O jornalista Marcelo Bechler, mineiro radicado em São Paulo, das rádios Globo/CBN, sempre muito bem informado, avaliou a volta do Tardelli ao Atlético e como ele será utilizado taticamente:
* “Diego Tardelli volta ao Atlético para mudar o patamar da equipe. Em 2012 faltou alguém que marcasse muitos gols, que aproveitasse as tantas chances criadas por Ronaldinho e Bernard principalmente. Jô fazia pivô, mas não fazia gols – foram 10 no Brasileiro. Bernard foi o artilheiro do time com 11.
Desde a saída de Danilinho, Cuca procura alguém para jogar pela direita pelo 4-2-3-1. Guilherme não foi bem. Araújo e Rosinei aparecem como candidatos no início da temporada. Araújo faria o papel que desempenhou por boa parte da carreira, jogando pelo lado. A diferença é que, aos 35 anos, o tempo passou para ele e não possui mais velocidade e resistência o suficiente para fazer funções ofensivas e defensivas que a posição exige. Rosinei sempre foi um volante-meia e talvez possa ajudar mais taticamente, dando suporte às subidas de Marcos Rocha.
E Tardelli com isso?
Caso Cuca não queira mudar a forma do time jogar, há justamente essa posição vaga. Jô poderia continuar segurando os zagueiros e servindo de referência para a ligação longa, muitas vezes utilizadas em 2012. Tardelli ficaria mais longe da área e, destro, teria mais facilidade de conduzir em direção à linha de fundo e não em diagonal em direção ao gol. Não necessariamente o atacante perderia seu poder de fogo, mas obrigatoriamente teria de se adaptar a uma condição diferente.
Há ainda a possibilidade de Cuca mudar a forma do time jogar. Com Tardelli na vaga de centroavante, o time teria mais movimentação na frente e poderia ser ainda mais rápido, perdendo, no entanto, quem prende a bola na frente.
Em 2009, Tardelli foi o centroavante ao lado de Éder Luís. Foram 42 gols naquele ano. Terminou como o goleador máximo do futebol brasileiro. Em 2010, em um time mais fraco e com Obina muitas vezes como companheiro, o que o obrigava a jogar mais longe do gol, marcou 25 vezes. Antes de se transferir em 2011 ainda fez seis em sete jogos. No total, 73 gols em 114 jogos. Média de 0,64 por partida.
Barcos teve um desempenho considerado muito bom em 2012. Marcou 28 gols em 55 partidas, média de 0,5. Fred, considerado o melhor centroavante do futebol brasileiro, tem média de 0,68 desde que chegou ao Fluminense em 2009 (são 105 gols em 155 jogos), praticamente empatado com Tardelli. Luís Fabiano, que tem uma das melhores médias da história do São Paulo (0,72) tem 158 gols em 218jogos pelo clube.
O Atlético precisa de jogador que seja eficiente pela direita. E de um pivô que faça mais gols. Caso Tardelli mantenha a média de gols que construiu, será porque se adaptou bem ao lado do campo ou porque o time passou a depender menos do pivô. Caso contrário, continuará faltando alguma coisa.”
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