Não fosse a bobagem cometida pelo Julio Baptista, dizendo pro Cris “faz logo outro”, a vitória do Vasco sobre o Cruzeiro, sábado não estaria sendo discutida até hoje. Ou, se não houvesse essa tecnologia espetacular da TV, conforme mostrou a transmissão do Sportv.
Não tenho a menor dúvida de que não houve nenhuma armação entre os clubes, muito menos entre a quase totalidade dos jogadores. Assim como também tenho certeza de que o Cruzeiro não se empenhou como se empenharia, caso precisasse do resultado. Uma situação óbvia, mas que suscita outras dúvidas, já que no Brasil é normal desconfiar de tudo e de todos, já que é a terra do “faz de conta”, onde a maioria gosta de se levar vantagem em tudo. Como dizia o Gérson, “certo”?
Se desconfiar já é normal entre brasileiros, com a bobagem cometida pelo experiente Julio Baptista, aí é que o circo pega fogo mesmo.
À luz da razão, jogos como este de sábado não têm nada de anormal: um time concentrado, onde o futuro profissional de todos está em jogo, no desespero contra o rebaixamento; contra outro, que já é campeão, não almeja mais nada na temporada e tem participado mais de festas do que de treinos.
Sem falar nas amizades de lado a lado, entre pessoas que já vestiram as mesmas camisas ou que foram ou são amigos de outras jornadas.
Há incontáveis jogos e situações semelhantes na história do futebol. Para resumir e ficar em um único exemplo, recente, lembremo-nos dos 6 a 1 do Cruzeiro no Atlético, em 2011.
O Galo depois de uma semana de festas pela salvação antecipada do rebaixamento e despedidas da temporada, contra uma Raposa que foi para Atibaia para se preparar para o jogo mais importante dela no ano.
Num clássico, depois de tomar o primeiro gol, qualquer time quer buscar o empate. Mas se não tem força física para isso, por mais que queira, corre o risco de levar o segundo, e o terceiro e o quarto e por aí vai.
O que não exime um ou outro jogador de culpa maior, pelo descaso com o jogo; intencional ou não. Sábado, Marcelo Oliveira criticou a apatia dos seus comandados azuis.
Mas é quase impossível manter o nível de concentração quando não há nada em disputa para um time.
A própria comissão técnica relaxa. O Cruzeiro jogou sábado e só volta a treinar quarta-feira. O ritmo já é de férias e isso reflete em campo.
E no embalo de uma atitude dessas do Júlio Baptista, o espaço fica aberto para todo tipo de especulação e gozações como essa do Duke, hoje, no Super Notícia.
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