Obrigado ao Thales Rosa que nos enviou essas interessantes informações do portal do jornal O Tempo:
* “Chico a analise de um Contador sobre os balanços de Cruzeiro e atletico.
Esperança de mudança em meio à crescente dívida
Mesmo com aumento de mais de R$ 30 milhões na dívida, especialista acredita em guinada financeira na história do Atlético
Thales”
Gilvan e Kalil implantaram gestões eficientes na Raposa e no Galo
* “Esperança de mudança em meio à crescente dívida”
Mesmo com aumento de mais de R$ 30 milhões na dívida, especialista acredita em guinada financeira na história do Atlético
O ano de retorno dos jogos a Belo Horizonte não terminou com lucros para Atlético e Cruzeiro. Em 2012, o Galo teve um déficit de R$ 33 milhões, e a Raposa, de R$ 31 milhões. A dívida total do alvinegro, no fim de 2012, era de R$ 414 milhões. Já o Cruzeiro fechou o ano passado com dívida de R$ 143 milhões.
Estes números que assustam qualquer trabalhador brasileiro, no entanto, podem ser comemorados por pelo menos um clube, o Atlético, segundo análise de Pedro Daniel, gerente da área de esportes da BDO Brasil, empresa de contabilidade especializada em auditoria e consultoria. Para ele, o balanço de 2012 mostra uma mudança de rumos no Galo.
O ponto que Pedro Daniel usa para justificar a sua análise é o de déficit de cada time. Em 2011, o Atlético teve um prejuízo de R$ 36 milhões, caindo R$ 3 milhões no ano passado. Já a Raposa que, em 2011, teve um déficit de R$ 13 milhões, viu esse número mais que dobrar, chegando a R$ 31 milhões.
“Só o endividamento bancário do Atlético é maior que o total do Cruzeiro. E isso porque a maior parte do endividamento do Atlético não é bancário, e sim ligado as questões fiscais, é tributário. Mas o Atlético atravessa um bom momento dentro e fora de campo. Mesmo sem usar um grande estádio, a bilheteria sempre está cheia e a renda aumentou. O clube tem investido bastante, houve um aumento no sócio-torcedor, as ações de marketing tem dado retorno e o time fechou o maior patrocinador da história do clube nesse ano”, diz Pedro Daniel.
“Houve um aumento de custo no departamento de futebol e no investimento, mas isso tem dado retorno com um aumento da receita. Apesar do endividamento do Atlético ser o dobro da receita anual, vislumbro uma virada desse panorama e uma reversão no quadro a médio prazo”, completa.
O aumento dos custos com departamento de futebol é perceptível no levantamento da BDO. O Atlético investia R$ 91 milhões no setor em 2011 e passou a investir mais de R$ 125 milhões no ano passado. O Cruzeiro, que investiu R$ 88 milhões em 2011, investiu quase R$ 100 milhões no setor em 2012.
Em relação à bilheteria, o salto do Atlético realmente impressiona. O Galo passou de uma receita de R$ 2,5 milhões em 2011 para R$ 14,3 mi no ano passado. A Raposa também teve um salto considerável: de R$ 3,9 milhões em 2011 para R$ 10,6 milhões em 2012.
Pedro Daniel também comentou uma mudança no futebol brasileiro em relação à venda de jogadores. Até poucos anos atrás comentava-se que para o clube conseguir equilibrar suas finanças e ter uma boa receita, era necessário vender seus principais atletas, no entanto, isso mudou para o especialista.
“A venda de jogadores não é mais o foco na receita de um clube. O Atlético é o oitavo em faturamento com venda de atletas. Existe uma queda na dependência de receitas em relação à venda de jogadores. Até pouco tempo atrás, os clubes só tinham um bom faturamento com essa venda, hoje, isso não acontece mais”, analisa.
E os números não deixam dúvidas: da receita de R$ 163 milhões do Atlético em 2012, apenas R$ 11 milhões foram adquiridos com venda de jogadores. No Cruzeiro, o número é maior, da receita de R$ 120,4 milhões em 2012, R$ 24 milhões foram ganhos com a venda de atletas.
No entanto, se por um lado a dependência dos clubes em relação à venda de jogadores diminuiu, por outro, a dependência com as cotas de TV aumentaram. “A cota de TV é a maior fatia da receita dos clubes. No Atlético, a receita é de R$ 87 milhões em cotas de TV. Mais de 50% do faturamento do clube é de cota de TV e isso é visto em vários outros clubes e é algo comum”, diz Pedro Paulo. Já na Raposa, a influência não é tão grande como no Galo, mas é considerável. Dos R$ 120 milhões de receita do time estrelado, R$ 52 milhões vem da cota de TV.
O especialista ainda deu a dica para os clubes resolverem os problemas com dívidas. “Passa pelo que Atlético e Corinthians fizeram, o São Paulo também. Maior investimento no departamento de futebol e marketing. Os resultados dentro de campo trouxeram um aumento no sócio-torcedor, renda e bilheteria, e tudo isso junto com os patrocínios rendem num aumento da receita que, a médio prazo, irá superar o endividamento”, comenta.
* por Gabriel Pazini
http://www.otempo.com.br/esportes/ultimas/esperanca-de-mudanca-em-meio-a-crescente-divida