A charge do Duke não saía da minha memória.
No dia seguinte à derrota do Atlético para o São Paulo na fase de grupos ele desenhou um Galo criando uma cobra vestida de São Paulo.
Aquela charge representava bem o espírito que começou baixar em incontáveis atleticanos, pessimistas, achando que o fim da linha estaria no próprio São Paulo nestas oitavas de final.
Alguns chegaram a dizer que a diretoria e comissão técnica foram “burros” de não ter calculado resultados e quantidade de gols para escapar do time do Ney Franco.
Ora, ora! O futebol é isso: quando um time tem mais talentos, entra determinado em campo e não sofre influência da arbitragem, dá no que deu esta noite no Independência.
Claro que de sã consciência ninguém imaginava que pudesse sair uma goleada, mas o que se viu em campo foi um time com “sangue nos olhos”, sem desfazer do adversárioe agredindo o tempo todo.
Jô inspirado como nunca e os merecidos três gols; Tardelli e Bernard atacando, marcando e trocando de posição. Em determinados momentos o Bernard virava lateral direito.
Ronaldinho quase fez chover e a olhada pra direita, para dar o passe para a esquerda, botando o Jô na cara do Rogério Ceni, foi demais.
Pierre e Leandro Donizete, gigantes mais uma vez; a defesa muito firme, com um vacilo do Victor, que resultou no gol do São Paulo, quando o placar já era de 4 a 0.
Gilberto Silva foi perfeito ao lado do Réver, o mesmo ocorrendo com o Marcos Rocha e Richarlyson.
Rogério Ceni começa a contagem regressiva do fim da carreira de forma triste, com direito a uma bola entre as pernas, um chapéu, duas bolas na trave e uma sucessão de sustos durante o jogo todo.
O esquema do Ney Franco sentiu demais do Aloisio e Osvaldo, dois velocistas que teriam papel decisivo em um jogo como este.
A arbitragem do uruguaio Roberto Silva foi impecável.
Não caiu na cavada de pênalti que o Luiz Fabiano armou aos 42 do primeiro tempo, quando estava só 1 a 0. Um apitador brasileiro cairia.
No segundo tempo, também não caiu na cavada que o Tardelli tentou. Um soprador de apito brasileiro, além de não cair, daria cartão amarelo para o atacante do Galo.
Agora é aguardar o classificado de Palmeiras e Tijuana do México.
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