Apenas mais um pequeno item da farra da Copa.
Reportagem no portal do O Tempo:
* “Na mira”
Parreira é alvo de denúncia no MP
Ex-treinador foi contratado, em abril de 2012, para ser embaixador na Copa, por R$ 1,2 mi
Devolução. Órgão solicita que Parreira devolva os R$ 279 mil que teria recebido do governo de MG
Lucas Pavanelli
O coordenador técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira é alvo de uma ação civil pública do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por improbidade administrativa e pode ter os bens bloqueados pela Justiça.
O ex-técnico da seleção vai responder ao processo juntamente com o secretário Extraordinário para a Copa do Mundo (Secopa) Tiago Lacerda, o ex-secretário da pasta Sérgio Barroso, dois proprietários da Alfa Consultoria Esportiva, que segundo o MPMG, representavam Parreira e outras duas servidoras da Secopa.
Parreira foi contratado em abril do ano passado para atuar como uma espécie de embaixador de Minas Gerais e tinha como missão divulgar o Estado e avaliar as cidades que pleiteavam a condição de sub sedes em Minas. O valor total do contrato era de R$ 1,2 milhão para dois anos de trabalho, mas o acordo foi rompido em novembro de 2012, quando assumiu o posto de coordenador técnico da seleção. Pelos sete meses de trabalho, Parreira recebeu R$ 279 mil.
Irregularidades. O Ministério Público contesta a contratação de Parreira e aponta três supostas irregularidades. A primeira delas seria uma “inversão de prioridades”. “O governo de Minas deveria selecionar a proposta mais vantajosa e o que ocorreu é que a empresa é que apresentou o valor que queria”, informou a assessoria de imprensa do órgão.
O segundo questionamento é a dispensa de licitação, já que para o MPMG, Carlos Alberto Parreira não teria a especialização necessária para prestar serviços como conhecimento técnico sobre infraestrutura e mobilidade urbana nos municípios, o que é essencial para um contrato em regime de dispensa de licitação. Outra irregularidade apontada pelo Ministério Público é que a rescisão do contrato teria sido feita de maneira unilateral.
“Foi por vontade do Parreira e o Estado não aplicou qualquer tipo de sanção, nem buscou outra pessoa para dar prosseguimento à consultoria. Esse tipo de acordo só pode ser rompido quando é interesse da administração pública”, afirmou o MPMG.
O Ministério Público pede que os cofres públicos sejam ressarcidos em R$ 279.408,30, que é o valor que Parreira teria recebido do governo de Minas e que os bens dos sete réus sejam bloqueados para garantir que a quantia seja paga.