
Tomara que os estrangeiros que vierem ao Brasil tenham as mesmas facilidades e prazeres que tivemos na África do Sul em 2009 e 2010, sem problemas e que o país melhore a sua imagem perante o mundo, como a África do Sul conseguiu.
Chegou o dia tão esperado da abertura da Copa e lembrei-me da expectativa positiva que eu tinha em relação a este momento. Nutria muita esperança de grandes conquistas para o país com a realização deste mega evento. Há quatro anos, dia abertura da Copa da África do Sul, quando jogariam a seleção anfitriã contra o México, escrevi o seguinte aqui no O TEMPO:
“Comparo tudo que vejo aqui com a nossa realidade no Brasil, focando especialmente Minas Gerais e Belo Horizonte em 2014. Já imagino a nossa Copa do Mundo e a festa que entrará para a história, assim como os sul-africanos estão fazendo. Acordei com o barulho dos primeiros toques das vuvuzelas, por volta de 6h30. Bem distante do estádio Soccer City, porém, toda Johanesburgo envolvida com a abertura da Copa. Tráfego mudado em várias regiões, escolas sem aulas e clima de festa. Rádios e TVs transmitindo programas especiais e todos os jornais com fotos e manchetes voltadas ao dia em que o mundo voltou seus olhos para a África.
Casas, prédios e comércio embandeirados, buzinaços, automóveis com faixas e capas de retrovisores lembrando os 32 países que mandaram suas seleções para cá.
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Uma das cenas que não vou esquecer é a de duas senhoras, na faixa de presumíveis 70 anos, bem agasalhadas com seus casacos de lã, bandeiras sul-africanas em punho, tocando suas vuzuzelas e dançando, antes das 8 horas, na Queens Street, no Bairro de Kensigton, que não tem nada a ver com o estádio Soccer City. Gente simples, feliz, no embalo da autoestima em alta, que o futebol está proporcionando à África do Sul.
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País cheio de problemas, governantes complicados, porém povo animado, que sabe fazer uma boa festa e de calor humano fantástico. Grandes semelhanças conosco! Por tudo que estou vendo aqui e pelo que conheço do Brasil, podemos fazer até bem melhor em 2014. É uma chance de afirmação perante o mundo, oportunidade do planeta conhecer nossos problemas e sentir a criatividade e capacidade de reação de um povo…”
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Apesar de tantas frustrações com o que não foi realizado e com tantos erros e falcatruas continuo esperançoso que o país tire muito proveito com a organização dessa Copa. A África do Sul teve aumento em torno de 30% em seu fluxo turístico anual a partir do primeiro ano da realização da Copa porque quem cancelou de pacotes na última hora se arrependeu.
O mesmo aconteceu com quem nem pensou em ir, por medo, imposto pelas notícias, imagens e comentários amedrontadores, principalmente da imprensa européia. Quem esteve lá, gostou demais, fez propaganda positiva, e milhares retornaram para curtir de novo e conhecer outros lugares.
Somos um povo receptivo, festeiro e este clima misturado de festas juninas com carnaval que estamos vivendo certamente durará até o último apito do árbitro no Maracanã no dia 13 de julho.
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Ecos do passado
Na Universidade de Santa Clara, na Califórnia, depois de um treino da seleção brasileira, na primeira fase da Copa do Mundo dos Estados Unidos 1994.
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