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Só mesmo no Brasil: “Pirataria do direito contra a obra de João Gilberto”

Um dos destaques da imprensa nacional esta semana foi a sacanagem que a Justiça fez com o João Gilberto, ao dar razão à gravadora EMI, que poderá continuar administrando os direitos autorais da obra dele.

A melhor crítica que li sobre o assunto foi do Leozleo Faria, no blog Burocracídio: 

JG

* “Pirataria do direito contra a obra de João Gilberto”

A justiça decidiu que a obra de João Gilberto deve ficar sob os cuidados da empresa EMI. Em decisão de segunda instância, um desembargador resolveu que o cantor não tem condições de manter e cuidar de sua própria obra.

Já a gravadora, detentora dos originais chamados de “disco master”, fez o que bem entendeu com os lançamentos da obra do cantor. Diante de discos valiosíssimos, atendendo a interesses de mercado, cortou faixas, alterou tempos e enfiou efeitos sintéticos na voz de João. Tudo isso para lançar duas obras em um só CD.

Trava-se uma briga judiciária há anos para que os direitos dos originais retornem ao cantor. E enquanto isso, a população que deseja obter a obra de João nas lojas ou de alguma forma legal, é obrigada a comprar a obra pirateada pela empresa EMI.

Certamente o que ocorre com essas músicas no formato original, é que elas são baixadas na internet de forma “ilegal”. Não resta outra alternativa para quem deseja conhecer o músico sem essa lesão que a gravadora causou em sua obra.

A gravadora certamente é uma das que engrossam o coro contra a pirataria digital.

O direito e lei funcionam assim no primeiro mundo. Dependendo do interesse que estiver em jogo, transformam-se uns e outros em piratas, foras da lei, camelôs.

Os direitos autorais de uma mega empresa intercontinental estão em jogo. Aí, meu amigo, nem o João Gilberto escapa de se transformar em pirata e camelô da própria obra. Imagine o cidadão comum.

Leonardo S. Faria 

* http://burocracidio.blogspot.com.br/2013/05/pirataria-do-direito-contra-obra-de.html


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Comentários:
4
  • Stefano Venuto Barbosa disse:

    Taí uma discussão boa, mas na verdade acho esse João Gilberto um chato e podem me chamar de inculto, mas bossa nova é um saco.

  • Eduardo disse:

    Vejo a decisão de outra forma. Se o João tivesse apresentado formas apropriadas para manter os másteres, o juiz teria dado ganho de causa para João, foi o que eu entendi lendo a decisão. O juiz mostra que sabe a importância do material, sua importância cultural e musical, tanto nacional quanto mundialmente, e que, por isso, decidiria, POR ENQUANTO, manter os masters com a EMI, que possui forma apropriada de manter os originais.

  • Raws disse:

    Com relação ao fato, um absurdo!
    Com relação ao talento, história e legado, admiração e aplausos.
    Com relação a imagem humana(o que me foi passado), arrogante e repugnante. Humildade, no meu ponto de vista é que nem honestidade, é obrigação e não qualidade.

  • Paulo Morais disse:

    O falido mercado fonográfico apostando suas últimas fichas nesta lógica jurássica da propriedade intelectual. Vamos precisar esperar a próxima geração dominar o mundo pra presepadas como essa acabarem!