Em entrevista ao Thiago Reis do “Seu nome, seu bairro”, uma torcedora definiu bem o resultado do clássico: “Ninguém imaginava que o Atlético jogasse tão bem!”. Sem dúvidas! E jogou muito mais que o próprio Cruzeiro imaginava. Tanto que só acordou nos primeiros minutos do segundo tempo, quando Giovanni fez a mais importante defesa do jogo em um chute do Ricardo Goulart.
Parecia o Atlético da primeira fase da Libertadores da América. Tardelli não deixou nenhum fã do Ronaldinho Gaúcho se lembrar que o craque não estava em campo. Fábio, de novo, mostrou porque é tão querido pela torcida cruzeirense, impedindo que o placar fosse mais dilatado.
Nada de anormal, nem preocupante, por fatos simples: pelo lado do Galo, no clássico quem está aparentemente em situação inferior se agiganta; pelo lado celeste, apesar de duas derrotas consecutivas a diferença de 10 pontos em relação ao segundo colocado mantém a tranquilidade.
Virtudes do campeonato por pontos corridos e quem ninguém se atreva a mexer nessa fórmula, a única que afere quem são os melhores e piores.
E o saldo continua positivo para todos: o título do Cruzeiro não está ameaçado e o Atlético tem motivos para ficar confiante na disputa no Marrocos.
Além de Tardelli, Fernandinho fez diferença, a ponto de o flamenguista radical Waldívio Marcos de Almeida decretar: “Este Fernadinho é um Bernard, porém, mais forte fisicamente”. Pode até ser, mas além dele, o Marcos Rocha voltou a mostrar o grande lateral que é; o zagueiro Emerson continuou justificando a sua contratação; Leandro Donizete, ao entrar, mostrou mais uma vez que é fundamental ao time.
Outro jogador importante e não valorizado o quanto merece pela torcida do Atlético é Luan. É desses que quando “não vai na bola, vai na raça”. Assim foi ontem, novamente. Ataca, defende, não se entrega e vibra enquanto a bola rola. Há jogadores que são movidos pelo empurrão especial do treinador ou da voz das arquibancadas. Além do Luan, Neto Berola é outro que não tem o devido reconhecimento da mídia e torcida, mas o Cuca valoriza.
Pelo lado azul, nada para abalar nenhuma reputação. Marcelo Oliveira escalou e posicionou o time do jeito que deveria. Alguns jogadores jogaram menos que jogam; coisa absolutamente normal em um campeonato longo e difícil como o Brasileiro, ainda mais quando se atua em ritmo alucinante como o Cruzeiro tem jogado.
A campanha até aqui deu crédito para a derrota no clássico.
Muita gente questiona porque o Atlético não jogou tudo isso, com reservas, em jogos anteriores do Brasileiro. Simples: o adversário era o Cruzeiro, e essa situação se verificou em incontáveis vezes na história do clássico, para ambos os lados.
O que mostra que, dentro da imprevisibilidade do futebol, o Galo pode passar por um Monterrey e até ganhar de um Bayern, no Marrocos.
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