No post anterior relatei a experiência de um cruzeirense em um grande jogo.
Vejam agora o que recebi do atleticano Leandro Heringer, que apresenta inclusive ideias para os clubes:
“Li seu texto sobre os ingressos e os depoimentos.
Chamo o tratamento dado ao torcedor de “marketing do gado”.
Tira foto do gado em fila para impressionar.
O Atlético foi campeão mineiro, da Libertadores, bateu recorde de bilheteria com 14 milhões de reais.
Fatos que mostram a força do Clube e de sua torcida.
Contudo, a alegria das conquistas não deve ofuscar a confusão e o desrespeito ao maior bem de um clube: a torcida (texto no site da Fifa sobre o Galo – Galo, grandeza que vai além dos troféus ).
Apostando no “marketing de gado” o clube não disponibiliza facilidades para aquisição de ingresso.
A imagem de atleticanos dias antes do início das vendas da final do torneio continental mostra a realidade dúbia: consciência do tratamento inadequado ao torcedor e esperteza de cambistas que se misturam aos apaixonados.
A não disponibilização de compra online através do registro de número dos programas de sócio torcedor e/ou CPF demonstra total desrespeito com o torcedor.
Outro fator preocupante, inclusive por questão de segurança, é a venda de ingresso apenas em dinheiro. Não eram permitidos cheques nem cartões de débito ou crédito. Mais uma falta de visão para potenciais parceiros.
Os programas de sócio-torcedor do Clube Atlético Mineiro não proporcionam tantas facilidades quanto de outros clubes.
Na categoria Galo na Veia Black, não se inclui estacionamento por exemplo.
Já na categoria Prata, o único benefício é uma fila exclusiva no dia anterior ao início das vendas gerais.
A título de comparação com outro mercado, percebe-se o atraso no tratamento com o torcedor.
Quando um brasileiro vai a Buenos Aires, há a possibilidade de comprar pacotes internacionais que oferecem traslado ida e volta do hotel ao estádio, tour pelo museu do Boca, ingressos e até bater pênalti no famoso estádio. Isso ao custo de 200 dólares.
Por valor similar (400 reais), ingresso no Independência não inclui nem estacionamento. Isso mostra a falta de visão de relacionamento do clube e do gestor do estádio com os torcedores/consumidores.
No próprio Mineirão, há camarotes no valor de 120 mil reais anuais e, embora haja conforto no estádio, não há nenhum tratamento diferenciado. Por exemplo, um ônibus leito que busque os torcedores e ofereça “comes e bebes”, publicações dos patrocinadores, eventos vips, entre outras estratégias de marketing de relacionamento.
Em tempos de lei seca, seria interessante este “mimo”. Uma empresa, por exemplo Volkswagen, poderia oferecer o transporte personalizado e convites para eventos que tivesse interesse em atrair o público específico.
Infelizmente, o marketing de relacionamento com o torcedor é praticamente inexistente, principalmente em se tratando de Minas Arena e Clube Atlético Mineiro. A própria diversidade de produtos licenciados é muito baixa considerando-se os diversos públicos (bebês, infantil, masculino, feminino e em suas divisões de renda).
Sem querer esgotar o tema, mas pretendendo abrir uma discussão, ficam as críticas à falta de visão e ação na relação clube x torcida. Já a relação torcida x clube, essa dispensa comentários.