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Leitura de fim de semana I

Do blog Burocracidio, do Leonardo S. Faria:

* Indefeso, o civil.

BARCOS

Veja o que ocorreu no parque municipal de Belo Horizonte, a defesa civil, com seus competentes técnicos, interditou os barquinhos de pau da lagoinha do parque!

Fui obrigado a realizar uma pesquisa para saber se houve alguma ocorrência relatando acidentes ou afogamentos no parque. Não houve nenhuma ocorrência em 70 anos. As canoinhas ficam lá, bonitinhas, esperando alguma família ou casal para dar umas voltas na pequena lagoa do parque.

Agora, a Defesa Civil exige que um Engenheiro Naval avalie as canoas para voltar ao funcionamento. Engenheiro Naval! Como diz o José Simão, “o país da piada pronta”. 

Primeiro, sem desqualificar o trabalho da defesa civil, realmente estão verificando se há risco de alguma criancinha se eletrocutar ou morrer afogada no parque em plena diversão.

Mas falando sério. Engenheiro Naval é indicado para construção de navios! Não pra uma canoinha de pau. Aliás, como Estado tanto se preocupa com o bem estar de seus nacionais deveria interditar também as canoas de um tronco só, chamadas piroga, dos índios brasileiros. Defesa civil neles! Onde já se viu? 

Esse episódio só demonstra mais uma vez o desvario do ente público. Ele é capaz de criar um órgão que irá fiscalizar aos seus próprios entes. Tanto o Parque Municipal quanto a Defesa Civil são órgãos administrados pela prefeitura de Belo Horizonte. Até aí tudo bem. Confuso mas válido. 
O problema é saber porque é necessário um outro ente público para avisar ao próprio ente público de suas irregularidades, sendo que seria dever, uma autocrítica, corrigi-los.  E mais. Não só avisar é a questão. É que esse órgão também está punindo. Exigindo avaliações técnicas que custarão aos cofres públicos! Tudo bem! O dinheiro não sai dos bolsos destes técnicos muito menos dos administradores do ente, aliás, sabemos muito bem de onde sai o dinheiro que irá pagar as multas, os técnicos, a interdição e etc. 

É piada pronta mesmo. Enquanto isso nem passear de canoa pra fingir que nada disso existe pode. Seria cômico se não fosse trágico.

Leonardo S. Faria

* http://burocracidio.blogspot.com.br/


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Comentários:
4
  • Renato disse:

    “Ele é capaz de criar um órgão que irá fiscalizar aos seus próprios entes.” Isso é a coisa mais comum do mundo, chama-se controle interno, função muito importante em órgãos públicos e privados.
    “É que esse órgão também está punindo”. O órgão da prefeitura que pune é a corregedoria, que aliás, é bastante ativa na prefeitura de Belo Horizonte.
    Sobre o caso específico, não entendi porque da escandalização da questão. Aposto que se houvesse algum acidente no parque muitos iriam questionar a omissão da prefeitura.

  • thales rosa disse:

    o lucro que o aluguel dessas canoas da por ano não paga uma hora de trabalho de um engenheiro naval.. o cara que exigiu isso devia estar bebado ou drogado!!!!!!!!! Um tecnico em segurança resolveria essa confusao toda.. Dificil demais…

  • Rodrigo M Bento disse:

    …..Tava Semana Passada no parque..curtindo com a familia….e tive uma conclusão: precisava ir mais ao parque municipal… que lugar da hora…tranquilo, bonito e o mais importante, tradicionalissimo !!!!! meus pais,avós….sempre iam, me levavam..todas as vezes que penso no parque ,nunca me recordei de alguma coisa que me chateou meus pais,eu e esposa na epoca de namoro; e agora com as crianças.. sempre foi um bom passeio….Vou levar Meus Filhos mais vezes, Muito mais que em Shopings isso eu Garanto!!!!!

  • tom vital disse:

    Sai mais barato contratar um índio canoeiro…