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Em fato inédito, Villa Nova fecha o departamento de futebol profissional

Villa Nova 2015 que ficou em sexto lugar no Campeonato Mineiro

Assim como a maioria absoluta dos tradicionais clubes do interior de Minas e do Brasil, o Villa Nova luta bravamente para sobreviver, mas a cada ano a missão fica mais difícil. Caso a CBF, as federações e o Ministério dos Esportes não mudem toda a estrutura, eliminando taxas e outras despesas desnecessárias, além de alterar a Lei Pelé, poucos clubes médios e pequenos vão sobreviver.

Obrigado ao jornalista Wagner Augusto, que nos enviou:

* “O presidente do Villa Nova, Aécio Prates de Araújo, demitiu todos os funcionários do Departamento de Futebol Profissional do clube. Diretor de futebol, médico, enfermeiros, preparador físico, preparador de goleiros, auxiliar de preparador de goleiros, roupeiro, enfim, todos os profissionais que atuam diretamente no cotidiano do Leão do Bonfim foram instados a assinar o Aviso Prévio.

Com o fim da participação do Villa Nova no Campeonato Mineiro, o contrato do técnico Welington Fajardo e de seu auxiliar, Cristiano Ramos (Chen), se encerrou e ambos também já deixaram o time nova-limense. O mesmo aconteceu com vários atletas que integravam o elenco na disputa da competição estadual.

Apenas as categorias de base estão em atividade, pois o júnior já iniciou a disputa do Campeonato Mineiro e o juvenil começará a treinar em breve com a mesma finalidade.

Em quase 107 de existência é a primeira vez que uma medida de tal envergadura é adotada pela direção do clube. Espera-se que a diretoria tenha plena lucidez dessa atitude e que a mesma esteja calcada em análises administrativas bem sólidas.

O Villa Nova conseguiu em campo, com a sexta colocação no Mineiro, uma vaga para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série D. A probabilidade de participar da competição nacional, no entanto, é mínima. A Prefeitura Municipal de Nova Lima, principal apoiadora financeira do Leão, já anunciou que no restante do ano não poderá mais fazer o repasse das gordas subvenções que sustentam a agremiação há décadas.

Diante desse quadro desolador, resta para os torcedores villa-novenses, cada vez mais minguados e envelhecidos, rezar para que a letra da música sempre cantada nas arquibancadas do Castor Cifuentes esteja correta: “Quem falou que o Villa morreu se enganou. O Villa não morreu nem morrerá. Deixa a danada da língua do povo falar”.

E, em paralelo, torcer para que a passagem bíblica que diz que de mil passará e dois não chegará não se aplique ao Leão do Bonfim. O Villa completou 3.001 jogos diante da Caldense, no último compromisso pelo Campeonato Mineiro. Todos nós villa-novenses esperamos que a partida de número 4.000 chegue um dia a ocorrer.

Wagner Augusto

Historiador e Conselheiro Efetivo do Villa Nova Atlético Clube, até o fim…


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Comentários:
7
  • Wagner Augusto disse:

    Não adiante tentarmos tampar o sol com a peneira. O Villa fechou, sim, seu Departamento de Futebol Profissional ao demitir todos os seus integrantes, menos o gerente de futebol, e liberar todos os atletas que disputaram o Campeonato Mineiro. Os que ficaram não enchem os dedos de uma mão! São uns poucos jogadores em idade de júnior e os dois goleiros reservas, Pedro Henrique e André. Se o time titular e os reservas não eram grande coisa, como disputar a Série D sem eles e sem outros para colocar no lugar? Não tem dinheiro para nada, nem para pagar o Aviso Prévio dos profissionais que foram demitidos. Os cartolas têm de tomar vergonha na cara e assumir suas posturas. É muito mais digno colocar uma nota oficial no site do clube explicando a situação e falando a verdade do que tentar dourar a pílula.

  • waldemar filmiano neto disse:

    Aqui em Uberaba, Uberaba Sport e Nacional vivem situação semelhante. Todo mundo sabe que a Lei Pelé matou os clubes do interior. Além das taxas, a Federação bem que podia ajudar com campeonatos mais interessantes. A fórmula de disputa do Paulistão poderia ser adotada em Minas Gerais, aumentando para 20 o números de clubes na primeira divisão e a disputa em quatro chaves.

  • Ademilson disse:

    É muito triste vê times tradicionais em Minas lutando contra o fechamento das atividades, ou se arrastando para sobreviver, como Vila, Uberlândia, Uberaba, Democrata (os dois), Valério! Quem conhece a historia do campeonato mineiro sabe do que estou falando. E tem vários outros…Fabril de Lavras, Esportivo de Passos, Rio Branco de Andradas… O Campeonato Mineiro tinha alma, hoje qual empresa vai bancar um time para jogar 5 ou 6 rodadas em casa? E outra, dentro desses 6 jogos, apenas um é contra um dos grandes…Muito triste essa notícia.

  • Renato - 7 Lagoas disse:

    É o triste fim dos times do interior do Brasil. A menos que aconteça um milagre, com raríssimas exceções, eles desaparecerão do mapa, deixando apenas a história. Uma pena que tradicionais reveladores de craques, que antes os vendiam ou emprestavam, pois existia a lei do passe que os protegia, tenham apenas mais alguns poucos anos de vida sofrida. “Viva” a devastadora Lei Pelé!

  • Paulo disse:

    Chico, tenho um amigo no Villa e ele me falou que o Villa não fechou o depto de futebol. Simplesmente liberou todos os jogadores que estavam emprestados ficando apenas os jogadores que pertence ao clube. E a prioridade é aproveitar a divisão de base

  • Francisco Barbosa disse:

    “A Prefeitura Municipal de Nova Lima, principal apoiadora financeira do Leão, já anunciou que no restante do ano não poderá mais fazer o repasse das gordas subvenções que sustentam a agremiação há décadas.”
    Na minha modesta opinião, Prefeitura tem Educação, saúde prioritariamente para cuidar.

  • Ronne Franks disse:

    Revolta a adm do futebol no Brasil. Estão matando nossas nascentes e plastificando o futebol nessas arenas caríssimas. O resultado? 7×0 pra Alemamha. Foi pouco!