta no mapa. Falam em “legado” para os mineiros com a Copa. Pura enganação, pois estádios são as heranças de menor importância para qualquer país que sedia um Mundial. Importante mesmo seriam rodovias decentes, aeroportos, rodoviárias, e no nosso caso específico, metrô e anel rodoviário de Belo Horizonte, duplicação de rodovias como as BRs-040, 381 e 262; telecomunicações ao menos razoáveis, apesar de tantas operadoras, que prometem tudo, mas prestam péssimos serviços.
Infra estrutura
No Brasileiro deste ano tivemos jogos paralisados em Belo Horizonte, Rio, São Paulo e outras grandes cidades por falta de energia elétrica.
Segurança não existe. De Norte a Sul, Leste a Oeste, no Brasil, polícias militar e civil não têm efetivos nem equipamentos à altura. Mas gasta-se e tolera-se quase tudo em nome da Copa do Mundo 2014, das Olimpíadas 2016 e suas instâncias agregadas.
E viva os estádios milionários, cuja maioria da população não terá acesso!
* Essas e outras notas estarão em minhas colunas de amanhã, nos jornais O Tempo e Super Notícia!
» Comentar