Esta semana teremos um desfecho de alto nível, à altura do sucesso de público, das surpresas e da alegria que este mês de competições tem proporcionado ao Brasil. Quem, antes da Copa, apontava a Bélgica como possível “surpresa” foi surpreendido por essa incrível Costa Rica, que fez um jogo inesquecível contra a Holanda, levando a decisão para os pênaltis.
Mais cedo, o goleiro Romero fez apenas uma defesa, sem dificuldade, na vitória da Argentina sobre a Bélgica em Brasília. Uma classificação muito mais tranqüila do que se esperava. Os belgas jogaram fechados, apostando em contra ataques que não existiram. Mostraram futebol comum em todo o Mundial. Os argentinos dominaram a partida, jogando coletivamente, tanto que Messi atuou apenas para o gasto, sem precisar carregar o time como nos jogos anteriores, quando foi eleito pela Fifa o melhor em campo.
Desta vez o destaque foi o Higuaín, autor do gol aos oito minutos do primeiro tempo. Di Maria saiu machucado, mas nem assim os comandados de Alejandro Sabella diminuíram o ritmo ou passaram por dificuldades, já que a Bélgica não oferecia perigo.
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Nas entrevistas depois do jogo jogadores e comissão técnica argentinos transmitem otimismo e alegria, dando a entender que o ambiente está muito bom entre eles. Assim como o Brasil, terão o grande teste de fogo, agora, na semifinal, onde a qualidade dos jogadores e condição psicológica pesam, em função do equilíbrio.
A Holanda não tem um Messi, mas no conjunto, tem um time mais equilibrado.
Campeões juntos
Este bom ambiente entre os argentinos tem a ver com o trabalho da base deles e convocações anteriores. Dos 23 jogadores à disposição do Sabella, 11 estiveram juntos no time campeão olímpico em Pequim nos Jogos de 2008: Romero, Zabaleta, Garay, Banega, Gago, Mascherano, Di María, Sosa, Agüero, Lavezzi e Messi.
Riquelme também integrava este grupo; era um dos acima de 23 anos permitidos pelo Comitê Olímpico.
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Holanda e Costa Rica fizeram um jogo espetacular, principalmente depois dos 20 minutos do segundo tempo. Os costariquenhos quase perfeitos na marcação; os holandeses sem a mesma pontaria de outros jogos, pôs três bolas na trave, mas triunfou na perfeição da cobrança dos pênaltis.
Incrível a percepção do técnico Van Gaal, que trocou o goleiro apenas para as penalidades e se deu bem.
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Jogadores como Thiago Silva e Neymar fazem falta a qualquer time do mundo, mas o futebol brasileiro é pródigo em apresentar surpresas positivas em situações como essa. Porém, vejo como absurdo comparar este momento com o Chile em 1962, quando Pelé se machucou no segundo jogo e Amarildo o substituiu bem. Tínhamos o “fator” Garrincha. E Neymar está longe de ser o Pelé do momento.
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