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Esporte, política, politicagem e longevidade no poder

O esporte é um dos maiores trampolins para quem quer fazer carreira política. Em países onde o futebol é paixão popular, empresários se tornam dirigentes e chegam a mandados parlamentares e executivos. Temos incontáveis casos no Brasil; muitos em Minas, Belo Horizonte e interior. Na Argentina, Mauricio Macri, com o dinheiro das empresas dele, tirou o Boca Juniors do atoleiro, foi eleito e reeleito prefeito de Buenos Aires e é o principal nome de oposição à presidente Cristina Kirchner.

No Paraguai o dono de 26 grandes empresas; maior exportador de cigarros do país, Horácio Cartes, assumiu o Libertad; o colocou na prateleira de cima e é o maior favorito à presidência da república, nas eleições no próximo 21 de abril.

Cartes-600x379Horário Cartes, em foto do jornal La Prensa, do Paraguai

O conceituado jornalista Paulo Vinícius Coelho, escreveu na coluna dele na Folha de S. Paulo, dia três, que um diretor do Cruzeiro disse a ele: “… reservadamente, nesta semana, uma frase importante: “Nos anos 60, o governador Magalhães Pinto construiu o estádio e deu ao futebol de Minas. O governo atual tirou. O Mineirão agora tem de dar lucro, e o futebol vai pagar”.

É lamentável, mas é verdade!

Com uma agravante: tirou o estádio também da população. Muitos leitores estão reclamando que não podem mais levar seus filhos e netos para andar de bicicleta ou brincar, no entorno do estádio, porque agora há grades cercando tudo. Ninguém entra; só em dias de jogos ou shows, como do Elton John que vem aí.

Aliás, não dá nem para ver o Mineirão, como antigamente.

Só através de fotos aéreas.

 

Nunca ouvi falar que a Confederação Sul-Americana de Futebol tenha mandado o São Paulo tirar o seu escudo e o seu nome do estádio que lhe pertence, o Morumbi. Sendo assim, não deu para entender o que levou a entidade presidida há 27 anos pelo senhor Nicolas Leoz, a querer que o América retirasse a marca dele do Independência para o Atlético x São Paulo.

 

Por falar em longevidade em cargos de comando, o Papa Bento XVI deu um grande exemplo a presidentes de federações, confederações, ligas e clubes de futebol do Brasil. Carlos Nuzman não larga a cadeira do Comitê Olímpico Brasileiro de jeito nenhum. Nos clubes, muitos cartolas mudam estatutos, põem irmãos, filhos ou esposas no lugar, até poderem voltar.

Ficam ricos e usam as instituições enquanto querem.


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Comentários:
6
  • Alexandre disse:

    Pessoal, desculpe-me, mas a culpa e nossa. Não adianta reclamar se se vive em um pais onde as pessoas reclamam do Estado e para resolução do problema, pedem por mais presença do Estado.

    Na verdade enquanto nos comportarmos assim não adianta reclamar. Cada vez mais temos mais Estado e as criticas só aumentam.

    Temos e que mudar a forma e mudar a formar de pensar e agir.

    Acho que nossa maior contribuição e fazer as pessoas enxergarem que o ato delas e que gera isso. Por exemplo, um caso como este na Alemanha o Estado nem pensa em brincar com seus cidadãos, sob a sempre ameaça de perder legitimidade.

    Vive fora e estou há 17 anos fora de Minas, adoro nosso Estado, mas aí, não tem como negar, as pessoas clamam por mais Estado, diferentemente de Sao Paulo, por exemplo.

    Abraços,

    Alexandre

  • Marcelo Sat disse:

    Chico,
    A idéia de cobrir a identificação do América no Independência não deve ter saído da cabeça da Sul-Americana…. Isso tem pinta de ter sido um “pedido” feito pelo mandante para dar a impressão de que o estadio lhes pertence. O Nicolas Leoz, parece, acabou caindo na conversa do narigudo. sorte o pessoal do América não estar dormindo no ponto….

  • J.B.CRUZ disse:

    Com o governo intrometendo na vida particular do cidadão; o livre-arbítreo já foi pro ‘saco’ há muito tempo..E o direito de ir e vir??..Estamos vivenciando momentos terríveis, pois não sabemos de onde vem o perigo que está a nossa espreita a qualquer momento..Saudades do regime Militar que jamais ameaçaram o nosso direito á propriedade;o direito de estudar e de ir e vir sem tomar um tiro; o direito de educar nossos filhos;o direito de ter uma arma em casa para defender nossa família e o direito a privacidade…Na verdade os militares impediram que a violência contra o cidadão trabalhador e comum acontecesse, como está acontecendo agora e em rítmo acelerado..Há propósito, você iria depois das 18;00 hs a qualquer evento na maior tranquilidade, como se fazia no passado???..

  • Johnny disse:

    Ótima coluna Chico. Estamos piorando como cidadãos e como país.

  • Alessandro disse:

    Caro Chico,
    Sou leitor assíduo do seu blog, esta assiduidade é devido você não postar só sobre futebol. São postados sobre política, cultura e outras informações difíceis em ler em outros blogs de jornalista direcionados ao esporte.
    É por isto que vou relatar o que ocorre na BR MG 050 privatizada pelo governo estadual, ou seja, pagamos pelo mesmo serviço três vezes. Mas, o mais absurdo é o valor cobrado pela concessionária que administra a via, que é R$4,10, em uma rodovia cheia de remendos, ondulações e em sua maior parte sem a terceira faixa.
    A cidade para qual costumo ir fica a cinco km da divisa com o Estado de São Paulo, e é impressionante a diferença e a qualidade do asfalto. Será que até nisto Minas é atrasada?
    Um grande abraço.
    Alessandro

    – Belo Horizonte