Pois é!
Último dia do ano e eu não poderia deixar de cumprimentar a você que prestigia este espaço, lendo, comentando e debatendo os assuntos abordados aqui.
Através dessa charge do Duke, o meu muitíssimo obrigado pela companhia em 2013 e que tenhamos todos um 2014 melhor ainda.
Termino o ano, como quase sempre, em Conceição do Mato Dentro, que continua da melhor qualidade.
Na tradicional pelada, que já passa da 30ª edição, meu time venceu, de virada, 8 a 6, com direito a “olé”, no campo da AABB!
Depois, o não menos tradicional “chá com torradas”, dessa vez no Clube Social.
Da esquerda para a direita, Robson, Pico, Sadi (autor da maioria dessas fotos) e Bodão
O ambiente é este, onde atleticanos, cruzeirenses, americanos e torcedor ou simpatizante de quem quer que seja, se diverte junto e se respeita, como deveria ser sempre no futebol, profissional ou amador.
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O ano que chega será de Copa do Mundo no Brasil. Numa edição do jornal O Globo, do dia 11 deste mês, li esta coluna do Elio Gaspari, muito interessante sobre a Fifa e o seu presidente.
Vale a pena e repasso às senhoras e senhores.
Mais interessante ainda é que foi escrita 10 dias antes do Joseph Blatter dizer em entrevista ao Sérgio Utsch, em Marrakech, que acidentes com mortos acontecem em qualquer lugar do mundo e que “faz parte”.
* “Um banho de Brasil para a Fifa”
Elio Gaspari, O Globo
Joseph Blatter, presidente da Fifa, pensa que é um chefe de Estado e leva uma vida de magnata. Viaja no avião da entidade, é recebido por presidentes de agenda porosa, atravessa algumas cidades precedido por batedores e durante os jogos de futebol fica em camarotes de VIPs onde garçons servem champanhe e caviar. (Na abertura da Copa das Confederações, felizmente, a doutora Dilma reclamou do mimo.)
A Fifa não é um Estado, e, se fosse, com sua crônica de propinas, estaria entre as cleptocracias da segunda divisão. Para os brasileiros, há a lembrança do ocaso de João Havelange, que dirigiu a instituição de 1974 a 1998, quando se tornou seu presidente honorário. Renunciou em abril, na esteira de um escândalo.
A Fifa é uma organização de cartolas, e a Copa do Mundo tornou-se um empreendimento que move bilhões de dólares. Durante as manifestações de junho, a imprensa internacional lembrou o fato de que a competição será realizada num país onde multidões protestavam contra o preço das tarifas de transportes públicos enquanto a entidade anunciava que entre os patrocinadores do evento estará o champagne Taittinger (US$ 100 a garrafa).
A Fifa mudou o horário de sete jogos da Copa, atendendo a pedidos dos patrocinadores e das emissoras, interessadas em transmitir os jogos ao vivo. Jogo jogado, pois essa possibilidade estava prevista. As pessoas que compraram ingressos para os velhos horários e por algum motivo quiserem desistir perderão pelo menos 10% do valor pago.
Ou seja, o sujeito marcou uma consulta no dentista, pagou adiantado, o doutor mudou o horário, e ele perderá 10% do preço da visita se quiser cancelá-la. Pouco custaria à Fifa livrar a clientela dessa tunga, até porque serão poucas as desistências.
Quando a burocracia dos cartolas baixa no Brasil com tamanha desconsideração, cria antipatias desnecessárias. Blatter vende ingressos para uma população que o vê passando na rua com batedores (no Rio já chegaram a fechar as transversais da Avenida Atlântica para que ele tivesse pista livre). Os ingressos para os jogos terão preços salgados, as companhias aéreas e os hotéis estão de olho no bolso da galera. Além disso, o evento colocará nas ruas milhares de policiais com o treinamento e os modos que mostraram em junho.
Esses problemas são parte da vida nacional, não é preciso agravá-los. Blatter deveria vir ao Brasil por três dias, para viver como uma pessoa comum. Descobriria que o amigo que o hospeda no Rio ou em São Paulo paga mais IPTU do que ele na Suíça.
Descobriria também que, enquanto paga o equivalente a R$ 100 por ano para andar quantas vezes quiser em todas as autoestradas do seu país, aqui pagará R$ 40 por um só percurso do Rio a São Paulo, com direito a engarrafamento. Quando um brasileiro desce no aeroporto, rala na Alfândega. Ele, não. Sendo suíço, verá que Pindorama é o único país do mundo onde a fila dos nativos para o exame de passaportes é maior que a dos estrangeiros.
Quando um pedaço do Itaquerão desabou, Blatter pediu a “Deus e Alá” que garantam a entrega das arenas a tempo. Se os brasileiros se aborrecerem durante a Copa, o doutor não deverá invocar seus nomes em vão.