Essa reportagem do O Globo, de ontem, mostra que se trata de um cabeça cozida, mas muito bom de marketing pessoal.
Jogador fraco tecnicamente, mas que consegue presença constante na mídia internacional.
Confira:
“Joe Barton, o polêmico inglês que se diverte atacando Neymar no Twitter”
Antipatia e destempero que vão muito além dos 140 caracteres
Meia do Olympique de Marselha já foi preso e agrediu colega em treino
‘Bad boy’, ele tem no currículo menos títulos do que polêmicas
LONDRES – Os ataques a Neymar pelo Twitter não são propriamente uma novidade no currículo do meia inglês Joey Barton, conhecido pelas provocações e o destempero em campo e fora dele. Bad boy é a expressão usada pela imprensa britânica sempre que se refere ao jogador, hoje emprestado ao Olympique de Marselha, da França, onde também já conseguiu fazer um punhado de desafetos.
Aos 30 anos, Barton tem feito mais fama pelo comportamento controvertido do que pelos resultados que em campo. “Tweets” agressivos e, muitas vezes gratuitos, como este em que comparou Neymar a “xixi de gato”, são constantes nos últimos tempos.
No ano passado, enquanto ainda jogava pelo Queens Park Rangers, perdeu o posto de capitão e foi publicamente advertido de que poderia ser demitido por falta de disciplina após a partida contra o Manchester City, na última rodada do campeonato. Foi expulso depois de agressões a Tevez e Agüero.
Barton foi obrigado a pagar uma multa de 480 mil libras (quase R$ 1,5 milhão) e ainda foi suspenso por 12 jogos. Em uma curta nota à imprensa à época, o clube limitou-se a informar: “O QPR confirma que Joey Baton foi multado em seis semanas de salário e não será mais o capitão do time.”
Pouco depois, em agosto, foi parar em Marselha, onde também já se desentendeu com colegas e com os dirigentes. Ao jornal francês L’Équipe, disse recentemente: “Na Inglaterra, o técnico quer que você marque… aqui eu sinto que estou descobrindo um novo esporte.”
Prisão e briga em treinoEle também fez piada durante uma entrevista coletiva ao falar inglês imitando um carregado sotaque francês. Mais tarde, de novo no Twitter, completou a provocação dizendo ser “muito difícil conceder uma entrevista numa sala cheia de jornalistas franceses” e batizou o novo idioma de bartonês.
Joseph Anthony Barton nasceu em 1982 no distrito de Huyton, em Liverpool. Após os pais se separarem, quando tinha 14 anos, foi morar com a avó, a quem atribui até hoje a criação que teve. Diz que se tivesse ficado com a mãe “não teria escapado das ruas”.
Em entrevista ao jornal “The People” há alguns anos, Barton afirmou ter decidido bastante jovem que o futebol era o que queria: “E não deixaria ninguém me impedir. Tenho o tipo de mentalidade em que nunca faço nada pela metade. Apenas me lanço até que seja o melhor que puder ser. Em Huyton, se você se deixar levar, você está acabado. Você tem que ter uma firmeza e determinação para lutar por tudo o que você puder.”
A carreira profissional começou em 2002 pelo Manchester City, tendo sido vendido cinco anos depois para o Newscastle United por 5,8 milhões de libras (R$ 17,7 milhões), quando especialistas consideram ter vivido a sua melhor fase, mudando-se depois para o QPR em agosto de 2011.
A história de ataques de Barton não se restringem aos 140 caracteres de tweets aqui e ali, nem às desavenças com companheiros de time ou oponentes em campo. A violência fora dos gramados o levou a ser condenado a seis meses de prisão em maio de 2008, após um incidente numa boate no centro de Liverpool. Cumpriu 77 dias. Pouco depois, foi suspenso por quatro meses após admitir uma briga, durante um treino, com o colega de time Ousmane Dabo, que acabou com um descolamento de retina.
Barton teve seu primeiro filho, Cassius — cujo nome especulou-se ter sido inspirado no pugilista Muhammad Ali, nascido Cassius Clay — com a namorada Georgia McNeil no final de 2011. Seu lado mais família tampouco o tornou menos raivoso. Nos últimos dias do ano passado, anunciou que iria “cozinhar vivos” os assaltantes que roubaram a casa dos pais da namorada em Derby, na Inglaterra.
