Na coluna da Mônica Bergamo, hoje, na Folha de S. Paulo:
“Globo estuda queda de audiência”
O novo diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, 54, conversou com a coluna na festa da novela das seis, “Flor do Caribe”, em São Paulo (fotos ao lado). O executivo revelou que a emissora, depois de fechar 2012 com a pior audiência de todos os tempos, não tem meta para este ano.
Carlos Henrique Schroder (esquerda), novo-diretor-geral da Rede Globo, Eugênia Moreyra, gerente de programação da Globo News, Cesar Seabra, diretor da Globo News, e Luiz Claudio Latgé, diretor-executivo do jornalismo da TV Globo (Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo)
Qual é a meta do senhor na direção-geral da Globo?
Carlos Henrique Schroder – Fazer produtos com cada vez mais qualidade. Mais atraentes e que levem o telespectador a ficar na Globo.
A que o senhor atribui a queda de audiência da emissora, que fechou 2012 com a pior média de todos os tempos, 14,7 pontos na Grande São Paulo?
Estamos fazendo um longo estudo. Tem uma série de fatores extra-TV. Um dia de calor no Rio e em São Paulo hoje impacta a audiência. Um feriado, um dia de pagamento de salário… Isso tudo afeta o número de TVs ligadas. Não [atinge] só a Globo, mas a TV aberta como um todo.
Há uma meta de audiência?
Não. Temos que tirar da frente a obrigação de entregar pontuação. Temos que entregar o produto. A audiência virá como consequência.
Após a contratação de Marcelo Adnet, novas atrações podem ser anunciadas?
Toda vez que o mercado oferecer talentos que interessarem à Globo, sim. Não há motivo para não buscar fora da Globo, seja no teatro, em emissoras concorrentes ou na TV fechada. O nosso olhar deve estar no Brasil inteiro, não só no eixo Rio-São Paulo.
O senhor é o primeiro diretor de jornalismo a assumir a direção-geral da Globo.
Eu já fazia parte do comitê artístico e já havia uma disputa de espaço para o jornalismo, que hoje ocupa um lugar razoável na programação. Ter mais ou menos espaço na grade vai depender do produto que temos a oferecer.
Outras diretorias da emissora vão mudar?
Não há previsão a curto prazo. Mudamos companheiros que já haviam pedido para sair, que tinham tempo de casa muito longo. Teremos Copa do Mundo, eleições, Copa das Confederações, Olimpíada. Ou mexia agora, ou só daqui a dois anos.
A Globo tem se aproximado dos evangélicos. Na próxima novela das nove, uma personagem vai encontrar a felicidade depois de se converter.
Eu não li a sinopse.
Mas o segmento evangélico interessa à Globo?
Como qualquer outro, evangélicos, católicos. Nós temos um cuidado com todos. É uma preocupação geral, não específica, como com as classes A, B, C, D e E.
* http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/1236678-globo-estuda-queda-de-audiencia.shtml
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