Como diz o ex-presidente do Ginástico, Ísio Duflles: “não existe virgem em puteiro!”.
O Barcelona voltou a encantar e deu um banho de bola no Milan ontem. Venceu por 4 a 0, no Camp Nou, e garantiu vaga nas quartas de final da Liga dos Campeões.
Se dentro de campo nenhum clube do Brasil se iguala, fora, o clube catalão tem suas semelhanças com os nossos, no que se refere a cartolas que se aproveitam dos cargos para ficarem ricos.
A diretoria que comprou Geovanni (este que está no América), em 2001, caiu toda, porque não conseguiu explicar o valor pago na época ao Cruzeiro: 18 milhões de dólares. O assunto é abordado no livro “A bola não entra por acaso”, do ex-vice financeiro do clube, Soriano Ferran.
Durante a Copa América de 2010, na Argentina, tive a oportunidade de ver de perto o atual presidente do Barça, Sandro Rossel, que virou “arroz de festa” em treinos e hotel da seleção brasileira, em Los Cardales, a 60 Km de Buenos Aires.
Chegou a viajar no mesmo ônibus dos jogadores, para a estréia contra a Venezuela, em La Plata. O então técnico Mano Menezes desmentiu isso, mas o canal Fox Sports, exibiu imagens.
A especulação era que ele estivesse contratando o Neymar, porém, meses depois, verificou-se que os interesses eram outros: ele estava de “sociedade” com o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, numa outra jogada rentável para ambos: intermediação de amistosos para a seleção.
O primeiro, Brasil x Portugal, no Distrito Federal. Mas o Ministério Público viu angu debaixo da carne e o assunto se tornou judicial e caso de polícia.
Veja o que a Folha de S. Paulo publicou ontem:
* “Presidente do Barcelona é acusado de fraude no DF”
Sandro Rosell, presidente do Barcelona e um dos cartolas mais poderosos do mundo, foi denunciado criminalmente no Brasil sob a acusação de se beneficiar ilegalmente de um contrato sem licitação e de usar um documento falso para poder organizar um amistoso da seleção.
Rosell responde por falsidade ideológica e dispensa ilegal de licitação, na qual recebeu R$ 9 milhões em recursos públicos. Se condenado, ele pode receber pena de prisão de até oito anos.
Ele é dono da empresa Ailanto Marketing, contratada sem licitação para organizar Brasil x Portugal em 2008, em Brasília. O governo do Distrito Federal bancou a partida, por R$ 9 milhões.
Segundo a Folha apurou, a denúncia foi oferecida em fevereiro pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social, do Ministério Público do DF. Foi recebida pela oitava vara criminal de Brasília, que abriu prazo para a defesa. O ex-governador José Roberto Arruda também foi denunciado.
Como a Folha revelou no ano passado, a Ailanto Marketing é ligada a Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.
A Polícia Civil encontrou cheques nominais e declarações de impostos de renda que comprovam que Ricardo Teixeira recebeu R$ 705 mil dos sócios da empresa.
Rosell enviou R$ 1 milhão da Ailanto para sua conta pessoal na Espanha após a partida –o caso foi encaminhado à Receita Federal.
ATESTADO FALSO
Após quase três anos de investigação, a Promotoria concluiu que Sandro Rosell e sua sócia, Vanessa Precht, sabiam que a contratação era ilegal e se beneficiaram disso. Um dos exemplos citados é o uso de um documento considerado falso para comprovar a capacidade da Ailanto realizar a partida.
As notas fiscais emitidas pela empresa ao governo eram a de número 01 e 02 –Rosell havia montado a Ailanto cinco meses antes.
O atestado de capacidade técnica, considerado falso pela Promotoria, é assinado pela empresa Bonus Sports Marketing, também de Rosell.
O documento foi apresentado sete dias antes do jogo e cita eventos que comprovariam a capacidade da Ailanto organizar a partida, quando a empresa não existia.
A Promotoria aponta ainda uma tabela descrita como “apócrifa e genérica” para justificar o preço, que foi considerada “imprestável” pela própria área jurídica do governo do DF. A denúncia cita também que documentos não foram traduzidos, o que iria contra as exigências legais.
Advogado de Rosell afirma que não houve falsificação e sustenta que a Ailanto tinha os direitos da partida.
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E veja o desmentido do Mano Menezes durante a Copa América de 2011, publicado no Globoesporte.com no dia 3 de julho de 2011 às 15h15:
Após o empate por 0 a 0 com a Venezuela, Mano Menezes negou que Sandro Rossel seguiu junto com os jogadores no ônibus
* “- No ônibus da delegação, ele não esteve. Não sei quem esteve no hotel. Em nosso andar, onde a Seleção estava hospedada, ele não esteve – disse Mano Menezes.
Sandro Rossel é amigo de Ricardo Teixeira e garante que não veio negociar com Neymar, apesar de ter ficado bem próximo do jovem atacante brasileiro. O dirigente afirmou que está na Argentina apenas para acompanhar as partidas da Copa América. O atacante chileno Alexis Sanchez, do Udinese, que também interessa ao Barcelona, também está disputando a competição.”
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E aqui a imagem exibida na época pela Fox Sports:
A não ser que estes sejam sósias, ou que o Mano não sabia que este era o presidente do Barcelona, né?
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