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Racismo no Itaquerão, a pipocada do Elias e o “futebol comercial!”

No Brasil, vivemos no reino da hipocrisia, por isso gosto das opiniões do José Luiz Gontijo e torço muito para que ele não cumpra a promessa de que a qualquer hora ele fecha a conta dele no twitter. Seria lamentável, porque perderíamos um dos poucos espaços onde alguém tem a coragem de enfrentar essa chatice do “politicamente correto”.

Claro que discordo incontáveis vezes das opiniões dele, talvez até da maioria, mas ele nos faz pensar melhor sobre alguma opinião corrente na mídia, e muitas vezes repensar o que pensávamos antes. Principalmente sobre o “futebol comercial”. Bem sabemos que o que move o mundo da bola é o dinheiro e muita bola rola nos bastidores.

Ontem, mais um caso de racismo dentro de um gramado, em jogo da Libertadores, quando o Corinthians massacrou em Itaquera o uruguaio Danúbio, o time mais fraco do grupo considerado o mais difícil. A vítima foi o Elias, o excelente meia corintiano. Vejam a opinião do paulista Júlio Gomes, um dos melhores jornalistas do país, que já rodou o mundo como correspondente de vários veículos importantes do país:

‏@juliogomesfilho 

“Estou decepcionado com o Elias, por não registrar BO após ter sido chamado de macaco pelo jogador uruguaio. Não ajuda nada não fazer nada”.

E agora veja a opinião do José Luiz Gontijo:

‏@joseluizgontijo  

“Futebol comercial adora uma polemica sobre “racismo”. Os repórteres entram em transe, com a possibilidade de audiência sensacional. Sorry!”

E eu penso o seguinte: está havendo exagero e oportunismo nesta história de racismo, não neste caso do Elias, mas no país em geral. Recentemente um jogador cabeça cozida da Segunda Divisão mineira fez uma denúncia falsa contra um árbitro para melar o jogo. Foi tão absurda a acusação que o sujeito pipocou quando foi chamado pela polícia para registrar o BO.

Neste caso do Elias, ele deu entrevistas “indignado” pela ofensa. Ora, se é a vítima e não recorre à polícia e à justiça, que se cale. Tem todo o poder de um grande clube e da imprensa a favor e não faz valer os seus direitos?

Ou então o uruguaio falou outra coisa para ele e a leitura labial que foi feita pela TV está errada!


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Comentários:
25
  • Márcio Luiz disse:

    Um jornalista que vive malhando o “futebol comercial” , mas que vive postando opiniões sobre o dia a dia do BBB como se aquilo não fosse puro comércio televisivo.

    E quando a gente se manifesta contra as suas opiniões ele simplesmente bloqueia, numa atitude pueril em se tratando de quem se dispõe a lidar com o público.

    E viva o reino da hipocrisia!

  • Raws disse:

    O sujeito chama o outro de “macaco”, é contra a lei e ele fica ofendido.
    O sujeito chama o outro de “veado”, não é contra lei e ele retruca,” veado” é você.
    Conclusão, se a vítima não se configura em nenhum das comparações, penso que a discriminação é da lei com um dos bichos. Hehehe

  • Raws disse:

    Como já disse Morgan Freeman, “o dia que pararmos de nos preocupar com consciência negra e focarmos em consciência humana, resolveremos o problema do racismo”, mais ou menos por aí.

    • Marcos disse:

      Faço minhas as suas palavras.
      Sou negro, mas esse papo de ver racismo em tudo já está indo longe demais.
      Qualquer referência à cor da pele é denunciado como racismo no Brasil.
      Que eu saiba racismo é quando a pessoa sofre severas agressões verbais e até físicas por causa da cor da pele, e não qualquer referência ou mesmo uma sadia brincadeira.

  • Thiago disse:

    Concordo plenamente! Essa do Elias foi mais pra jogar pra galera do que outra coisa. Se fosse mesmo ofendido teria denunciado é com provas, pq acusar sem provas também é um absurdo. Fica o dito pelo não dito.

  • LEANDRO FABRICIO disse:

    Sou negro e acho que esse negocio de racismo no futebol já tá é enchendo o saco, futebol tá cheio de jogador fresquinho, se o cara te chamou de macaco vai lá e chama ele de branco azedo e xinga a mãe dele e bola pra frente, fica esse mimimi chato com a imprensa falando o mês inteiro o negocio e depois não dá em nada, chamar de macaco é ofensa, mas mandar o outro tomar no …. e xingar de FDP não é ofensa não né….

  • Fausto Peixoto disse:

    Passamos realmente por um momento critico em nossa nação, um idoso foi morto a socos e chute por um vigia, porque o idoso de 77 anos, que tinha câncer de próstata e com incontinência urinaria fazia “xixi” num lote vago, PIOR, o delegado após ouvir o acusado que confessou o crime, o liberou por falta de provas……aonde vamos parar??????

  • João Cavalieri disse:

    Boa tarde!

    Nunca mais veremos isso em estádios de BH, ou do Brasil.
    https://www.youtube.com/watch?v=5xJCfsjSbfQ

    • Pedro Ricardo disse:

      Parece que entre os jogadores do Galo somente o Pratto figurou entre os 500 mais influentes. Por que será que esqueceram do Renan Oliveira do Galo e lembraram do Renan Oliveira do Cruzeiro?

  • Rafael disse:

    E tanto se fala em profissionalismo, ontem vimos mais um exemplo de total despreparo de jogadores – o Fabrício do Inter-RS. Ele me fez lembrar o Adriano Gabiru pisando na camisa do Cruzeiro, o Patric xingando a torcida do Galo… O pior é que depois esses caras ainda arrumam lugar para jogar!

    E sobre futebol comercial, já cansou a campanha da Band para o Tite… ele, inclusive, é um dos garotos propaganda da emissora. Tite é Deus para eles. Dunga que abra o olho e não continue vencendo. Tite foi um dos piores técnicos que já passou pelo Galo, afundou o time.

    Imagine o Tite na seleção: Cássio, Ralf, Jadson e Elias de titulares. E provavelmente levaria outros corinthianos ou ex-corinthianos, como Gil, Willian, Fábio Santos, Cristian, Paulo André, Castan, Marquinhos, Jucilei… que preguiça dessa mídia e seu técnico predileto!

    • Pedro Ricardo disse:

      Lembrei do Procópio dando banana para a torcida do Galo e de um outro jogador que mostrou a genitália para a mesma torcida.

    • João Vitor disse:

      Apenas uma pergunta a torcida podem xingar ou vaiar os jogadores, mas esses não podem reclamar da torcida (o jogador do Inter errou em fazer gestos e falar palavrão para a torcida – tanto que foi expulso), somente porque o torcida paga pelo ingresso ou é seu pseudo patrão…..

  • Pedro Vítor disse:

    Vi o jogo ontem, o Corinthians esta muita bola. E não é aquele futebol burocrático do Mano Menzes e nem aquele estilo Tite, que vivia por uma bola na Libertadores de 2012.

    O Jadson vive grande fase, o Elias também, o Guerrero dispensa comentários, são os destaques desta equipe.

    Estão com um conjunto muito forte e realmente é principal time desta Libertadores ate o momento!

    • Marcelo Andrade disse:

      Contra o poderoso Danúbio que tá mais pra Guarani saco de pancada do Rural? Me ajuda aí.

      • Pedro Vítor disse:

        O adversário é fraco, não como negar. Mas tem que notar a organização tática do time, o modo que saem as jogadas.

        Obviamente, fase de grupos não é o momento onde define a competição. Por isso que é momento.

        No Mata-Mata é outra competição!

  • Marcelo Andrade disse:

    Já eu concordo com quase tudo que o José Luiz Gontijo diz. É um dos poucos que salvam nessa nossa mídia esportiva brasileira. O cara entende do riscado e não bajula ninguém. É difícil de entender isso?

  • Stefano Venuto Barbosa disse:

    Registrar boletim de ocorrência pra quê? Primeiramente esse tipo de xingamento é enquadrado como injúria racial, racismo é outra coisa e está mais relacionado com o direito de ir e vir. Depois o gringo vai na delegacia, presta um depoimento e vai embora rindo da lei brasileira. Justiça nesse país só serve pra consolidar a impunidade. Estamos aí com bilhões espalhados entre propinas, partidos políticos e contas no exterior, se isso vai acabar dando em quase nada, imagina uma briga de jogadores, sendo que o réu mora em outro país? Registrar boletim só pra criar um pequeno incômodo? Talvez o Elias conheça melhor de lei que o tal Julio Gomes.

    • Alisson Sol disse:

      Stefano,

      O que é isto?! Ou a lei existe e é cumprida, ou é melhor para de fazer leis. Aliás, eu sempre aponto exatamente isto como o problema do Brasil: todo mundo acha que tem de fazer uma “nova lei”, sem sequer conhecer as leis existentes. Todo ano, eu tenho que já descer no Brasil com as leis sobre regras alfandegárias e de direção impressas. O pessoal da Receita Federal no aeroporto não sabe até hoje entender que as leis diferenciam as regras entre “residente” e “não-residente” no país, e não entre “brasileiro” e “estrangeiro”.

      Se a lei foi desrespeitada, nem sequer é necessário o registro da ocorrência pela vítima. Afinal, ninguém assassinado pode registrar ocorrência!

      O resto do que você falou, já é consequência do modo de pensar: um judiciário lento, que deixa tudo para amanhã. E assim vai o Brasil. No tempo da “lava-jato”, já tem corrupto nos EUA que foi preso e já está terminando de cumprir a pena!

      • Stefano Venuto Barbosa disse:

        Não acho que tenha que fazer novas leis, só falei a realidade desse país, vivo isso 24 horas, com 18 anos na lida a gente um hora cansa…

  • Vinicius Campos disse:

    É impressionante o trabalho e qualidade do Tite. Simplesmente arrumou a casa no Corinthians. Jogadores com motivação total e mesmo com salários e direitos de imagens atrasados. Incrível.

    O Corinthians é sério candidato a conquistar esta libertadores infelizmente. Joga muito bem.

  • dan disse:

    Chico, bom dia.

    Vou tomar a liberdade de comentar outro assunto que não o caso Elias. Ontem, por acaso, acabei chegando a esse registro histórico e sensacional da torcida do Galo, acredito que do dia da final do campeonato Brasileiro de 1977. Trata-se de um trecho do documentário TODOMUNDO, Direção: Thomaz.

    Acho pertinente, nesses tempos de proibições e estádios vazios, olharmos que as coisas podem ser feitas de outras maneiras.

    Segue o link:
    https://youtu.be/5xJCfsjSbfQ

    saudações

    Daniel Libânio

    • Raws disse:

      Triste saudade! Primeiras lágrimas expelidas para o “grorioso”.
      Primeiro grande time do Galão que vivi. Primeira lição do futebol que aprendi.
      Nessa época para ilustrar a as relações humanas, a maioria das brigas, eram pelo alto nível de teor alcoólico e sem maiores consequências. Para fazer uma comparação, muitos torcedores como eu, iam e voltavam pedindo carona. Ladrões eram calçados e não promovidos. Jogador não precisava beijar a camisa, ele suava seus sentimentos.
      Ôh sardade…

    • Pedro Vítor disse:

      Show de bola. Mineirão lotadaço, aí devia ter no mínimo uns 110 mil pessoas