Do site do ESPN:
* “Clube diz que pagou Egídio e tenta melar ida ao Palmeiras; advogado nega e detona Dnipro”
Contratado na semana passada pelo Palmeiras, o lateral esquerdo Egídio viu seu nome ser envolvido em uma confusão internacional. Nesta segunda-feira, o diretor-geral do Dnipro (Ucrânia), Andrei Stetsenko, afirmou que irá entrar na Fifa para tentar cancelar o contrato do ala com a equipe alviverde, já que, segundo o cartola, o clube teria pago os salários do atleta.
Egídio rescindiu com o Dnipro após alegar não ter recebido os salários de janeiro, fevereiro e março. Liberado, acertou com o Palmeiras, e foi até apresentado antes da vitória por 3 a 1 sobre o Mogi Mirim, no último sábado. No entanto, ele ainda não foi registrado pela CBF e por isso aguarda para atuar pelo clube do Palestra Itália.
Nesta segunda, Stetsenko afirmou a diversos veículos da Ucrânia que os salários atrasados foram quitados e que entrará com uma ação para cancelar o contrato de Egídio com o Palmeiras e exigir a volta imediata do atleta do clube, visando a disputa do Campeonato Ucraniano e da Liga Europa.
Em contato com o ESPN.com.br, porém, o advogado Marcos Motta, que cuidou da rescisão de Egídio na Ucrânia, diz que a chance do Dnipro ter sucesso na Fifa é “zero”.
“Não pagaram salário nenhum. Eu desafio o clube a mandar um comprovante de algum pagamento feito antes da rescisão do atleta”, disse o advogado.
“O jogador já foi embora, a rescisão já foi comunicada à Fifa e à Uefa, então essa situação já não diz mais respeito ao atleta. Se o Dnipro pagou depois (da rescisão), não importa mais”, acrescentou.
Motta ainda criticou o clube do Leste Europeu, dizendo que a equipe deixou Egídio sem um euro na conta bancária, o que obrigou o jogador a ir treinar de ônibus e usar seu próprio cartão de crédito para comprar comida.
“Essa situação é tão absurda que um dia pedi pro Egídio tirar um extrato impresso da conta dele pra mostrar que estava zerada, só que ele não conseguiu porque custava 1 euro, e o banco não quis imprimir porque não tinha nem 1 euro na conta dele. A mulher dele teve que tirar uma foto do caixa eletrônico, porque ele não tinha saldo. Isso é uma vergonha”, revelou.
“Desde 1º de janeiro ele não recebeu um tostão. Jogou Liga Europa, estava com a mulher na Ucrânia e não recebeu nada em três meses. Ficava usando o cartão de crédito pessoal, pagando IOF, para comprar comida. Estava indo para o treino de ônibus! Esse diretor tinha que ir ao jornal pedir desculpas, era isso que ele tinha que fazer”, detonou.
Motta diz que fez quatro notificações ao Dnipro desde janeiro para que os salários fossem pagos. No entanto, a equipe não atendeu, o que motivou a rescisão.
“Tenho 16 anos de advocacia na Fifa e na Uefa, e isso nunca aconteceu. Já tive 100 ações iguais às do Egídio. A chance de anularem esse contrato é zero, nenhuma”, garantiu.
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