A lamentar, a opção de Atlético e Cruzeiro por um árbitro paulista. Além de desprestigiar os mineiros, perderam em qualidade, pois o senhor Oliveira é fraco, e impediu que o jogo fosse melhor do que foi.
A comemorar, que, apesar de apenas 10% de uma das torcidas, tivemos um clássico com a rivalidade sendo manifestada civilizadamente. É um primeiro passo para que tenhamos no futuro, meio a meio, como sempre foi e nunca deveria ter deixado de ser.
O jogo foi muito bom, e como era de se esperar o Atlético agrediu mais, para tirar a vantagem do Cruzeiro, dono da melhor campanha na primeira fase.
Valeu, principalmente para mostrar que a renovação de quase 100% feita pela diretoria cruzeirense no elenco, está dando certo. Coisa rara no futebol, que soma pontos na carreira do técnico Marcelo Oliveira, que assumiu sob grande desconfiança da torcida celeste e da imprensa.
O Atlético está montado, tem estratégias e mais jogadores de qualidade. Cuca está há vários anos, entre os treinadores da prateleira de cima do futebol brasileiro.
Marcelo Oliveira está caminho. Sua principal virtude é saber dialogar com o grupo que tem nas mãos. Do tipo de consegue tirar água da pedra.
Pelo lado alvinegro, a dúvida era se o time entraria em campo querendo jogo ou se deixaria para a última partida. Quis! Aí mostrou quem é quem! O Galo conseguiu uma raridade: elenco, ambiente, sintonia entre comissão técnica, jogadores e diretoria. A torcida, que mesmo nos muitos anos de baixa, sempre apoiou, agora está mais ligada o que nunca. Joga junto!
Antes da partida recebi e-mail do amigo cruzeirense João Chiabi Duarte que previu o que aconteceria: “…o time atleticano vive fase excelente, com o quarteto ofensivo jogando por música (Ronaldinho, Tardelli, Bernard e Jô).
Só que o sistema tático de Marcelo Oliveira é bem parecido com o de Cuca e o Cruzeiro também traz para o jogo um bom quarteto ofensivo com Diego Souza, Everton Ribeiro, Dagoberto e Borges).
Companheiros da imprensa nacional, como Fernando Calazans e Renato Maurício Prado escrevem em suas colunas que a CBF deveria pegar Cuca e a base do time do Atlético para representar a seleção brasileira na Copa das Confederações.
Realmente o time está jogando muito, com consistência, fruto do trabalho do comandante, que, diferentemente do passado, tem um respaldo do comando do clube.
Alexandre Kalil implantou quase 100% em sua gestão no Atlético, o que o pai dele, Elias, fazia. O melhor dirigente de futebol que já vi, tinha uma virtude a mais que o filho: agia como estadista. Raramente externava publicamente a raiva que sentia, era comedido nas polêmicas e tinha certeza que o futebol se ganha também fora da quatro linhas.
Alexandre aprendeu a engolir sapos e digerir. Atua, hoje, com paciência, parcimônia e moderação. O jeito mineiro assumiu o lugar da porção árabe do sangue dele. Meia hora antes dos 3 a 0 deu entrevistas desejando feliz dia das mães a atleticanos e cruzeirense, que todos voltassem bem para as suas casas, lembrando que o futebol é “a coisa menos importante” das coisas mais importantes da vida de todos nós.
» Comentar