Senhoras e senhores,

escrevo de Lisboa, de onde saio em menos de uma hora para Turim, onde iniciarei esta cobertura diferente da Copa das Confederações, que começa esta semana no Brasil.

Enviarei daqui o que a imprensa européia que está chegando aí falará de nós: receptividade dos brasileiros, infra-estrutura, nível de organização, segurança, condições de trabalho e facilidades oferecidas às delegações, aos visitantes e imprensa, enfim, como o Brasil está se preparando para a Copa do Mundo de 2014 e se a propaganda será positiva, negativa ou indiferente, para que os estrangeiros optem por viajar ou não para o nosso país, que quer aproveitar a Copa e Olimpíada de 2016 para melhorar a sua imagem no exterior, que hoje é de um paraíso da impunidade, violência, desorganização e corrupção.

Como dizem os portugueses, o que “estarão a falar” da nossa Minas Gerais, em especial de Belo Horizonte? E se falarão alguma coisa, já que o mundo quase todo resume o Brasil ao Rio de Janeiro, e todo brasileiro para eles é “carioca”.

Saí de Confins sentindo o movimento de Cruzeiro x Inter, com a movimentação de cruzeirenses indo para a Arena do Jacaré, com seus carros embandeirados, buzinaços e muito otimismo para mais uma exibição celeste, neste que é um dos clássicos mais empolgantes do nosso futebol.

Espírito festivo, passando por Pedro Leopoldo, Vespasiano, Matozinhos e Prudente de Morais, até chegar a Sete Lagoas, nesta que é uma das piores estradas do Brasil, a MG-424, perigosa, sem sinalização e irritante com sua pista comum, passando dentro das cidades, apesar do tráfego pesado e intenso dos caminhões que transportam cimento, pedra, ferro gusa e outros tantos produtos que movem a economia dessa região.

As condições dessa estrada são uma vergonha para Minas, agressão ao bom senso e desrespeito a todo mineiro que precisa utilizá-la.

Fosse eu um jornalista estrangeiro que se informasse agora sobre a história da Arena do Jacaré, teria enorme dificuldade em entender: o governo gasta em torno de R$ 16 milhões para reformar este estádio, alternativa para os clubes da capital e suporte para a Copa. Mas, três anos depois, parte dele é interditada, por problemas de uma obra, que aliás, ainda nem foi entregue oficialmente pela empreiteira que o construiu ao órgão competente que o administra, a ADEMG.

E para se chegar a ele, são transtornos e riscos de morte, inacreditáveis!

Fazer o quê?

Li no portal do O Tempo que Cruzeiro e Inter ficaram num 2 a 2, com o jovem Élber entrando novamente no lugar do Dagoberto e fazendo gol.

Agora é pausa no Brasileiro e depois da Copa das Confederações, retorno ao Mineirão.

A partir de amanhã as senhoras e os senhores poderão conferir nos jornais O Tempo e Super Notícia o que lerei, verei e ouvirei na imprensa, principalmente da Itália e da Espanha, países que estão na Copa das Confederações, e das principais cidades futebolísticas deles, como Turim, Milão, Roma, Madri e Barcelona, cujos veículos de comunicação são muito fortes, e grandes aparatos de cobertura nas cidades sedes da competição da qual somos anfitriões.

Já escrevi aqui outras vezes que este blog tornou-se uma importante ferramenta para o exercício do meu trabalho de jornalista, já que os participantes comentaristas, assíduos ou eventuais, abastecem-me de informações, questionamentos e observações que muito me ajudam a escrever as minhas colunas dos dias seguintes e balizar meus comentários por onde sou chamado a comentar.

Sendo assim, peço que continuem me ajudando durante esta viagem, sugerindo, perguntando, informando-me e corrigindo minhas mancadas para que eu erre menos e escreva melhor.

Nesta época do ano são quatro horas de diferença no fuso horário em relação a esta parte da Europa e a maior parte do Brasil, o que facilita o trabalho jornalístico de quem está aqui, pois há mais tempo para enviar a coluna dentro do horário de fechamento dos jornais.

Agora, por exemplo, 3h50 da madrugada em Belo Horizonte, são 7h50 aqui em Lisboa, com o sol já batendo forte nas incontáveis vidraças do belo e confortável aeroporto lisboeta.

Aliás, o nosso, em Confins, é um canteiro de obras, que apesar do atraso em função da má vontade do governo federal com Minas Gerais, deverá ficar muito bom.

Sigamos juntos nesta jornada, dessa vez rápida, aqui, já dia 26 quero estar na semifinal em Belo Horizonte

Até mais tarde!